Por Léa Lobo

A qualidade do ar que respiramos em ambientes fechados é crucial para a saúde pública, especialmente após os impactos globais da pandemia de Covid-19 e das crises de H1N1. No Brasil, várias entidades e gestores têm liderado essa discussão, como a criação do PNQAI - Plano Nacional de Qualidade do Ar Interno.

O Presidente da instituição e CEO da MilliCare, Paulo Jubilut, explica que o PNQAI se propõe a implementar políticas públicas e sensibilizar tanto os que vivem em ambientes climatizados quanto os gestores e Facilities Managers sobre a importância de uma infraestrutura adequada em ambientes internos, assegurando que a qualidade do ar seja mantida em níveis que promovam a saúde e o bem-estar dos ocupantes. “O PNQAI se destaca pelo objetivo claro de suas lideranças: integrar a qualidade do ar interno à política pública e promover o tema em eventos e campanhas. E enquanto empresário do setor, trabalho para consolidar essa agenda em um movimento social e político”, enfatiza Jubilut.

O PNQAI inclui a criação de um pacto pela qualidade do ar, um compromisso defendido por profissionais e representantes de diversas instituições públicas e privadas, simbolizando a seriedade da causa, sendo que a importância desse plano vai além das fronteiras de São Paulo. O Estado do Paraná, por exemplo, também se destaca ao inspirar outras regiões do Brasil a considerarem uma legislação voltada para a qualidade do ar em ambientes fechados, como salas de aula, escritórios, clínicas e consultórios.

Sob a liderança do deputado Cobra Repórter, será realizada no dia 02 de dezembro, a audiência pública intitulada "Pacto Paraná pela Qualidade do Ar Interior – Um Compromisso com a Saúde Pública", no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.

Durante o evento, serão debatidos os principais aspectos do Projeto de Lei nº 636/2024, de autoria do deputado, que propõe a criação pioneira da Política Estadual de Qualidade do Ar Interior. Esta iniciativa visa manter o Paraná como referência nacional em políticas públicas sustentáveis e de vanguarda, com foco na saúde pública e na qualidade do ar em ambientes fechados, abordando suas principais implicações para a saúde respiratória. Baixe o PDF aqui.

Paulo Jubilut exemplifica que estudos e experiências em diversos países demonstram que a ventilação ineficiente em ambientes internos pode propiciar a proliferação de vírus, fungos e bactérias, comprometendo a saúde respiratória das pessoas. Um exemplo: as tais inúmeras viroses escolares são uma resposta a esses estudos.

Com a crescente compreensão dos efeitos do ar poluído em locais fechados, aumentou também a conscientização sobre a necessidade de regulamentação e melhoria dos sistemas de ventilação e climatização. E nesse contexto, os facilities managers desempenham um papel fundamental.

FM como protagonistas na garantia de ambientes saudáveis

Os profissionais que atuam em FM, principalmente quando lidam com a higienização dos ambientes, já possuem ampla responsabilidade sobre a infraestrutura e operação dos edifícios, e agora têm a oportunidade de serem protagonistas na implementação de soluções que garantam a qualidade do ar. Isso exige conhecimento técnico e um olhar atento para os processos que possam impactar o ambiente, incluindo limpeza e manutenção regular dos sistemas de ventilação e de carpetes e forrações, como destacado na ABNT 17037 (Projeto de Lei 110/2012).

Além de promoverem a segurança e a saúde ocupacional, os facilities managers são essenciais na execução de planos de renovação e filtragem de ar e atentos a contribuição do carpete para a qualidade do ar de interiores, como destacado pelo Guia Abritac - Guia Técnico de Manutenção e Limpeza de Tapetes, Carpetes e Capachos. “A participação desses profissionais torna-se ainda mais relevante com a regulamentação em desenvolvimento, que poderá, no futuro, exigir conformidade com normas de qualidade do ar”, pontua Jubilit.

O compromisso com a qualidade do ar traz benefícios para a saúde pública e para a economia. Estima-se que ambientes bem ventilados possam reduzir internações hospitalares por doenças respiratórias, especialmente em escolas e hospitais, onde há maior risco de contaminação cruzada. Adicionalmente, empresas que priorizam a qualidade do ar interno em seus escritórios observam um impacto positivo na produtividade e no bem-estar de seus colaboradores.

“Iniciativas como o PNQAI, somadas ao Pacto Paraná pela Qualidade do Ar Interior, não só promovem a saúde pública, mas estabelecem um exemplo para o país. As iniciativas demonstram que, com investimento em infraestrutura e conscientização, é possível criar ambientes internos mais seguros e saudáveis, refletindo a responsabilidade social e os cuidados com o bem-estar das pessoas. Para os Facilities Managers, o desafio é integrar essa nova demanda à sua rotina, contribuindo ativamente para um futuro em que a qualidade do ar seja um direito e uma realidade assegurada para todos", conclui Paulo Jubilut.