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Desistir nunca foi uma opção!

Juntos na valorização dos profissionais e do segmento de FM: Força empreendedora foi a base para o reconhecimento da Infra FM e do mercado de Facility Management, que tem expectativa de ultrapassar US$ 2 trilhões até 2025, segundo dados do Global FM

Por Érica Marcondes

 

Para você que entrou no mercado há pouco tempo, gostaria de compartilhar a importância da Infra FM para o desenvolvimento do mercado de Facility Management no Brasil e, ao mesmo tempo, registrar os desafios de ser um empreendedor em nosso país. Os obstáculos foram imensos, mas sobrevivemos e estamos aqui para lhe contar parte desta relevante história.

Por que esta história é importante? Fazemos parte de um mercado que tem expectativa de ultrapassar US$ 2 trilhões até 2025, segundo o Global FM. Infelizmente, não temos dados efetivos do que represente este setor no Brasil; as referências genéricas informam que temos um mercado de R$ 100 bilhões. Porém, quando paramos para analisar todas as áreas que podem integrar o FM, observamos que esse número é muito maior. Afinal, como podemos mensurar um mercado que alcança todas os segmentos de negócios, de pequeno a grande porte, em diversas tipologias de edificações de trabalho: prédios corporativos, prédios hoteleiros, hospitalares, indústrias, galpões, aeroportos, arenas esportivas, instituições culturais, instituições religiosas, shopping centers, varejo e e-commerce etc. Veja no quadro abaixo algumas áreas que podem estar integradas no escopo do Facility Management.

Se analisarmos somente o mercado de limpeza profissional podemos confirmar nossa perspectiva de valor. Em 2021, a Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp) contratou uma pesquisa elaborada pela Fundação Instituto de Administração (FIA) em parceria com a Synapse Business Consulting, e o estudo apontou que o mercado de limpeza profissional no Brasil movimenta mais de R$ 100 bilhões ao ano. No contexto da cadeia produtiva, só a prestação de serviços movimenta R$ 36,7 bilhões. Ou seja, se a prestação de serviços de limpeza movimenta sozinha esse valor, quanto movimentaria todas as outras áreas que fazem parte do FM?

Enfim, esse mercado cresceu e evolui constantemente, e a Infra FM vem contando esta história ao longo de 23 anos. Os detalhes desta trajetória você confere a seguir neste rico bate-papo com uma das maiores porta-vozes deste mercado: Léa Lobo, sócia-diretora da Talen Editora e Eventos e profissional responsável por todo o conteúdo dos produtos Infra FM. Aproveite!

Como você começou a empreender, indiretamente, para o mercado de FM?

É uma história longa. Sou empreendedora desde os 23 anos de idade e, em janeiro de 1999, foi quando resolvi sair de uma sociedade empresarial no ramo editorial, em que era uma sócia muito infeliz profissionalmente. Meu objetivo era fazer o que eu sabia em um ambiente próspero e saudável. Assim resolvi começar uma nova editora com o meu querido amigo e insubstituível sócio, Luiz Nelson Ribeiro. Na época eu tinha 34 anos e Luiz Nelson Ribeiro, 40 anos. Juntos tínhamos um desejo em comum: estabelecer uma sociedade empresarial em um ambiente de trabalho que nos permitisse ter paz de espírito e um negócio com propósito.

Assim, em dezembro de 1999, Luiz Nelson e eu abrimos a Talen Editora e Eventos, com o objetivo bem definido de compartilhar um conteúdo que detalhasse a importância de se cuidar das edificações e das pessoas que nelas habitassem. Com a coragem de dispensar os trabalhos anteriores e empreender, escolhendo esse segmento de atuação, nos deparamos com alguns fatos que nos mostrara que estávamos no caminho certo.

Cada um de nós tínhamos um papel muito bem definido e, por isso, nossa sociedade sempre foi muito amigável, tornando se um relacionamento societário de sucesso, que permitiu que juntos criássemos ela linda história. Eu sempre fui responsável pelo conteúdo e relacionamento. Já Luiz Nelson, cuidou da área comercial e administrativa financeira.

Quais foram estes fatos?

Do lado do negócio, a estabilidade econômica, pois em janeiro de 1999, Fernando Henrique Cardoso iniciou seu segundo mandato como Presidente do Brasil. Todos devem saber: empreender em nosso país não é algo simples e precisávamos de uma certa estabilidade econômica.

