Guido Petinelli
 

Fim do turnover: escutar para engajar

Pesquisa revelou que quase 50% das demissões são voluntárias. Especialista cita a escuta contínua como estratégia para prever saídas e melhorar os índices de permanência nas empresas.
Dados de emprego no Brasil e o fim do turnover pelo processo de escuta contínua
Foto: canva.com / gradyreese

O Brasil encerrou 2022 com mais de 1,8 milhão de desligamentos e um saldo negativo em dezembro de 431 mil empregos, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Os números disponibilizados pelo Governo refletem um grande problema das organizações: a rotatividade de profissionais. Pesquisa realizada pela Pulses by Gupy, apurou que em 2022 quase metade (48,39%) das saídas de funcionários nas empresas foram voluntárias - um aumento considerável se comparado com dados do ano anterior. Em 2021, cerca de 10% das saídas foram a pedido do profissional.

Por meio de análise de dados, a Pulses by Gupy apontou os principais motivos que ocasionaram a saída voluntária dos profissionais de seus empregos no último ano. São elas: senso de realização; disposição física; identificação com a história, missão e visão da empresa; condições de trabalho; felicidade no trabalho. Os resultados reforçam a relação entre rotatividade e o engajamento dos colaboradores. Renato Navas, cofounder e Head de People Success da Pulses by Gupy, explica que existem vários fatores que impactam o engajamento dos colaboradores, os quais têm se mostrado um excelente sinalizador de movimentos de geração de valor do colaborador.

"O engajamento do colaborador com a empresa pode ser regenerativo desde que haja uma escuta e uma intervenção contínua sobre os principais aspectos que o impactam. O foco deve ser na geração da reciprocidade: contribuir para a geração de valor do colaborador olhando para aspectos que impactam seu engajamento ao mesmo tempo que observando a contribuição deste para os resultados da organização. Não existe relacionamento sem reciprocidade", afirma Navas.

Renato explica que a estratégia de escuta contínua contribui para ter um quadro mais fiel do engajamento e, assim, elaborar estratégias para solucionar os problemas que estão causando a queda no envolvimento do colaborador com a empresa. "Tradicionalmente, as pesquisas de clima são realizadas com uma periodicidade anual ou bianual, mas a vivência de uma empresa não pode ser mensurada em um único registro. Se a escuta não é feita continuamente, o que se tem é apenas uma foto e não uma percepção de um todo, como seria um filme", orienta Renato.

Previsão de demissões
A partir dos dados semanais gerados pelos respondentes, a Pulses by Gupy, com o uso de recursos de inteligência artificial, é capaz de prever o risco de saída voluntária, classificando em alto, médio ou baixo e revelando os motivos e sugestões de ações para que a liderança possa agir. 

"Esta funcionalidade de predição e diagnóstico da saída voluntária é um divisor de águas para os gestores, pois ajuda em um dos maiores custos da empresa: a perda de talentos. E estes custos vão muito além das perdas visíveis de uma reposição, mas tudo que se perde na saída de um talento: conhecimento, histórico, contexto, cultura, moral do time, resultados futuros e muito mais", reforça Cesar Nanci, CEO da Pulses by Gupy.

Cesar explica que, para reduzir o turnover, é necessário atuar nos fatores que compõem o clima organizacional da empresa (ou da área), e ainda observar a estrutura em torno da qual a empresa é organizada (processos, regras, políticas). "Por meio da metodologia de escuta contínua é possível mensurar a percepção dos colaboradores sobre estes temas. Decidir com apoio de dados é como analisar o DNA da organização e agir sobre aquilo que de fato importa e trará resultados" aponta. 


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