Por Léa Lobo
Da esquerda para direita: Rodrigo Silveira, Roberta Vasconcellos, Léa Lobo e Matheus Miranda. Foto: Divulgação |
Tive a alegria de estar com três profissionais que têm revolucionado a maneira como trabalhamos e nos conectamos no ambiente corporativo. Roberta Vasconcellos, Rodrigo Silveira e Matheus Miranda, três mentes instigantes à frente da Woba, compartilham suas visões sobre inovação, liderança e o futuro do trabalho. Roberta Vasconcellos é uma figura proeminente no ecossistema de startups no Brasil. Hoje como CEO e cofundadora da Woba, junto com seu irmão Pedro Vasconcellos, é mãe do Daniel, e também uma das mentes por trás de uma plataforma que conecta profissionais e empresas a uma vasta rede de espaços de trabalho flexíveis. Com mais de uma década de experiência em vendas e Marketing no setor de tecnologia, ela tem se destacado por sua habilidade em liderar e inovar. Recentemente o time e quadro de sócios da startup ficou ainda mais completo com a entrada do Marco Crespo, que assume a cadeira de COO (Chief Operating Officer).
Rodrigo Silveira, por sua vez, é o Chief Revenue Officer (CRO) da Woba, traz mais de 15 anos de experiência em liderança empresarial e é conhecido por seu sucesso no crescimento e desenvolvimento de novos negócios e produtos, como um solucionador de problemas estratégico e gestor de operações. Já Matheus Miranda é Growth Specialist na Woba, um apaixonado por startups e tecnologia, ele combina uma visão integrada com uma abordagem estratégica para impulsionar o crescimento e a inovação. Seu carisma e sua mentalidade voltada para a resolução de problemas fazem dele um profissional singular no mundo da comunicação. Juntos com toda a equipe Woba, estão revolucionando o mercado de Real Estate corporativo através dos escritórios flexíveis, promovendo um ambiente de conexões e garantindo maior eficiência e economia.
A Woba teve seu início em Belo Horizonte, nascendo de uma transformação da empresa original chamada Beer Or Coffee. Inicialmente, o objetivo era conectar pessoas em ambientes como bares, cafés e espaços de coworking, facilitando encontros profissionais. Em 2016, o mercado de espaços flexíveis ainda era incipiente e Roberta percebeu uma dor maior: os clientes queriam atrair pessoas para seus espaços e criar uma rede onde os usuários pudessem trabalhar em diferentes locais. Então, surgiu a ideia de um marketplace de espaços de trabalho, inexistente no mundo até então.
Para validar essa ideia, Roberta subiu uma página na internet e começou a testar se as pessoas estavam interessadas em reservar esses espaços. As reservas começaram a acontecer e o conceito evoluiu para um modelo de assinatura, onde os usuários compravam planos que permitiam acessar qualquer espaço da rede, semelhante ao Gympass, empresa, aliás, que o CRO Rodrigo Silveira foi vice-presidente. Em 2017, a Woba começou a vender planos para o usuário final e depois para empresas como Roche, Bradesco e Zurich, que se tornaram clientes vendo valor na centralização de contratos e na redução de custos ao transferir seus escritórios regionais para espaços flexíveis. Já em 2018, a startup começou a vender salas privativas no marketplace, aumentando a rede e recebendo um investimento significativo do fundador do Booking.com. A empresa cresceu, especialmente durante a pandemia de 2019, que foi uma oportunidade para ajudarem a comunidade de coworkings e clientes a se adaptarem ao novo cenário.
Roberta lembra que o modelo de negócios evoluiu para um pacote de assinaturas de créditos, permitindo que empresas usassem salas privativas, salas de reunião e espaços de eventos conforme necessário, permitindo que grandes empresas contratem a solução independentemente do seu modelo de trabalho. A flexibilidade e a centralização dos contratos se tornaram atrativos para grandes empresas. Hoje, eles contam com mais de dois mil espaços de trabalho em 350 cidades da América Latina, oferecendo uma plataforma de Workspace as a Service - uma ferramenta importante para as estratégias de Real Estate das maiores empresa.
Nos últimos três anos, a flexibilidade nos espaços de trabalho aumentou significativamente. O Censo Coworking da Woba de 2024 revelou um crescimento robusto de aproximadamente 20% no número de espaços de coworking no Brasil, com destaque para as capitais, especialmente São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Além disso, houve uma evolução na oferta de serviços, com maior foco em espaços para eventos e amenidades, mostrando uma adaptação às necessidades dos usuários. Os desafios enfrentados pelos gestores agora se concentram mais em questões operacionais e financeiras. Adicionalmente, a pesquisa de IFM 2024 da Aramark aponta que até 2030 teremos 30% do Corporate Real Estate no modelo de espaços flexíveis, versus os 5% atualmente, o que se alinha aos dados do censo apresentado.
Miranda afirma que ao simplificar a gestão de múltiplos escritórios regionais para empresas, centralizando contratos e reduzindo dores de cabeça com questões como IPTU, aluguel e mudanças de titularidade. “Empresas com muitos polos distribuídos, como a XP e a Cielo, se beneficiam enormemente dessa flexibilidade, aumentando a produtividade e economizando custos”. Silveira complementa e informa como a XP Inc. e Cielo, se beneficiam do uso dos espaços flexíveis: “a Woba oferece liberdade para as equipes trabalharem bem em qualquer lugar, adaptando-se a diferentes modelos plug and play. Para a XP, isso significou fornecer infraestrutura adequada para seus mais de 1.000 assessores em trânsito, com +300 posições fixas em coworkings e 1.500 encontros mensais em 24 estados, resultando em 20% de economia”.
Olhar a flexibilidade na perspectiva do ESG
Considerando que o metro quadrado mais caro é aquele não utilizado e que nem sempre essa informação é perceptível no dia a dia da gestão empresarial, disponibilizar para o colaborador um espaço de trabalho o mais próximo possível de sua moradia é um benefício que, além da retenção, traz felicidade aos colaboradores, que são aqueles que existem para fazer os negócios girarem. A professora e doutora Andreina Nigriello, especialista em mobilidade urbana, exemplificou em recente entrevista à InfraFM que 14,3 milhões de pessoas em São Paulo usam transporte coletivo, gastando até 126 minutos em seus deslocamentos diários. Como podemos nos desenvolver se uma parcela tão grande da população perde tanto tempo se deslocando? Isso é um obstáculo ao nosso progresso. “São Paulo é uma máquina de produção de tempo perdido” enfatizou.
Além disso, temos o contexto do ESG. O trabalho flexível contribui significativamente para a redução da pegada de carbono ao diminuir a necessidade de deslocamentos diários, o que reduz o consumo de combustíveis fósseis e a emissão de gases de efeito estufa. A adoção de práticas de trabalho flexível, portanto, não só melhora a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também promove um impacto ambiental positivo ao minimizar as emissões de carbono associadas às atividades empresariais tradicionais. Somada a esta estratégia, Roberta destaca que “o uso de dados é crucial para entender e otimizar a gestão dos espaços de trabalho, pois permite uma análise detalhada das necessidades das empresas, ajudando na centralização e flexibilidade da gestão dos espaços. Isso inclui a separação das áreas por função e custo”.
Por fim, esta equipe estratégica continua a inovar e adaptar suas soluções às necessidades do mercado, promovendo a flexibilidade e eficiência na gestão de espaços de trabalho. A combinação de soluções flexíveis, dados detalhados e um foco na mobilidade faz da plataforma Woba um parceiro estratégico dos Facilities e Workplaces Managers que buscam se adaptar ao futuro do trabalho de forma consciente, amigável e sustentável.