Por Léa Lobo
Entre burocracias, riscos e minúcias, fusões e aquisições de empresas podem ser bem mais complicadas do que aparentam inicialmente. Por esse motivo, o investimento em uma boa assessoria financeira focada em M&A pode valer a pena.
Aqui, falamos com Nelson Bandeira e João Luiz Alves, ambos sócios da MAGMA, empresa focada em ajudar seus clientes a darem o próximo passo em seus negócios.
Fale-nos sobre quem é a MAGMA no mercado de M&A?
A MAGMA é uma tradicional boutique de fusões e aquisições, que atua há mais de 13 anos no Brasil, tendo realizado mais de 35 transações em diversos setores da economia, somando mais de R$ 5 bilhões em movimentações societárias. Nossa abordagem ao processo de M&A envolve compreender profundamente os negócios de nossos clientes e oferecer uma assessoria personalizada.
Como a sua empresa define e executa sua estratégia de aquisição no setor de Facilities Services? Quais critérios específicos são considerados ao avaliar potenciais alvos?
A estratégia da MAGMA no setor é definida pela compreensão profunda do mercado e das tendências específicas em M&A do segmento. Primeiro, realizamos estudos internos e conversamos com os principais gestores das empresas líderes a fim de entender quais características buscam em alvos estratégicos ao fazer aquisições. A partir daí, identificamos empresas que se enquadrem nesses critérios e cujos sócios desejam realizar venda total ou parcial de sua operação.
Diante das rápidas mudanças no cenário de Facilities Services, quais são as tendências mais significativas que você identifica e como essas tendências influenciam as decisões de aquisição dos principais players de mercado?
Nesse setor, as principais tendências que observamos incluem a integração de tecnologias avançadas, como IoT e IA, para otimização e eficiência de processos, juntamente com um forte impulso em direção à sustentabilidade, práticas ecológicas e diversidade. Há também um foco crescente na melhoria da experiência do usuário, oferecendo ambientes de trabalho mais agradáveis e seguros. Empresas que se apresentam na vanguarda de tais tendências são mais propensas a atrair investidores e terão mais sucesso num processo de venda.
Quais são os principais desafios que a sua empresa enfrenta ao conduzir aquisições no setor de Facilities Services?
Os principais desafios ao conduzir uma transação societária no segmento podem ser divididos em duas etapas. A primeira consiste em realizar um alinhamento de expectativas em relação ao valor de mercado da empresa. Por isso, realizamos o trabalho de Valuation, utilizando as melhores ferramentas do mercado, para balizar ao cliente o preço que companhia dele valerá para investidores.
Em um segundo momento, iremos apresentar a empresa ao mercado até conseguirmos uma proposta atrativa de compra ou investimento na empresa que faça sentido aos sócios. A partir do aceite da proposta, o investidor irá conduzir um processo de auditoria, no qual irá verificar a conformidade de inúmeros atributos da empresa. Nesse momento, vários desafios podem dificultar a conclusão de uma negociação como:
Informalidade: caso haja receitas e despesas que não transitam pela contabilidade e que, portanto, distorcem o resultado real da companhia.
Qualidade e tempestividade das demonstrações financeiras: caso o critério de contabilização ou lançamento de determinadas contas estejam errados, ou caso a contabilidade demore meses para apurar o resultado, não haverá confiança nos números.
Contratos e recorrência da receita: é vital analisar a estabilidade e a lucratividade dos contratos existentes, bem como quaisquer cláusulas que possam afetar a transação.
Regulamentação e compliance: a conformidade com normas de saúde, segurança e ambientais é crucial.
Contingências trabalhistas: Questões trabalhistas são críticas, pois o setor é intensivo em mão de obra. Deve-se avaliar os riscos associados a litígios trabalhistas e práticas de gestão de pessoal.
Reputação e qualidade de serviço: A reputação no mercado e a qualidade dos serviços prestados podem impactar significativamente o valor da empresa.
Como sua empresa aborda o processo de integração pós-aquisição, especialmente ao lidar com empresas de Facilities Services? Quais são as melhores práticas que você adota para garantir uma transição suave e maximizar o valor da aquisição?
A MAGMA busca promover em todas suas operações uma transição bastante suave, cuidando da confidencialidade do processo até o momento necessário, gerenciando as expectativas dos stakeholders, comunicando efetivamente as mudanças e garantindo que todos os envolvidos estejam alinhados com a nova visão da empresa combinada.
Quais são os critérios-chave que sua empresa utiliza para avaliar a atratividade de uma empresa de Facilities Services como alvo de aquisição? Como você equilibra fatores financeiros, operacionais e culturais durante esse processo?
Nossa estratégia consiste em buscar ativos que se enquadrem nas características buscadas pelos principais consolidadores desse segmento que buscam aquisições de no mínimo 51% das ações dos alvos em que investem, mirando segmentos como: áreas de segurança, refeições coletivas, manutenção industrial, logística interna e Facilities em geral.
Além disso, observamos que a grande maioria das transações ocorre com empresas que faturam entre R$75 milhões a R$300 milhões por ano e que já possuem um nível mínimo de governança corporativa e qualidade das demonstrações financeiras.
Nesse sentido, empresas auditadas, com baixo índice de passivos e contingências, que possuam sistemas ERPs robustos, amplo leque de produtos e serviços, e que sejam relevantes regionalmente são diferenciais que as tornam mais atrativas para investidores.
Complemente com o que desejar
O mercado de terceirização de serviços apresentou uma intensa consolidação nos últimos anos e continuará apresentando no médio-longo prazo no Brasil. Foram mais de 50 transações nos últimos anos. Prova disso é a GPS, líder de mercado com faturamento anual de aproximadamente R$10 bilhões, com mais de 20 aquisições nos últimos 5 anos, e que, mesmo assim, possui apenas 4% do market-share brasileiro. Ainda é um ambiente extremamente fértil para consolidação via fusões e aquisições.