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Quais são os desafios de manutenção na Catedral da Sé?

Fernando Meli, administrador da Catedral da Sé, fala sobre gestão de recursos, segurança no centro da cidade e fluxo de turismo.

Por  Natalia Gonçalves

Quais são os desafios de manutenção na Catedral da Sé?

 

Há 25 anos atrás, a Catedral da Sé fechou para resolver problemas estruturais da edificação e realizar a adequação às normas vigentes. Com infiltração de água nas paredes, os restauros foram noticiados como uma medida aos problemas de segurança da infraestrutura. Desde então, a Catedral da Sé procura adaptar-se as necessidades de manutenção que surgem com o fluxo de turismo.

Atualmente, existe o planejamento para uma nova reforma na parte elétrica da edificação, instalação de corrimões em lugares onde não existem e uma reforma nos banheiros. Apesar do prédio ser tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), não existe nenhuma ajuda financeira dos órgãos públicos. “Temos que ir em busca de parceiros para realizar as coisas que estão no orçamento do dia a dia. O órgão da Catedral está mudo há 20 anos, mas ainda estamos em estágio final de captação para iniciarmos o restauro”, conta Fernando Meli, administrador da Catedral da Sé.

Segundo ele, os orçamentos para a edificação são mais caros do que deveriam: “acho que as empresas olham para nós e pensam: ‘a Igreja é rica, tem muito dinheiro’. No entanto, o arrecadado nas missas durante as coletas, não pagam nem água e luz. O telhado da Catedral, por exemplo, não foi feito para as chuvas atuais. Antes, São Paulo era conhecida como terra da garoa, mas hoje temos temporais de uma hora, com volume absurdo, que causam muitos danos”.

A história da Catedral da Sé começa em 1591, quando uma igreja construída de taipa de pilão foi erguida. No entanto, a edificação atual, com estilo arquitetônico neogótico, teve o início de construção somente no começo dos anos 1910, quando houve a demolição da outra igreja. Embora a previsão de entrega fosse de 10 anos, as obras sofreram as consequências da Primeira Guerra Mundial, da Grande Depressão em Nova Iorque, e da Segunda Guerra Mundial. Assim, a inauguração da edificação aconteceu apenas em 1954.

Do telhado da Catedral da Sé, Fernando enxerga a imensidão da cidade de São Paulo. “E pensar que tudo começou tão pequeno, através da ação da igreja com os padres jesuítas e hoje é essa megacidade que acolhe a todos, e exclui a tantos”, observa o administrador. Há três anos ele ocupa o cargo de administrador do edifício, mas trabalha no centro da cidade há mais de 14 anos, no setor de igrejas e museus. Ao mesmo tempo em que reconhece os desafios da região central, Meli enxerga o potencial turístico do centro, referência de cultura e história.

No futuro, ele espera, o turismo na região central será melhor. “Atualmente, a Praça da Sé, está muito limpa e bem cuidada, com policiamento sempre e iluminada a noite, sendo o que desejávamos há muito tempo”, destaca. O marco zero da cidade de São Paulo, deveria ser um lugar onde as pessoas se sintam seguras em passear, pois, como ressalta Fernando, é uma região onde a história se faz presente. 


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