Do lado do propósito do negócio, dois acontecimentos nos chamaram a atenção. Em 11 de março ocorreu um blecaute nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, atingindo dez estados e o Distrito Federal, e que soou um novo alerta sobre a importância da infraestrutura operacional, incluindo aí a questão energética, para continuidade dos negócios.  Mais adiante, no exterior, precisamente em 20 de abril, ocorreu o maior atentado a escolas do mundo, no estado americano do Colorado. O evento ficou conhecido como Massacre de Columbine, ou seja, qual é a segurança que devemos prover, dentro das edificações?

Esses dois últimos acontecimentos reforçaram para nós a importância de se cuidar da infraestrutura das edificações e do bem-estar e segurança das pessoas que diariamente usufruem desses prédios para o lazer, trabalho e estudo.

Então, Facility Management também é gerenciar risco?

Sim, o nosso propósito inicial foi comunicar quais eram os riscos que as pessoas corriam ao passar mais de oito horas do seu dia dentro de um prédio de trabalho. Além disso, como fazer para que as edificações não perdessem seu valor ao longo da sua vida útil. Como fazer para que o prédio funcionasse do jeito certo e não colocasse o negócio em risco? Esse era o desafio e o nosso papel era duplo: primeiro, destacar a importância dos profissionais responsáveis por gerenciar estas atividades. Segundo: apresentar-lhes soluções, serviços e tecnologias capazes de minimizar os problemas da operação a partir de cases que destacassem o cuidado necessário com a infraestrutura e os serviços demandados por várias tipologias de edificações e, principalmente, a atenção para as pessoas que nelas habitassem.

Belo propósito, imagino não ter sido fácil manter esse negócio ao longo de 23 anos...

Analisando hoje, com calma, muitos fatos econômicos, sociais e políticos ocorreram de 1999 para cá, que atrapalharam o dia a dia do negócio. Além disso, muitos erros de gestão da nossa parte (com seus riscos e prejuízos) quase nos levaram à lona. Mas os aprendizados, a fé, a persistência, a ajuda da minha mãe Luzia Gomes Lobo (que nos ajudava com suas marmitas já que estávamos zerados financeiramente), e o trabalho sério impulsionaram a nossa resiliência. Desistir nunca foi uma opção, e esse lema se tornou ainda mais forte por enxergarmos o quanto o mercado de FM no Brasil era importante e promissor – e ainda é!

O que você destacaria nesse período, quando a força superou os desafios?

Já contamos um pouco como iniciamos o negócio. Convido vocês agora a acompanhar uma linha do tempo de fatos relevantes que aconteceram de lá para cá e que contribuíram para destacar o valor dos profissionais e da atividade de Facility Management no Brasil.

1999 – Em dezembro deste ano editamos a primeira edição trazendo conteúdos em edições bimestrais da Revista Infra, entrevistando pessoas que nos ajudaram a contar e a fomentar não só a importância da atividade no Brasil, somando competências e destacando a importância dos profissionais que cuidam das edificações e das pessoas. A publicação já tem 230 edições publicadas, o que significa milhares de entrevistas e páginas impressas. Costumo brincar que escrevemos quase um livro a cada bimestre.

2000 – No segundo ano da editora, adicionamos um Anuário – primeiro Guia Setorizado de Produtos, Serviços e Tecnologias para Gerenciamento Predial. Este periódico teve vida longa; a edição impressa foi paralisada dezoito anos depois porque as mídias digitais permitiam a procura por fornecedores de soluções para o setor de forma muito mais rápida e abrangente. E essas empresas ainda podem ser consultadas hoje em nosso Portal de Notícias.

2002 – Lançamento da Revista Corporate, com conteúdo focado na gestão de trabalho em espaços corporativos (Workplace Management). Na verdade, depois de dois anos do lançamento, percebemos que fazíamos um produto complementar à Revista Infra e, por isso, o correto seria unificar o conteúdo na própria publicação. Essa iniciativa nos permitiu ser ainda mais sustentáveis!

Como surgiu a ideia de também promover os Eventos?

2004 – Começa aí outro desafio do negócio: organizar eventos. Assim nasceu o primeiro Congresso Infra São Paulo, um encontro de profissionais que cuidam de serviços e infraestrutura dentro de diversas tipologias de edificações. A primeira edição aconteceu em 2004 com 47 participantes. Foi o início de um sonho que evolui e tomou corpo: em 2019 já éramos 597 participantes em nossos congressos, totalizando mais de 5.000 congressistas efetivos em todas as edições do evento.

