Ana Paula Cassago
 

O papel das emoções na crise climática, numa perspectiva neurocientífica

O papel das emoções na crise climática, numa perspectiva neurocientífica e organizacional por Daniela Reis da Beija-flor Tecnologias Sociais.

Por Daniela Reis

O papel das emoções na crise climática, numa perspectiva neurocientífica

As mudanças climáticas estão alterando drasticamente os padrões meteorológicos, causando transtornos cada vez mais intensos e frequentes em todo o mundo. Uma pesquisa recente revelou que 8 em cada 10 brasileiros estão preocupados com essa questão. Para alcançar as metas do Acordo de Paris e limitar o aquecimento global, será necessário um esforço significativo, o que pode gerar desânimo e perplexidade em muitos. No entanto, apesar da complexidade da crise climática, há a possibilidade de contribuir para soluções sistêmicas por meio de ações individuais e coletivas. Nesse contexto, as emoções, em especial o medo, desempenham um papel crucial no limiar entre enfrentar ou ignorar o problema, o limite entre o engajamento ou a paralisia diante do desafio. Mas, como transformar a apatia, palavra que em sua origem grega significa insensibilidade, em engajamento e ação, se no ambiente organizacional, as emoções ainda são frequentemente negligenciadas e relegadas a treinamentos e palestras, muitas vezes limitados aos departamentos de recursos humanos e a atividades secundárias que não são consideradas estratégicas para os negócios?

Nesse cenário, as emoções muitas vezes precisam ser ocultadas, disfarçadas e reprimidas, pois as salas de escritórios não são consideradas espaços seguros para expressá-las como parte natural da condição humana. As emoções, no entanto, precisam ser reconhecidas como elementos cruciais que precisam ser compreendidos e trabalhados intencionalmente para gerar melhores decisões em direção ao enfrentamento da crise climática. Fundamentada na neurociência, desenvolvi uma metodologia - COMOVERE - que representa um avanço significativo no engajamento e motivação de pessoas dentro de projetos e organizações. Essa ferramenta não só tem o potencial de melhorar a comunicação interna, mas também fortalecer o alinhamento das pessoas aos objetivos organizacionais, fomentando um ambiente colaborativo, empático, e aumentando a capacidade de adaptação a desafios como a crise climática. Por meio dela, as tomadas de decisão são aprimoradas para as questões do nosso tempo.

A palavra COMOVERE, derivada do latim commovere, significa “mover junto”, afetar, causando profunda emoção. A metodologia COMOVERE consiste em quatro etapas: Acolher (CO), Mobilizar (MO), Antever (VE) e Realizar (RE). Em cada fase, fundamentada no funcionamento do cérebro humano, as dinâmicas envolvem a ativação do sistema de recompensa, liberação de ocitocina, redução do estresse, ativação do córtex pré-frontal e outras reações que promovem conexão e memória. Quando encadeadas, as etapas criam um ambiente propício para emergir a inteligência coletiva, o pensamento criativo e estratégico.

Nesse sentido, a metodologia funciona como uma estratégia para a transição de uma liderança apática para uma liderança que venho chamando de comovente, pois é aquela que, enfatizando a importância da empatia e conexão emocional no ambiente organizacional, é capaz, como o próprio nome sugere, de comover a organização no sentido das mudanças necessárias. Acolhimento e mobilização das emoções e da vontade de agir, antevisão das soluções e engajamento para a ação – é disso que precisamos para nos movermos juntos na direção do enfrentamento da crise climática e da restauração do nosso ambiente


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