Se não for divertido não vale a pena!

Uma Jornada de Inovação, Sustentabilidade e Liderança com Augusta Consiglio da Lobo de Rizzo Advogados.

Por Léa Lobo

Se não for divertido não vale a pena!

Fundado em 2007, o Lobo de Rizzo Advogados destaca-se no cenário jurídico como um escritório full service de vanguarda, abrigando mais de 150 advogados apaixonados pelo direito. A equipe multidisciplinar, especializada em uma ampla gama de setores, trabalha de forma integrada em projetos, transações e litígios, tanto no mercado nacional quanto internacional, com o compromisso de oferecer soluções jurídicas excepcionais aos clientes.

No coração da gestão, está Augusta Consiglio, a força motriz por trás das áreas de Projetos, Real Estate, Facilities e Serviços. Augusta traz uma trajetória profissional rica e diversificada. Apesar de seu amor inicial pelo teatro, sua aversão aos holofotes a guiou em direção à sua outra paixão: a arquitetura, o design e o desenho. Sua curiosidade insaciável a leva a explorar novos lugares, mergulhar nas últimas tecnologias, desfrutar da gastronomia e se deleitar com a serenidade do mar. Nos momentos de lazer, Augusta se dedica à arte da joalheria artesanal. Casada com Renato, Augusta é uma virginiana que equilibra meticulosamente sua vida profissional com suas paixões pessoais, exemplificando a filosofia de sua jornada profissional, que agora compartilhamos com você.

“Iniciei minha trajetória em Corporate Real Estate, quando essa expressão aqui no Brasil era pouco conhecida, em meados dos anos 90. Nem eu sabia exatamente o que era! Havia acabado o curso de arquitetura e comecei trabalhando com projetos de layout em um banco. Desde então, tive a satisfação de ver como o mercado se estruturou e as pessoas se profissionalizaram. Agora, os CREs conseguem ter posições mais estratégicas nas estruturas corporativas, e o melhor, pude participar de tudo isso! Minha trajetória inclui passagens por Citibank, Brazilian Finance & Real Estate, Banco Panamericano, HSBC, AW, PwC e agora, Lobo de Rizzo Advogados Associados. Liderei muitos projetos diferentes ao longo do ciclo de CRE, incluindo projetos, real estate, facilities, gestão financeira e de pessoas, com o privilégio de vivenciar diferentes formatos de empresas.”

Além de suas contribuições no mundo corporativo, Augusta sempre teve um olhar atento para novas experiências e maneiras de pensar, entendendo que o estudo é um modo contínuo de crescimento. Após a Arquitetura, ela fez vários cursos e treinamentos, um MBA com foco em finanças, passou um tempo em Portland (OR) estudando inglês e agora está cursando uma Pós-graduação em Sustentabilidade em Facility Management na Universidade Europeia em Lisboa. Ela também participa, como ouvinte, da Comissão de Estudo Especial de Facility Management (ABNT/CEE-267), para discutir e estabelecer regras, diretrizes e normas no campo de Facility Management. Vamos saber mais?

Como está estruturada sua área na Lobo de Rizzo?

Na empresa lidero uma equipe multidisciplinar, com profissionais que atuam nas áreas de Projetos, Real Estate, Facilities, Serviços (Expedição, Biblioteca, Arquivo, Estacionamento, Secretarias, Copas etc.) e Compras e conto com um time in-house que estão sempre dispostos e com a inquietude de querer fazer mais! 

Como você aborda a gestão de portfólio imobiliário?  

A gestão eficiente é aquela que faz uma empresa crescer de forma sustentável, respeitando todos os envolvidos no processo (colaboradores, clientes, stakeholders), aquela que você melhora o desempenho buscando parcerias estratégicas, repensando processo e implementando mudanças. Ouvir o cliente interno e conseguir entender as entrelinhas, fazendo as pontes com o que é o negócio é extremamente importante para se fazer uma gestão de portfólio. 

E a otimização de processos?

Entendo que a busca por otimização de processos deve ser uma constante na gestão. Na minha realidade atual, faço a gestão de um portfólio pequeno, o que não nos impede de estar sempre buscando eficiências de energia, consumos etc.

Qual a importância da gestão de contratos de serviços através de KPIs?

Costumo dizer que, é sempre melhor quando conseguimos estabelecermos as regras do jogo, antes dele começar!! Os indicadores nada mais são do que essas regras e entendo ser impossível fazer a gestão de qualquer fornecedor ou contrato sem saber o que você quer receber em troca, mas cabe aos gestores saber o que pedir e entender que contratar serviços tem que ser uma balança equilibrada. Só conseguimos melhorar os serviços futuros, medindo os dados e extraindo informações do passado! Entendo que a área de CRE, ainda não tem relatórios padronizados e dados consistentes de KPIs, o que dificulta a padronização da contratação dos serviços, como vejo em outras profissões.

