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ESG para todos: Quais as diferenças em relação aos portes das empresas?

Disparidade de caixa, equipe e conhecimento para as ações focadas em impacto social muitas vezes parecem entraves. Como colocar tudo em prática agora mesmo. Leia neste artigo.

ESG para todos os portes de empresas. De Startups aos grandes conglomerados.

Imagem: canva.com/Thitthawat_s

Segundo o relatório ESG Radar 2023, da empresa de consultoria e serviços digitais Infosys, os investimentos em ESG (Environmental, Social and Governance) nas organizações devem chegar a US$53 trilhões até o ano de 2025 - um terço dos ativos globais sob gestão. O estudo contou com a participação de companhias com mais de US$500 milhões de receita anual em diferentes partes do mundo. De acordo com especialistas, a tendência é de que, no futuro, a sustentabilidade será a maneira de fazer negócios e as companhias vão precisar reorientar seus modelos de trabalho para que o ESG esteja completamente integrado. Então, como as startups podem começar suas operações já preparadas para os próximos anos?

Disparidade de caixa, equipe e conhecimento para as ações focadas em impacto social muitas vezes parecem entraves para empresas menores. Por isso, conversamos com duas startups e duas grandes empresas para entender as diferenças na condução de estratégias de ESG. Confira:


Parcerias como ponte para o impacto

Na Franq - fintech que integra produtos financeiros de diferentes instituições para bancários autônomos e escritórios de investimentos -, a principal ação de ESG é a adoção de uma área de 20 mil metros quadrados no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis (SC). Junto ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), a fintech realiza periodicamente uma força tarefa para retirar mudas invasoras à região, para que as espécies nativas tomem seu espaço novamente. O trabalho no local também é importante para a preservação de um dos principais aquíferos da cidade, entre os bairros de Ingleses e Rio Vermelho.

Além disso, a empresa também concentra esforços para pequenas ações que fizeram diferença no cenário local, como a distribuição de presentes de Natal e Páscoa para crianças em vulnerabilidade social, além como o descarte correto de equipamentos obsoletos e a troca do copo plástico descartáveis por canecas duráveis dentro da sede da empresa.

De acordo com Daniela Martins, CMO e CHRO da Franq, não é preciso um budget expressivo para a realização de trabalhos importantes voltados à comunidade local. "Junto às instituições mais experientes, é possível garantir a segurança e respeito com as pessoas envolvidas no projeto, unindo esforços com outras iniciativas que já estão em andamento nas comunidades", defende.


ESG como parte da cultura

A WK, empresa que desenvolve softwares de gestão empresarial (ERP), possui um longo histórico de ações voltadas à sustentabilidade. Com quase 40 anos de fundação, desde o início a companhia busca reduzir seu impacto ambiental por meio de reciclagem dos materiais do escritório, até a infraestrutura foi pensada em consumir menos energia com janelas projetadas para reter a temperatura ambiente e aparelhos de ar-condicionado inverter (que consomem menos energia) e as lâmpadas são de LED. Recentemente, a WK investiu R$ 2 milhões no projeto de geração de energia, que, nos próximos 25 anos, vai evitar a emissão de aproximadamente 690 mil quilos de CO² na atmosfera - o equivalente ao plantio de quase 5 mil árvores.

"Já realizamos diversas campanhas de conscientização, inclusive com ações para plantio de árvores e doações de materiais de computador.  Usar a energia solar na sede era um caminho natural para nós", comenta Wanessa Keske, sócia da empresa. Com as placas da usina própria de geração fotovoltaica, a WK vai gerar 104% da energia que é consumida na sede, passando a operar totalmente com energia limpa. Com o projeto, a empresa catarinense tornou-se o primeiro ERP de energia 100% sustentável do Brasil.

Outra iniciativa focada em ESG, é a disponibilização de um ERP totalmente gratuito para impulsionar o crescimento das microempresas. "O nosso sistema é pensado para facilitar ao máximo a vida dos usuários, garantindo uma boa governança", destaca Wanessa.


Redução da pegada de carbono é foco da Deskbee

A Deskbee, startup de gestão do workplace líder no segmento no Brasil, aponta que o trabalho híbrido, regime que se consolidou nos últimos anos, quando bem gerido, pode representar uma economia considerável de recursos naturais e redução na pegada de carbono das empresas. O CEO da empresa, Mário Verdi, conta que um dos pilares da ferramenta é a questão da otimização do uso de recursos através de uma gestão eficiente do espaço. "A ferramenta permite que as salas sejam reservadas e espaços só sejam abertos se houver necessidade, evitando que eles fiquem consumindo energia elétrica, por exemplo", detalha. O trabalho híbrido também propicia a redução dos deslocamentos dos funcionários, que diminui o uso de transportes poluentes. Outro impacto é na gestão de refeitórios: com a tecnologia, é possível que o funcionário reserve e confirme previamente sua refeição, evitando os desperdícios de alimentos.

Para aumentar esse impacto, a Deskbee se tornou uma Empresa Amiga das Abelhas por meio de uma parceria com a ONG Bee or not to Be, organização que desenvolve e distribui em escolas municipais material didático multidisciplinar sobre a questão das abelhas - já que cerca de 85% de todas as áreas verdes dependem de sua atividade de polinização. Além do patrocínio anual proporcionado à ONG, a Deskbee atua na discussão da causa, procurando fomentar o tema em sua base de mais de 300 mil usuários, distribuídos em quase 400 clientes, e inspirar outras empresas a aderirem à causa. A startup também participou, junto ao iFood, um dos clientes da empresa, de uma ação de plantio de árvores com a ONG SOS Mata Atlântica, doando 16 mil mudas. "Esse tipo de preocupação está sempre em nosso radar, uma vez que um de nossos pilares é colaborar nas questões ambientais e na redução da pegada de carbono", salienta Mário.


Análise e avaliação de risco para estratégias

Na líder global em sensores, softwares e soluções autônomas, Hexagon, a estratégia ESG é pautada no papel que os produtos e soluções desempenham no mercado, assim como os processos e ações da empresa. Para alcançar o maior impacto possível, a companhia, que tem cerca de 24 mil funcionários e atuação em 50 países, fez uma análise e avaliação de risco e definiu cinco áreas-chave de sustentabilidade, que abrangem um amplo espectro de oportunidades, para diminuir riscos e aumentar o impacto sustentável.

Cada uma delas está vinculada a ações práticas e compromissos claros, o que dá uma direção global e permite sinergia em todas as iniciativas. Esses compromissos e ações incluem: possibilitar o desenvolvimento sustentável por meio das soluções da Hexagon; operar de forma sustentável para melhorar a própria pegada ambiental; impulsionar a sustentabilidade na cadeia de suprimentos e por meio da cultura e pessoal, assim como envolvimento em atividades que apoiem soluções para desafios sociais.

Para Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, que tem sede e fábrica no Brasil, ter objetivos bem definidos é um primeiro passo essencial para desenvolver a estratégia ESG em qualquer empresa. "As soluções da Hexagon já desempenham um papel importante para a sustentabilidade ambiental e social no mercado ao melhorar a eficiência de muitas indústrias. Na agricultura, por exemplo, os produtos inovadores auxiliam na redução do uso de agroquímicos e de combustíveis em até 25%", destaca. Segundo ele, a agenda ESG amplia esse compromisso. "Ainda há muito caminho para evoluir, mas trabalhar para alcançar um futuro mais sustentável para o nosso planeta é um compromisso que não pode ficar para depois, precisa sair do papel, agora, principalmente nas grandes empresas".




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