Por Mateus Murozaki

Como você lida com doenças enquanto empregado?

Quantas vezes você ou um colega começou a sentir uma dor ou outro sintoma que, na hora, parecia leve e decidiu apenas ignorá-lo? Dias depois, essa sensação se transformou em dias ou, nos piores casos, semanas de ausência médica.

A verdade é uma só: vivemos em uma realidade corrida, e ir ao hospital consome tempo de deslocamento, espera de atendimento e, dependendo dos casos, ainda mais tempo entre exames. Quando se coloca na balança, uma dor no estômago ou dor de cabeça pontual pode não merecer esse sacrifício.

Ironicamente e de forma contraditória, essas são algumas situações que mais podem afetar uma operação, pois, por mais insignificantes que possam parecer, esses sintomas podem ser sinais de sintomas mais graves e afetam de maneira direta a performance do colaborador, acarretando faltas e atrasos. Uma solução encontrada para isso é o teleatendimento, que, desde a pandemia, ficou cada vez mais frequente e se tornou uma tendência no setor corporativo por trazer diversos benefícios.

O primeiro deles é a praticidade: nos casos mencionados acima, toda a inconveniência do tempo gasto com um atendimento presencial é amenizada, visto que uma consulta online pode ser feita em questão de quinze minutos, no próprio local de trabalho. Além disso, é uma alternativa mais econômica para empresas, principalmente as de serviço onde as margens são apertadas e inviabiliza a contraração de um plano de saúde completo para seus colaboradores.

Isso pode se traduzir também em contratações mais eficientes e redução de turnover. Vivemos em uma época em que benefícios são um diferencial, sendo planos de cuidados médicos um dos mais desejados em uma busca por emprego.

E o maior dos benefícios é realmente manter o bem-estar do colaborador, permitindo que sua saúde esteja sempre em dia e que trabalhe com a segurança de que qualquer pequena inconveniência médica poderá ser resolvida rapidamente.

“Quando falamos de cuidados para a saúde, um dos resultados é, ao longo do tempo, fazer o mapeamento dos elementos que afligem a população da sua empresa. Com o rol de dados de nosso pilar assistencial, especialmente a cobertura de medicamentos, é possível rapidamente identificar fatos e tendências na população, como doenças crônicas (diabetes e hipertensão), saúde mental (ansiedade, depressão) e outras, facilitando o direcionamento de ações mitigantes e preventivas”, explica Richard Crivelari, CEO da Benefício MEDIK, empresa focada em telemedicina.

O empreendedorapresentou alguns cases na 11ª Expo InfraFM que exemplificam como o cuidado com os colaboradores, pré e pós-casos de risco de saúde, pode fazer uma diferença significativa na operação. O primeiro deles foi uma ação em um chão de fábrica onde os funcionários desenvolveram maus hábitos alimentares que estavam levando a casos de pressão alta e pré-diabetes. Foram então desenvolvidas peças sobre a questão alimentar, e o CEO apontou uma, em especial, que fazia relação de doenças crônicas com disfunção erétil. Este esclarecimento fez com que os colaboradores da empresa tivessem uma atitude mais preventiva ao se alimentar, menos quantidade e de forma mais saudável.

Ainda na apresentação de Crivelari, foi comentado o fato de problemas de saúde estarem diretamente ligados à rotatividade dentro de ambientes de trabalho. A empresa trabalha muito com franquias da área de alimentação, onde os colaboradores precisam estar sempre dispostos e se sentindo bem em função de seu trabalho na área de atendimento.

Com o sistema de telemedicina implementado nestes clientes no setor de bares e restaurantes, a rotatividade baixou em mais de 30% devido ao cuidado oferecido ao funcionário, pelo benefício de saúde, além dele ser estendido a sua família. “Nós já escutamos até comentários que dizem que o benefício parece um aumento de salário, porque não precisar se preocupar com a conta das consultas e medicamentos é uma vantagem e alivia a constante preocupação com gastos inesperados, que comprometem o orçamento familiar, normalmente restrito ”, comenta o CEO.

Estes relatos apontam não apenas para os benefícios da telemedicina, mas também para uma tendência que, dentro de uma realidade acelerada e cada vez mais estressante, se fortalece cada vez mais.