Compartilhe um exemplo:

Um processo de outsourcing que buscávamos reduzir absenteísmo e melhorar a qualidade do serviço de uma das áreas de atendimento. Esse foi um projeto em que tive uma boa surpresa, pois conseguimos com a prestadora dos serviços uma entrega muito melhor do que tínhamos estabelecidos nos nossos índices. Depois da implantação e de um ano em operação, pudemos constatar que o sucesso da implantação foi uma equação de uma ótima seleção de pessoas, de termos a regra bem clara para todos os envolvidos e de estarmos muito conectados durante todo o processo de terceirização.

Quais são suas considerações ao liderar projetos de grande complexidade? 

O profissional de CRE tem um papel de agente de cultura, é a pessoa que normalmente faz as pontes e as articulações com as outras áreas da empresa, pois circulam e conhecem muitas pessoas e são os que conhecem e ajudam a “resolver problemas”. Já fiz a implantação de muitos projetos, de pequena e grande complexidade, e entendo que para conseguir atingir bons resultados precisamos ser claros quanto as expectativas, saber comunicar-se, tomar decisões mesmo que algumas vezes difíceis, ser flexível com as mudanças constantes que qualquer implantação requer, delegar e estar sempre atento ao andamento. Diria também, que gosto de olhar para o que fiz errado, isso me dá muito molho para fazer melhor em outras oportunidades! 

Como você garante a coordenação eficaz entre essas partes interessadas?

Liderar pessoas é uma arte, pois você precisa conseguir fazer através de outros, entendendo os diferentes tempos de cada um, suas fortalezas e gaps para conseguir o melhor resultado! Quando as equipes são internas e conhecidas, fica um pouco mais fácil, mas quando temos fornecedores, concessionárias etc., é necessário muita conversa e paciência!!  Como ser o elo entre negócio e operação é uma rotina de anos, acabei aprendendo com o tempo!!!

No quesito ESG, quais são as suas considerações para o mercado?

Entender a questão da sustentabilidade com toda sua complexidade, (o equilíbrio saudável entre pessoas, planeta e prosperidade), que é o desafio de muitos que estão estudando, praticando e disseminando esse assunto. Podemos estar um pouco mais familiarizados com a sigla ESG agora, mas esse é uma expressão que surgiu no final dos anos 60 e vem sendo moldada através desses anos. É nosso papel estar atentos a busca constante por encurtar o caminho entre o querer e o fazer! Devemos ser os porta-vozes nas organizações sobre o pensar sustentável, sobre as inclusões e diversidades, sobre a participação de todos os colaboradores na cadeia de decisão!!

Gosto muito dessa citação do relatório Brundtland – “Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades!”

Compartilhe um projeto de destaque em que esteve envolvida?

Foram tantos e bons projetos...participei de crescimentos orgânicos de portfólios, mudança de data center sem interrupção na operação, consolidação de portfólios, implantação da área de CRE, projetos de outsourcing, revisão de modelo de workplace, recheado de muito controle de custo e gestão de pessoas.

Mas gosto muito do caso, já antigo, de um projeto de uma loja de varejo popular que recebemos da matriz para implantar no Brasil. Ele era tão elaborado que a área de negócios disse: não vamos fazer isso, além de caro, ninguém vai entrar nas lojas! Elas parecem uma boutique. Estava entre a minha regional, que exigia as implantações como definido globalmente e a área de negócios! Não era época de videoconferências, então fomos eu e a Diretora de Marketing para Baltimore (MD) explicar para o time global como era a realidade do Brasil e tentar reverter as exigências para a implantação do projeto. Para a realidade deles o projeto era muito simples, mas para o mercado local não era. Foram horas de discussão (com um inglês, na época, “beginner total”), mas conseguimos com conversas, desenhos e muito sanduiches com batata frita, durante as reuniões, convencer sobre a alteração do projeto. Foi divertido!!

E essa, desde então, é minha premissa para trabalhar, se não for divertido não vale a pena.

Como vê o futuro do CRE?

Enxergo como um mar de oportunidades para os que estão abertos as mudanças! A máxima sobre o profissional ter que se reinventar, nunca esteve tão presente como agora. Mudanças na economia, as tensões pelo mundo, a evolução tecnológica e as mudanças sociais são os ingredientes que teremos que lidar e estar preparados para dar o necessário suporte aos negócios que estamos inseridos.

Enxergo que essa discussão infindável sobre onde trabalhar (híbrido, remoto, anywhere) é só a ponta do iceberg das mudanças que estão por emergir! Entendo que o formato, a forma e o porquê de trabalhar, será em breve, muito diferente de quando iniciei minhas atividades...lá fazendo mudanças de layout!!  Essa revolução só está começando.

Qual sua mensagem para pares profissionais de mercado

Poxa, quem sou eu para deixar mensagem aos excelentes profissionais que a área tem.... mas vamos lá!  Usem sem restrição - se não for divertido não vale a pena, aproveitem, CRE é um mercado fascinante!!! 


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