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Qual é a importância da cor nos espaços de trabalho?

Marcia Holland, especialista em neurociência e inteligência artificial aplicadas em design e arquitetura, explica o conceito de Color Material and Finishing em livro.

Por Natalia Gonçalves

Qual é a importância da cor nos espaços de trabalho?

Foto: Canva.com/ anastills


O conceito de Color Material and Finishing (CMF) é tema central do novo livro de Marcia Holland, arquiteta e urbanista com mestrado e doutorado em cores e pós-graduação em Neurociências, Consumo e Marketing. Apesar de pouco discutido dentro do setor de Facility, Property e Workplace Management, CMF compreende cor, material e acabamento superficial, sendo um estudo aplicado tanto em design quanto em arquitetura. Para a autora, lidar com CMF significa ter domínio dos princípios da química, da física e da ciência de materiais de forma a configurar espaços observando a análise perceptiva e qualitativa dos ambientes.

Em entrevista exclusiva ao portal InfraFM, Marcia Holland aborda o conceito de Color Material and Finishing pela perspectiva de Workplace Management:

1. Qual é a importância da cor nos espaços de trabalho?
O conforto em espaços de trabalho é condição primordial para que o colaborador se sinta bem e produtivo. Uma das categorias mais conhecidas é a ergonomia física, ou seja, cadeiras confortáveis, altura do plano de trabalho e dimensionamento do mobiliário. Além destas questões, na arquitetura e no design de interiores é importante avaliar as condições de iluminação e cores de forma que o ambiente se torne mais atraente, acolhedor, dinâmico e produtivo.

As cores são escolhidas seguindo metodologias para adequação da função de cada ambiente, inclusive das tecnologias as quais serão implantadas nos espaços. As cores também estão ligadas a códigos que seguem o contexto sociocultural e o tipo de negócio. Por exemplo, a ambientação de um escritório de advocacia é totalmente diferente de um ambiente destinado às clínicas médicas ou odontologia. Isto parece um pouco óbvio, mas infelizmente assistimos às divergências conceituais entre cor, ambiente e identidade, principalmente no que concerne à personalização do branding identity da marca.

Não é porque uma marca tem azul petróleo no seu logo, que a cromatização dos ambientes seguirá esta cor nas paredes, mobiliário, revestimentos e forrações. O objetivo da coloração de um ambiente é proporcionar bem-estar e conforto aos colaboradores visando a produtividade. As cores vivas devem ser observadas com critérios, pois para alguns pode ser agradável e para outros não.

O Portal de Tendências trabalha com diversas metodologias e inventários calcados na neurociência de forma a entender os diferentes perfis e propor inúmeras soluções, principalmente considerando os layouts do mobiliário e pontos de visão-atenção de cada ambiente. No meu livro “CMF: A Essência das Cores”, digo como verificar predisposições cromáticas é de fundamental importância para a aplicação de cores na arquitetura e no design de interiores.

Qual é a importância da cor nos espaços de trabalho?


2. No livro, a senhora afirma que a cor é tão importante quanto a forma. Quais critérios de escolha cromática devem ser considerados durante a elaboração de um projeto?
Existem diversas metodologias e critérios para a aplicação de cores. O meu livro mostra que a superação de regras gerais é necessária. A ciência já apresentou em estudos recentes que a relação entre o córtex e o hipocampo, ou seja, o processamento da visão colorida e a memória estão intimamente ligados.

Portanto, a experiência de uma pessoa em relação aos atributos de uma cor é individual e não pode ser generalizada. Algumas “leis de harmonia” propõem que a combinação de cores proporciona reações esperadas de comportamentos de consumo não têm respaldo científico e podem ser consideradas até de “pseudociências”.

Entretando, outras regras estão calcadas nos recentes estudos de neurociência apontando motivos do porquê uma pessoa se sente bem ou mal em espaços. O livro propõe o aprofundamento das cores por meio de uma análise realizada por arquitetos ou designers de interiores verificando os níveis de associação por meio de um inventário composto por doze cores. A partir de ferramentas, verifica-se quais são os níveis prováveis de aplicação cromática de forma que as pessoas se sintam bem nos ambientes de trabalho.

3. Por que dominar o conceito de CMF é importante para os gestores de espaços de trabalho?
O livro foi escrito para que profissionais de design de interiores, arquitetos e urbanistas aprofundem o seu conhecimento em ferramentas inovadoras do CMF – Color Material Finishing. O CMF não está ligado apenas a uma condição de cor e superfície, mas principalmente em elementos transversais como tendências, tecnologia, cultura, contexto e categorias funcionais do ambiente.

Quem deve dominar o CMF é o arquiteto ou o designer de interiores balizando os critérios de escolha técnica que sua formação profissional indica em relação aos materiais, iluminação (design de luminárias, temperatura de cor da fonte luminosa, layout dos pontos de iluminação), mobiliário (cor, material, função e ergonomia), dimensionamento, texturas e cores sob o ponto de vista da neurociência e análise multissensorial. E, principalmente, estes profissionais têm condições de compatibilizar diferentes materiais numa experiência espacial confortável e inovadora.

É de fundamental importância compreender que o CMF permite a criação de conexões, dá luz às experiências e significados proporcionando conforto, segurança e qualidade mental para o desempenho adequado dos colaboradores.

* O livro de Marcia Holland, CMF - A Essência das Cores, está disponível na Amazon.


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