 Ainda em 2004, nasceu a ABRAFAC (Associação Brasileira de Facility Management, Property e Workplace), entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo desenvolver o mercado, as organizações e os profissionais de Facilities, sejam eles agentes públicos, contratantes, consultores, administradores ou empresas prestadoras de serviços. Naquela ocasião, fui uma das fundadoras da entidade, e nós da Infra contribuímos sobremaneira para que a entidade ganhasse relevância no mercado, ajudando a captar associados em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Curitiba. Em 2008, me retirei da entidade para evitar conflitos éticos, considerando que ambos – Talen e Abrafac – organizavam eventos para o mesmo público de FM.

2007 – Lançamento da Revista Real Estate Market, cujo foco era compartilhar conteúdo sobre negócios e informações do mercado imobiliário brasileiro. Foram dois anos de investimentos, mas o produto não vingou. Uma revista especializada precisa de anúncios para sobreviver e, na época, os investidores e proprietários imobiliários não divulgavam publicitariamente em mídia segmentada. Mas esta experiência nos ajudou a entender o que são produtos imobiliários, seus modelos de concepção e todas as intersecções que traziam, uma vez que, depois de prontos, esses equipamentos precisavam receber todo o “enxoval da infraestrutura” e ser gerenciados profissionalmente para manter o valor do produto imobiliário (Property Management).

2007 – Dando continuidade ao sucesso dos eventos, iniciamos aqui as edições do Congresso Infra Rio de Janeiro – evento regional –, que carinhosamente foi apelidado de InfraRio pelo amigo e colega de mercado, Alexandre Roxo. O sucesso do evento foi bastante consistente, sobrevivendo inclusive à Covid-19: diferente de São Paulo, em 2021, conseguimos realizar o evento com 50% do público do ano anterior, conforme previa os protocolos sanitários em novembro daquele ano, devido à pandemia. Ao todo 3.032 participantes efetivos em todas as edições do evento na cidade fluminense.

2008 – Ampliamos os eventos regionais e lançamos o Fórum Infra Centro-Oeste, que foi realizado 7 vezes no período de 2008 a 2017.

2008 – Lançamos também o Fórum Infra Nordeste, que foi realizado 4 vezes no período de 2008 a 2017.

2009 – Aportamos em Curitiba e fizemos eventos por dois anos consecutivos.

2009 – Lançamos o Fórum Infra FM Hospitalar – que já está em sua 7ª. Edição

2012 – Juntamente com o Congresso Infra, criamos uma Feira para expor produtos, modalidades de serviços e soluções que fazem parte do dia a dia da gestão de FM: a Expo Infra FM. Quando você estiver lendo esta matéria já estaremos realizando a 9ª edição, com mais de 80 expositores. A edição de 2019 foi um divisor de águas no mercado de FM, momento em que a exposição recebeu mais de 3.000 profissionais, se somados os visitantes e congressistas, em uma área de 5.700 m2 no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, na capital paulista.

2012 – Ainda neste mesmo ano, com o crescimento do mercado, optamos por ampliar o escopo dos eventos regionais e lançamos o 1º Infra FM Minas Gerais, que em 2019 chegou em sua 8ª edição.

2012 – Começa também a inclusão de Visitas Técnicas presenciais, como parte da programação de todos os eventos por nós realizados. Já foram mais de 30 passando por hospitais, indústrias, empresas de e-commerce, galpões, prédios corporativos, prédios educacionais, shopping centers e muito mais.

2015 – Iniciamos um novo projeto – Jantar Indicados Infra – uma iniciativa que trouxe reconhecimento para as empresas de Facilities Services.  A ideia do prêmio é destacar empresários que inspiram e que contribuem com a prestação de serviços no Brasil. Apesar de todas as adversidades, as prestadoras de serviços terceirizados não deixam a engrenagem parar, mantendo seus negócios em funcionamento, assumindo a folha de pagamento, os impostos e a prestação de serviços, sempre com excelência. Vale lembrar que, a premiação criada pela Revista INFRA em 2015 tem valor diferenciado, uma vez que a indicação se justifica com depoimentos assinados dos gestores de FM que têm orgulho de identificar o trabalho das empresas que fazem parte da sua carteira de fornecedores especialistas. Nos últimos sete anos, o número de empresas de facilites services homenageadas por profissionais-ícones foram muito animadores. Na edição de 2021 foram indicadas 162 empresas, escolhidas por 77 profissionais de FM, reforçando o valor da terceirização no Brasil.

2017 – No Brasil, a Infra FM, que tem como missão “Conectar o Facility Manager em todos os lugares, o tempo todo”, por isso comemoramos anualmente o World FM Day, iniciativa promovida pela instituição Global FM para celebrar a importância dos profissionais do setor para o universo corporativo. Desde 2017, com exceção do período pandêmico, a Infra FM realiza um Café da Manhã especial para celebrar a data mundialmente.

