Por Léa Lobo
Nesta entrevista, exploramos a jornada inspiradora de Valdez Lopes, atual Head of Energy na INEER, empresa do Grupo Mendes, e sua contribuição significativa para a indústria de energia, com ênfase em energia renovável. Ele compartilha insights sobre sua transição de engenheiro mecânico para líder no setor de energia, os desafios enfrentados, estratégias de liderança, e sua visão para o futuro da energia sustentável. Além de dedicado profissional, Lopes é uma pessoa do bem, pai do Pietro, Star (seu pet) e marido da Marina, gosta de viagens, passeios e restaurantes com toda a família e tem como esporte o Crossfit de forma muito dedicada. E gosta muito de churrascos com os amigos no final de semana.
Comente sobre seus primeiros anos como engenheiro mecânico e sua transição para a posição de Coordenador de Manutenção:
Dei início à minha carreira como estagiário de Engenharia Mecânica no GPA, passando por uma grande imersão na área de engenharia. Nessa etapa, eu não seguia minha carga horária de estágio, pois sempre tive muita paixão pelo que estava de fato exercendo. Tudo me deslumbrava e acabei passando por todos os processos da companhia.
Como foi sua experiência como Coordenador de Manutenção no Grupo Pão de Açúcar até chegar no Grupo Mendes?
Seguindo minha trajetória dentro do GPA, tive uma rápida passagem pela coordenação de manutenção centralizada na área de refrigeração. Após esse período, durante um ano, fiz parte da coordenação de manutenção de 95 lojas no Brasil dentro do Grupo Etna/Vivara. Finalizando essa parte de coordenação, resolvi participar de uma startup que implantou um projeto de eficiência energética junto ao Carrefour Brasil e, dentro dessa mesma startup, conquistamos um projeto de retrofit, no sistema elétrico e climatização, em 15 lojas Nextel Rio que teve duração de 12 meses.
O que motivou sua mudança para a indústria de energia, inicialmente como Gerente Operacional do Grupo Mendes? Quais desafios você enfrentou durante essa transição?
Mesmo na operação de Malls, sempre tive muitas tratativas com energia e havia de fato um projeto que estava desenhado para 2030. No entanto, com a vinda da pandemia, concluímos que seria importante e necessário antecipar esse projeto. Já que na gestão eu cuidava dos grandes contratos de energia dentro do Grupo Mendes, fui convidado, pelo presidente do grupo, a assumir o braço de energia. Já em relação aos desafios, poderia dizer que eles estão presentes diariamente, afinal, criamos uma empresa do zero e a implantação de processos acontece a cada dia.
Como Head na Geração Distribuída – Energia Renovável Fotovoltaica, liderando 31 usinas com 118MWp, pode compartilhar os principais desafios?
Temos 3 principais desafios nesse projeto: Comercialização; Sistema de billing; e Conexão.
Pode nos contar mais sobre a estratégia bem-sucedida na busca do parecer de acesso junto à concessionária CPFL Piratininga SP, com base na Lei 14.300 e a vinda do Marco Legal da Geração Própria em 2022?
A palavra se resume em planejamento estratégico. Passamos aproximadamente 2 anos mapeando toda a região de concessão que pretendíamos implantar as Usinas, junto com um time de corretores imobiliários. Tivemos uma frente de buscas de áreas e, com o apoio do time de engenharia, conseguimos protocolar junto à concessionária toda a nossa demanda necessária. Foram os 12 meses se dedicando intensamente a esse tema.
Lidar diretamente com a importação de 240K módulos fotovoltaicos Risen e 340 Inversores Huawei da China deve ter sido desafiador. Como você abordou essa parte do processo?
Realmente, esse projeto é muito desafiador. Fomos ao mercado em busca de uma empresa de EPC que pudesse nos ajudar nessa implantação. Tivemos inúmeras dificuldades no começo, mas no decorrer do projeto, acabou entrando no eixo.
Ao liderar equipes, como você mantém a eficácia da equipe e promove um ambiente colaborativo?
Manter a equipe motivada é um grande desafio em todas as organizações, no entanto, acredito que tenho vantagem por ser uma empresa nova dentro do Grupo Mendes. Isso acaba motivando os colaboradores a quererem fazer parte dessa história que está sendo escrita, fazendo com que os desafios diários entrem como combustível para cada um que faz parte desse novo projeto.
Como Head of Energy no Grupo Mendes, quais são suas responsabilidades e como essa posição se diferencia das anteriores?
Nas posições anteriores, eu era responsável por uma parte de uma empresa, e hoje, na posição de Head, sou responsável end to end, ou seja, desde a implantação das usinas, geração, comercialização, faturamento, recebimento e satisfação do cliente.
Quais são as tendências e desafios que você enxerga na indústria de energia, especialmente no contexto da transição para fontes renováveis?
O nosso atual cenário de energia renovável é muito positivo, pois em nossa matriz energética, o uso de fontes renováveis é superior à média global. Os maiores desafios do setor de geração vão ser vencer a geração proveniente de óleo diesel e nuclear, que hoje representam uma parcela muito pequena na nossa matriz, mas ainda estão ativas.
Conte-nos um pouco da sua trajetória educacional e diga se ela foi relevante para o seu desenvolvimento profissional ou a bagagem da experiência vivida foram diferenciais?
Acredito que ambos andem lado a lado, iniciando com uma base educacional boa para ter um grande desenvolvimento profissional, sem esquecer de sempre ir se atualizando, buscando novos conhecimentos e, principalmente, acompanhando a evolução do mercado. E o ideal é que isso seja feito de forma conciliada com sua vida profissional para que possa te agregar no dia a dia, te desafiando e fazendo com que consiga realizar sempre ótimas entregas.
Nesta entrevista, Valdez Lopes exemplifica a trajetória de um líder inovador no setor de energia renovável, enfrentando desafios com estratégia e determinação. Sua jornada de engenheiro mecânico a Head of Energy destaca a importância da paixão, educação contínua e liderança eficaz. Valdez não apenas contribui para a transição energética para fontes mais sustentáveis, mas também inspira por meio de sua liderança e visão para um futuro mais verde.