3º Fórum InfraFM Indústrias
 

Da engenharia à gestão sustentável

Acompanhe nossa conversa com Irimar Palombo sobre inovação, desafios em sua carreira, que tem contribuído para a transformação dos espaços e construção do futuro no escopo do Facility Management.

Por Léa Lobo

Da engenharia à gestão sustentável

Nesta entrevista exclusiva, mergulhamos na vida profissional e pessoal de Irimar Palombo, uma engenheira civil de destaque, Facility Manager no SESC São Paulo, e Vice-Presidente da ABRAFAC. Com uma trajetória marcada pela busca incessante por excelência, inovação e sustentabilidade, Irimar compartilha conosco não apenas os desafios e conquistas de sua carreira, mas também nos dá um vislumbre de sua vida como esposa do Wilson e mãe da Bianca. Através de suas respostas, descobrimos como sua paixão pelo FM e seu compromisso com práticas sustentáveis moldaram sua abordagem no setor, influenciando positivamente as operações no SESC São Paulo. Junte-se a nós nesta conversa inspiradora, onde Irimar revela como liderança, tecnologia e uma comunidade de apoio são fundamentais para transformar espaços e construir futuros promissores.

Como você descreveria sua trajetória profissional na área de Gerenciamento

Minha trajetória profissional tem sido marcada por um compromisso contínuo com a excelência operacional e a inovação. Ao longo dos anos, adquiri uma ampla experiência em diferentes setores dentro da engenharia e do FM, incluindo hospitalidade e educação. Sempre acreditei na importância da eficiência operacional, da sustentabilidade e do bem-estar dos colaboradores, elementos fundamentais para o bom desempenho.

Quais foram os principais desafios que enfrentou ao coordenar a implantação de edifícios com alta tecnologia, e como os superou?

Os desafios são únicos, desde a integração de sistemas complexos até a garantia de operações eficientes e seguras. Desafios como garantir a interoperabilidade de diferentes sistemas, capacitar as equipes para lidar com novas tecnologias e assegurar a conformidade com padrões legais e técnicos específicos. Para superar esses desafios, adotei uma abordagem proativa, investindo em capacitação técnica, estabelecendo parcerias estratégicas com fornecedores especializados e implementando processos robustos de controle de qualidade.

Poderia compartilhar exemplos específicos de como otimizou recursos humanos e melhorou os indicadores de desempenho e performance em projetos anteriores?

Sempre me preocupei muito com a capacitação das equipes e registrar boas práticas é um exemplo. Coordenei a implantação da operação predial de 14 Unidades do SESC e registramos todas elas, assim conseguimos ter equipes distintas em cada implantação sem que o conhecimento adquirido se perdesse.

Equipes futuras aprendem com as equipes anteriores através desses registros. Isso otimiza o trabalho dos profissionais e 
permite redesenhar fluxos de trabalho para aumentar a eficiência. Implementar sistemas de gestão de desempenho para monitorar e apoiar o desenvolvimento contínuo da equipe. 

Outro exemplo é a implantação de programa de uso racional de água e energia no SESC SP, um programa que baixou nosso consumo de energia elétrica em 6% (média com máximas de 19%) por 5 anos subsequentes, todo o trabalho envolveu apenas treinamento e muita comunicação com as equipes implementando metodologias que influenciam comportamentos e práticas sustentáveis entre os usuários do prédio.

Como você aborda o planejamento estratégico de médio e longo prazo na área de FM, especialmente em relação à otimização de rotinas de trabalho e ganho de eficiência? 

No planejamento estratégico de médio e longo prazo, o foco é na identificação de oportunidades de melhoria, especialmente na otimização de rotinas de trabalho e na adoção de práticas sustentáveis, tecnologias inovadoras também participam. Ao lidar com projetos de melhorias de água, energia, gás, entre outros, minha experiência me mostrou que as equipes possuem grande parte do conhecimento necessário, assim, partindo da análise detalhada de dados em conjunto com as equipes de campo e a colaboração com especialistas, identificamos oportunidades de melhoria e eficiência e na sua grande maioria, as oportunidades estão ligadas a aspectos comportamentais no uso da edificação. 

Quais são as principais considerações que você leva em conta ao lidar com edifícios certificados, smart buildings e prédios tombados pelo patrimônio histórico em termos de segurança e operações sustentáveis?

Cada um desses equipamentos têm suas especificidades, porém todos eles demandam integração de práticas de segurança e operações sustentáveis. Partindo do conhecimento profundo do edifício e seus sistemas prediais, para o uso eficiente e a adoção de tecnologias em termos de energia e água, e o respeito à integridade arquitetônica e histórica dos edifícios. Priorizo a colaboração com especialistas multidisciplinares e o envolvimento da comunidade para garantir o sucesso desses projetos.