2017 – A partir de 2018, devido à abrangência da atividade de FM, a Infra FM lançou os fóruns abaixo, realizados periodicamente:

Fórum Infra FM Educacional – já realizado por duas vezes

Fórum Infra FM Indústrias e Galpões – também realizado por duas edições

Fórum Infra FM Shopping Centers – que em 2022 chega à sua 4ª edição

Fórum Infra FM Condomínios Corporativos – também com duas edições realizadas

Fórum Infra FM Hotéis – promovido em 2018.

Como é pensar tantos diferentes temas para eventos e revista?

Não é uma tarefa simples. É um dia a dia de curiosidade, pesquisa e leitura contínua. Identificar a cultura da cidade onde faremos o evento, o perfil dos profissionais, a temática e o palestrante especializado para falar de determinado assunto, em diferentes tipologias de equipamentos prediais.

Apesar da formação em Administração de Empresas, com Pós-graduação em Marketing, ser Jornalista autodidata, nunca deixei de estudar ou fazer cursos. Em 2018 senti a necessidade de voltar ao banco escolar para endereçar de forma mais assertiva todos os conteúdos do escopo de Facility, Property & Workplace Management. Foi quando procurei pelo MBA/USP – Gerenciamento de Facilidades – lançado em 2012 - cujo conteúdo acadêmico tem como tema: “Transformando o mundo em um lugar melhor para viver”.

Para o mentor e Coordenador do Curso, Prof. Dr. Moacyr E. A. da Graça, o Gerenciamento de Facilidades é uma atividade profissional que tem por finalidade o planejamento e a operação de processos eficientes, integrando edificações, equipamentos e serviços (meios) visando dar suporte às pessoas, alinhada às estratégias, para a efetiva consecução dos propósitos (fins) das organizações. A atividade de Gerenciamento de Facilidades deve gerar experiências significativas para todos os usuários (em amplo sentido), produzindo transformações e agregando valor às diversas atividades das organizações”.

Para mim o curso abriu ainda mais minha mente, aumentou meu networking e, principalmente, me deu a alegria de estar numa universidade de referência, um local onde eu sempre sonhei estudar. Sonho realizado!

E como foi realizar eventos durante a Pandemia?

Resiliência é a resposta. Mesmo com os resquícios da pandemia, e para dar continuidade ao nosso negócio, lançamos eventos online, cursos e fóruns segmentados, 3 novos conteúdos por especialidades, são eles:

Fórum Infra FM Workplace

Fórum Infra FM Climatização Predial

Fórum Infra FM Manutenção Predial

Foi uma década bem produtiva, então?

Sem dúvida! A última década, também referida como anos 2010, compreende o período entre 1 de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2019, quando o mundo sofreu grandes transformações, como a crise financeira na Europa, a guerra na Síria, o desespero de milhões de refugiados e a crise climática que dominou as manchetes mundiais. 

Vale destacar também que, nestes 10 anos, o Brasil recebeu diversos eventos importantes do mundo, sendo políticos ou religiosos. Para relembrar alguns fatos, no mundo dos esportes, por exemplo, a Copa do Mundo de 2014 registrou o fatídico 7 a 1 para a seleção alemã na semifinal esportiva. Também nesta década ocorreram o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria/RS, que deixou mais de 240 mortos e outras centenas de feridos, além de um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil e do mundo, ocorrido com a ruptura da barragem de Mariana, em Minas Gerais, controlada pela Samarco. Em 2019, houve o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério de ferro, na Mina de Córrego do Feijão, administrada pela Vale S.A., na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, que deixou ao menos 270 mortos e destruiu grande parte da fauna do Rio Paraopeba.

E o que esperar da nova década?

O primeiro ano da década atual, também referida como anos 2020, e que compreende o período entre 1 de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2029, começou com a maior pandemia que a humanidade não esperava e não estava preparada: a Covid-19 já contabiliza mais de 6 milhões de mortes no mundo, sendo mais de 650 mil no Brasil.

Mas não só notícias ruins. Apesar desta década ficar marcada para sempre na história global pelas experiências vivenciadas pela pandemia e pela invasão militar Rússia em larga escala contra a Ucrânia (hoje o mundo assiste a esta triste vivência humanitária, que também impacta o mundo e, principalmente, os sonhos das pessoas), ela também será lembrada pela transformação digital, que alcançou um novo estágio, quando a relação entre homem e máquina ultrapassou tudo o que já foi visto até os dias de hoje.

