Ana Paula Cassago
 

Qual seria o trabalho de uma equipe de FM em catástrofe climática?

Um chamado à ação para todos nós no campo do FM para preparar, responder e recuperar em catástrofes, não apenas como uma função profissional, mas como um dever cívico vital para com a sociedade.

Por Léa Lobo

Imagem gerada através de Inteligência Artificial.


Esta pergunta é crucial para nós, profissionais de Facility Management (FM), como uma preparação para uma prova iminente. Se não estivermos bem-preparados, as consequências de uma catástrofe não se limitarão aos danos ambientais, sociais e econômicos; elas podem ser ainda mais abrangentes. Hoje é no RS e amanhã pode ser na sua localidade!

À medida que o Rio Grande do Sul enfrenta uma das piores catástrofes climáticas de sua história, com chuvas em volumes extraordinários e cheias em níveis históricos dos rios, mais de 12 barragens estiveram sob pressão com risco de rompimento. O sistema de contenção de cheias está extremamente estressado, mais de 100 hospitais foram atingidos, serviços essenciais foram interrompidos, e a logística ficou comprometida, com mais de 180 bloqueios em rodovias e o aeroporto paralisado. Os impactos foram sentidos na produção, no abastecimento, no emprego, na renda, nas indústrias, nos insumos e nas paralisações, configurando um cenário de devastação generalizada.

Num contexto como esse, a experiência e a atuação dos profissionais de FM se tornam cruciais para a gestão de crises e a minimização de danos. As tempestades intensas causaram deslizamentos e inundações, impactando diretamente 332 dos 497 municípios do estado, ou 66% dos municípios possuem milhares de pessoas sem casas e negócios paralisados, com muitos edifícios danificados — desde locais de trabalho até locais de entretenimento, creches, hospitais e escolas, culminando em um estado de calamidade pública.

Durante eventos como este, os Facility Managers têm responsabilidades vitais, incluindo:

- Inspeção imediata das instalações para identificar danos e áreas de risco potencial;
- Implementação de medidas urgentes como evacuações e isolamento das zonas mais afetadas;
- Articulação com a Defesa Civil, bombeiros e polícia para otimizar as operações de resgate;
- Organização de abrigos temporários, distribuição de alimentos, água, roupas e suporte médico;
- Uso eficaz dos recursos disponíveis, assegurando a sustentação das operações de emergência, como combustível para transporte de alimentos e pacientes;
- Manutenção de uma comunicação clara com todos os envolvidos, oferecendo informações e orientações atualizadas;
- Preparação para diversos cenários, assegurando que a equipe esteja pronta para qualquer desenvolvimento.

Após o momento mais crítico, são necessários esforços para a recuperação pós-tragédia, que incluem a coordenação dos esforços de reconstrução e a implementação de medidas preventivas para futuros incidentes. Com um planejamento adequado, a eficácia das ações coordenadas pelo Facility Manager não só pode salvar vidas, mas também contribuir para estabilizar a situação até que as vidas estejam seguras e o planejamento para a reconstrução das cidades seja iniciado.

Por fim, à medida que o RS avança em sua luta contra o tempo e os efeitos adversos do clima, a figura do Facility Manager prova ser um pilar na gestão da crise, demonstrando a importância de uma liderança informada e proativa em tempos de necessidade urgente.

 

Ações mais urgentes para minimizar riscos à saúde

Em situações de catástrofe, adotar medidas eficazes para prevenir doenças e garantir a segurança é crucial. Aqui estão algumas ações recomendadas:

1. Usar apenas água potável para beber, cozinhar e para higiene pessoal. Se a água potável não estiver disponível, ferva a água por pelo menos um minuto ou use produtos químicos de purificação de água, seguindo as instruções do fabricante.

2. Descartar alimentos que tenham entrado em contato com água de enchente ou que não tenham sido mantidos em refrigeração adequada. Consuma apenas alimentos que estejam em embalagens hermeticamente fechadas ou que possam ser devidamente cozidos ou desinfetados.

3. Evitar contato com água que possa estar contaminada por urina de roedores. Use proteção adequada, como botas e luvas, ao lidar com água de enchente. Limpe e desinfete áreas que possam ter sido contaminadas.

4. Manter-se atento e use calçados e roupas protetoras ao entrar em áreas inundadas ou durante a limpeza. Verifique sapatos, roupas e toalhas antes de usar. Mantenha os arredores limpos para reduzir abrigos para animais peçonhentos.

5. Esvaziar e limpar a caixa d’água com uma solução de hipoclorito de sódio, seguindo as recomendações da autoridade local de saúde. Enxágue bem antes de reabastecer com água potável.

6. Manter a higiene pessoal, lave as mãos regularmente com água e sabão ou use desinfetante para mãos à base de álcool. Evite aglomerações e use máscaras se estiver em ambientes fechados com outras pessoas.

7. Em caso de feridas ou cortes, limpe a área imediatamente e consulte um médico para avaliação sobre a necessidade de uma vacina antitetânica. Manter o esquema vacinal atualizado é crucial para prevenir o tétano.

A questão “Qual seria o trabalho de uma equipe de FM em catástrofe climática?” não é apenas uma reflexão teórica, mas uma preparação essencial para realidades iminentes. O cenário catastrófico enfrentado pelo RS serve como um alerta de que desastres naturais podem ocorrer em qualquer localidade, a qualquer momento. Portanto, estar preparado não é apenas uma opção, mas uma necessidade urgente.

Profissionais de Facility Management são, sem dúvida, peças-chave na gestão de respostas a catástrofes. Sua habilidade em planejar e coordenar recursos pode fazer a diferença entre a recuperação e a ruína prolongada de uma comunidade. A capacidade de implementar planos de emergência, gerir comunicações e logística, e reconstruir infraestruturas são fundamentais para aliviar o impacto de eventos devastadores.

Além disso, o papel dos FM vai além da resposta imediata: estende-se à preparação e prevenção: Planejamento. Isso envolve a implementação de infraestruturas resilientes, a formação de parcerias estratégicas com agências de emergência e a educação contínua da comunidade sobre práticas de segurança.

O exemplo do Rio Grande do Sul reforça a necessidade de uma liderança informada e proativa em tempos de crise. Cada ação tomada pelos Facility Managers não só pode salvar vidas, mas também estabelece a base para uma recuperação mais rápida e eficiente. Portanto, é crucial que os profissionais de FM estejam bem-preparados, capacitados e prontos para agir não só hoje, mas também para os desafios de amanhã.

Em suma, a preparação e a ação dos profissionais de Facility Management em catástrofes climáticas são indispensáveis para proteger as comunidades, minimizar danos e acelerar a recuperação. Este é um chamado à ação para todos nós no campo do FM: preparar, responder e recuperar, não apenas como uma função profissional, mas como um dever cívico vital para com a sociedade.


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