Por Mateus Murozaki

A inteligência artificial está se mostrando cada vez mais uma força aliada dentro do mercado de Facility, Property e Workplace Management, com diversas soluções voltadas para tornar operações mais efetivas e potentes. Tais tecnologias, como todas as grandes invenções, vêm através da simples pergunta: “O que o mercado precisa neste momento?”.

Quais são as dores dos FMs que podem ser facilmente resolvidas com a ajuda de IA? Um caso interessante que exemplifica isso é o da Axia, produto desenvolvido pela empresa de tecnologia Ativvus em 2022. Inicialmente criada a pedido de um cliente no segmento alimentício, a solução foi então retirada do mercado para que os desenvolvedores pudessem trabalhar em uma nova versão mais completa e focada nas dores percebidas no mercado de Facilities.

De acordo com Adriano Balista, Head de Inovação da empresa, a maior dificuldade que eles observaram foi a de ter uma visão instantânea da operação sem precisar mandar uma equipe técnica ou um técnico para observar o problema. É importante apontar o tamanho desse cliente: trata-se de uma multinacional com 50 mil colaboradores no Brasil.

O produto foi inicialmente desenvolvido, mas não havia um sistema para integrar a solução. Por conta disso, foi necessário desenvolvê-la do zero, o que foi feito ao longo de um ano e meio em que a ferramenta ficou fora do mercado.

O profissional afirma que a plataforma foi criada com base nas normas de GNR que são utilizadas como base para a elaboração dos processos. A tecnologia desenvolvida para serviços de limpeza é dividida em três dispositivos que capturam métricas como fluxo de pessoas e índices de satisfação, que são transformadas em dados e relatórios enviados para uma plataforma online.

Esses hardwares também são essenciais para eliminar uma lacuna que, como descrita por Balista, era inaceitável: a estrutura de checklist. Com os dispositivos localizados nos ambientes e nos colaboradores, eles não precisam mais registrar presença e tarefas manualmente, o que potencializa a eficiência da operação.

As particularidades do mercado de Facilities

Para desenvolver a tecnologia Axia, a empresa fez um mergulho em cada um dos grupos organizacionais da área de Facilities (hospitais, indústrias, shoppings, aeroportos e escolas) para compreender as dificuldades particulares de cada um. A necessidade disso, de acordo com o Head de Inovação, é porque o mercado de FM é extremamente ramificado.

Ele menciona uma pesquisa feita pela GPS apontando que as maiores empresas da área retêm apenas 5%. Por conta disso e da grande variedade de tamanhos das empresas, é difícil apontar problemas generalizados. Um desses problemas que já está sendo tratado por eles é o do alto índice de turnover.

O próximo passo da empresa é o de usar a tecnologia para obter dados dos colaboradores, cruzá-los com a literatura de saúde ocupacional e então prever o afastamento de um colaborador antes que aconteça. “Pegue hoje um colaborador que passa a maior parte do tempo movimentando-se, mexendo-se, levantando, abaixando, esfregando vasos, passando por temperaturas e níveis de ruídos estressantes.

Isso a gente consegue colocar dentro da base literária que é aberta ao público, mas dá para a gente cruzar esses dados, sendo eles capturados e prever esse afastamento. É nisso que a gente vem trabalhando agora, capturar todas essas informações de campo, jogar dentro de uma estrutura de treinamento e ela começar a informar isso para a gente e a gente começar a trabalhar isso junto com a RH também das companhias”, aponta Balista.

O caso aponta como os próximos passos para a evolução do mercado de FM estão ancorados na tecnologia e, portanto, não há nada mais essencial hoje do que estar atualizado. Se você quiser estar à frente da média do mercado e se atualizar com práticas de vanguarda, não deixe de participar do 19º Congresso InfraFM América Latina, o maior encontro de profissionais de Facility, Property e Workplace Management do continente.

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