Por Natalia Gonçalves

Há 16 anos, Erik Leandro de Morais iniciou no mercado de trabalho como vendedor em uma loja de roupas, mas um acidente de moto mudou a trajetória de sua vida pessoal e profissional. No acidente, Erick perdeu o braço esquerdo: "de lá para cá, eu sempre entrei na cota PcD (Pessoa com Deficiência)", afirma.

Para ele, aposentar por invalidez nunca foi uma opção. Então, um ano após o acidente, ele trabalhou como responsável de almoxarifado em canteiros de obra e depois como assistente administrativo na EPTV Campinas. Já com 26 anos, ele conquistou o cargo de Assistente administrativo no Centro Infantil Boldrini em 2013, onde teve contato mais próximo com a área de manutenção do hospital. 

Por gostar do contato com pessoas, Erik entende que seguiu em uma área muito requisitada por outros departamentos. Apesar de realizar funções de Soft Facilities desde 2010, somente em março deste ano foi contratado com o título de assistente de Facilities Management pela JLL. No Mercado Livre, ele atua na Melihelp, sendo responsável pelo suporte aos colaboradores.

A contratação de Erick aconteceu antes do Programa de Inclusão em Facilities para PcD da JLL, uma iniciativa da multinacional em prol da inclusão de pessoas com deficiência no ambiente corporativo, que teve início em abril deste ano. “O nosso programa tem um elemento muito importante que não é apenas a contratação em si da pessoa com deficiência, mas também a capacitação com o objetivo de ajudar cada um a atingir o seu máximo potencial profissional”, destaca Bianca Guido, gerente de Talent Acquisition da JLL.

Além de atrair novos talentos, como explica Bianca, é importante para o Recursos Humanos investir no desenvolvimento desses colaboradores. "A importância dos programas de inclusão estão em promover igualdade. Não é porque uma pessoa tem deficiência, que ela tem que ser a coitadinha ou que ela não queira assumir responsabilidades. Uma pessoa com deficiência também quer crescer na carreira, tem vontade de trabalhar, ser bem-vista e ser importante", comenta Erik.

O preconceito, como ressalta o assistente de FM, existe e aparece em situações do cotidiano: "mesmo com o ônibus cheio, já aconteceu de pessoas não se sentarem do meu lado e essas coisas me deixam um pouco chateado. Sou uma pessoa comum e tenho capacidade de mostrar que eu sou um bom profissional, por isso é muito importante que as empresas acreditem no potencial desse público PcD".