Quanto ao nosso mercado de FM, agora, não são apenas previsões futurísticas, mas é possível visualizar tendências e dizer quais inovações estarão presentes em nossas vidas, como o uso das tecnologias, que permitiram a transferência do trabalho in-loco para anywhere, trazendo o formato do trabalho híbrido para dentro das organizações. Essa transformação está atrelada também ao uso das propriedades imobiliárias, às mudanças comportamentais das pessoas, que demonstram estarem muito mais exigentes com questões de sustentabilidade, responsabilidade, comunicação personalizada e criação de experiências.

Enfim, as pessoas serão a base da transformação da década de 2020, o que reflete tanto nas novidades tecnológicas quanto no relacionamento com o cliente. Os carros autônomos, as cidades inteligentes, os sistemas automatizados e as redes móveis ultrarrápidas vêm com o intuito de liberar o ser humano para novas tarefas que exigirão mais soft skills, mentalidade digital e pensamento crítico.

A terceira década do milênio pode ser, sim, marcada como a principal ponte da transformação digital na humanidade. O fato é que só poderemos afirmar ao certo em 2029, daqui a 8 anos, se o impacto tecnológico modificou todos os aspectos das nossas vidas ou não. Entretanto, a empresa que não pensar a longo prazo ficará para trás e corre o risco de não existir na próxima virada de década.

E qual foi e será o papel dos profissionais de FM nestas décadas?

Tudo que aconteceu no mundo e no Brasil, direta ou indiretamente, afetou o dia a dia da atividade de Facility Management. Se houve mortes na boate Kiss, toda a infraestrutura e a pauta de incêndio viraram temas dentro das organizações. Se Mariana ou Brumadinho tiveram tristes consequências, gestores passaram a olhar os riscos das suas organizações para o meio ambiente e para a vida de seus colaboradores. Se a Covid-19 alterou o formato de trabalho presencial para híbrido e se o mundo está se tornando mais tecnológico, a crise climática está batendo à nossa porta e demanda um olhar ainda mais precioso por parte dos facility managers. Sem falar na guerra da Russia X Ucrânia que terá seus impactos, de alguma maneira, em todo o mundo. Tudo isso influencia diretamente o dia a dia das atividades de todo o escopo do Facility Management.

Os profissionais estão preparados?

Alguns profissionais já estão em movimento alinhado com tais tendências e começaram o processo de experimentação de olho nas primeiras posições do mercado no futuro, com o intuito de conhecer como está sendo a visão das organizações e o que esperar dos próximos anos.

Desde os primeiros relatórios publicados pelo Fórum Econômico Mundial sobre o futuro do trabalho, os profissionais e as empresas entenderam que suas habilidades não eram o suficiente para os desafios da transformação digital. Surgiu uma nova demanda no mercado em busca de soft skills, endossada no conceito “lifelong learning”, ou seja, aprender a vida toda. No entanto, uma pesquisa da PwC de abril de 2021 mostra que os 32,5 mil respondentes têm receios!

Cerca de 39% deles acreditam que seus trabalhos se tornarão obsoletos enquanto 60% acreditam que a automação irá colocar suas posições em risco. No fim, cria-se uma “pressão” por estar toda hora aprendendo, o que é errado por parte de empresas e colaboradores. É necessário, no entanto, estruturar uma cultura de aprendizagem autogerida, em que a pessoa define o que quer aprender e o que aprenderá ao longo de toda a vida, sem perder de vista que nossas carreiras estão dia a dia sendo transformadas.

Os prognósticos preocupam, não?

Concordo. Mas isso é a vida como ela é. O trabalho (no ambiente físico ou virtual), os prédios e as pessoas continuarão existindo e, com eles, os desafios do FM. Se concorda comigo, tudo isso frente à guerra que estamos assistindo não é nada. Precisamos olhar adiante e seguir os movimentos da onda global e nos ajustarmos aos próximos tempos. Vamos ter calma, tudo vai dar certo!

Para finalizar, quero agradecer a Você, Érica Marcondes, que está conosco há tantos anos contribuindo com o seu conhecimento, boa vontade e trabalho árduo. Quero também agradecer a todas as pessoas que passaram pela Infra, nossa dedicada equipe, todos os parceiros, fornecedores e profissionais que nos ajudaram a construir o mercado. O meu trabalho e do meu sócio Luiz Nelson foi o de empreender, mas é o mercado que nos reconhece e nos ajuda a levar nossa bandeira adiante: Conectar o Facility Manager, em todos os lugares, o tempo todo, levando conteúdo de qualidade e muito relacionamento!

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