Poderia detalhar como foi sua experiência na gestão do patrimônio imobiliário e na definição de políticas para operações sustentáveis?

Minha experiência tem um foco muito acurado na operação e em formas de garantir a eficiência operacional e a responsabilidade ambiental em todas as instalações sob minha responsabilidade. Desenvolvi e implementei políticas abrangentes que abordam questões como eficiência energética e uso responsável de recursos naturais, com investimento quase que exclusivo na conscientização e engajamento dos colaboradores, o retorno é absolutamente vantajoso observando o tripé da sustentabilidade.

Qual foi o papel que desempenhou como gerente de projeto na digitalização da área de Infraestrutura? Como essa implantação tecnológica beneficiou as operações?

Como coordenadora de Infraestrutura, a necessidade de uma ferramenta tecnológica se impunha diariamente, foi natural que se transformasse em um grande projeto de digitalização da área; como gerente do projeto, trabalhei desde a identificação clara da demanda, passando pelas soluções disponíveis internamente e no mercado, até a especificação, acompanhamento da licitação e implantação. O primeiro ganho foi a organização das informações para inserção no sistema, e a partir do uso, a análise de dados avançada proporcionou benefícios significativos, como maior visibilidade operacional, tomada de decisão baseada em dados e redução de custos operacionais.

Em relação aos estudos sobre ESG e a implementação de política, quais foram os principais aspectos considerados e como isso se alinha com as operações do SESC SP?

O ESG (Environmental, Social and Governance), em todos os seus aspectos, se  alinham diretamente com as operações do SESC SP, uma vez que a Instituição tem um compromisso sólido com a sustentabilidade e a inclusão social. Ao integrar princípios ESG em nossas práticas de Facility Management, contribuímos para o desempenho da nossa missão junto à sociedade e para a criação de valor de longo prazo para todos.

Como você lida com a gestão de riscos na área de FM, especialmente considerando a importância da segurança operacional em projetos anteriores? 

Na gestão de riscos adoto uma abordagem abrangente que inclui a identificação proativa de ameaças potenciais, a implementação de medidas preventivas e a preparação para contingências. Isso envolve a realização de avaliações de risco regulares, o desenvolvimento de planos de resposta a emergências e a colaboração com partes interessadas internas e externas para garantir a segurança operacional em todos os momentos.

Quais são suas estratégias para manter-se atualizado sobre as tendências e inovações na área de FM, e como você as implementa em sua função no SESC SP? 

Gosto muito, e participo, de eventos na área, o networking é uma forma de se atualizar em nosso mundo de FM, mantenho-me conectada a uma rede de profissionais do setor, compartilhando insights e melhores práticas e participo de cursos regulares. Ao identificar oportunidades de inovação, busco implementá-las em minha função no SESC SP, garantindo que estejamos sempre na vanguarda do setor.

Agora nos conte como foi sua experiência como Conselheira e Presidente da Abrafac? 

Sem dúvida uma experiência enriquecedora apesar dos desafios, acho que o ponto mais marcante foi atrair outros profissionais idealistas e determinados como eu: Mauro Campos, Livia Lourenço, José Sandim, Bruna Lavrini, Renato Rattis, Márcia Ferrari e depois também a Regina Umetsu. 

Com essa diretoria pudemos implementar projetos que eu sempre acreditei como: a criação dos Comitês Técnicos, a criação de uma Certificação Profissional,  a participação do associado na organização dos eventos, a conquista do nosso CBO, enfim, pude contribuir para o avanço do setor de Facilities Management no Brasil, investindo naquilo que já é missão da ABRAFAC, ou seja, promovendo boas práticas, desenvolvendo iniciativas educacionais e facilitando a troca de conhecimento entre os profissionais do setor. Foi uma oportunidade gratificante! 

Por fim, fale um pouco da pessoa física: família, hobbies, planos... 

A pessoa física é alguém muito família, minha fonte de apoio e sempre participamos muito das conquistas uns dos outros. Também compartilhamos alguns hobbies e viajar é o maior deles. Adoramos conhecer lugares, pessoas, culturas e sempre estamos envolvidos em planos da próxima viagem.

Sobre o futuro:

Continuo na ABRAFAC e minha missão para os próximos 3 anos é intensificar as relações internacionais entre a entidade e outras associações. Já no SESC SP está pulsante e um dos projetos é a mudança da nossa Sede Administrativa para o Centro da cidade de São Paulo.

Uma mensagem para seus pares profissionais de mercado.

É muito importante que você participe da transformação do nosso mercado e a ABRAFAC é um grande hub de inovação, e networking, venha ser um voluntário como todos nós e apoiar essa iniciativa. Juntos, podemos elevar o padrão do Facility Management no Brasil!


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