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Planeta terra em perigo

Conheça as ações que sete "super-heróis" fizeram em prol da sustentabilidade das edificações que gerenciam

Que o planeta vem pedindo socorro, todos nós já sabemos, mas um grupo de executivos resolveu agir e vem fazendo história. Em busca de cases que tratem a pauta de ESG – Governança Ambiental, Social e Corporativa, a Revista InfraFM pediu ajuda a uma liderança, uma das mentes mais atualizadas quando o assunto é Sustentabilidade e que, há quase duas décadas, vem emprestando a sua voz a natureza. Estamos falando de Wagner Carvalho, professor, ativista e empresário, que vem liderando muitos projetos ambientais, econômicos e sociais e será nosso guia por esta jornada inspiradora.

“Costumo dizer em minhas palestras que os dois dias mais importantes das nossas vidas são, primeiro, o dia que você nasce, e segundo, o dia em que você descobre a sua missão. Trabalhar com sustentabilidade é a minha missão de vida e receber o convite de apresentar verdadeiros guardiões do meio ambiente na área de FM encheu o meu coração de alegria. Vamos aos heróis”, inicia Wagner Carvalho, CEO da W-Energy.

Energia sustentável

Desde que a energia elétrica se popularizou no mundo, ela está diretamente ligada à iluminação, tanto é que a grande maioria chama as contas de energia de “contas de luz”. Quando o tema é iluminação, os primeiros super-heróis desta reportagem são dos times de Infraestrutura e Ecoeficiência, liderados por Leonardo Malagutti, Líder de Infraestrutura Civil e Fábio Narvais, Analista de Projetos de Ecoeficiência, ambos

do Bradesco.

Malagutti, Narvais e suas equipes receberam o desafio de iluminar suas agências (Banco Bradesco) de modo sustentável, tendo a missão de trocar 100% da iluminação comum de próximo de 1000 agências por lâmpadas econômicas e sustentáveis, em pleno funcionamento e no período da pandemia. Os times não se intimidaram e encararam o desafio, chamando os maiores fabricantes mundiais do setor e colocaram de pé o projeto, que hoje entrega uma economia de mais de 60% no consumo de energia em iluminação.

O projeto iniciou em novembro de 2018, e passou por mais de 1843 agências, sendo 1403 concluídas e mais 440 em andamento, incluindo o BID 2021. “Um grande desafio e proporcional ao tamanho do banco. De todo o projeto, mais de 500 agências foram executadas em parceria com a W-Energy. “Foi nesse momento que conheci o Wagner Carvalho, que com a experiência de sua equipe trouxe um olhar voltado para apuração da economia em detalhes. O projeto contemplou a preocupação do conforto dos colaboradores, o descarte correto e reciclagem das lâmpadas antigas para não contaminar o meio ambiente, sem falar no desafio logístico”, detalha Malagutti, que ficou à frente do projeto do início ao fim, em conjunto com a equipe de Ecoeficiência do banco.

Os próximos passos: “A parte mais desafiadora vem agora, após sustentabilizar os grandes centros”, afirma Malagutti, que toca o BID para contratação e execução das agências mais remotas, sendo algumas localizadas na região norte do país, que dependem de deslocamentos por barcos por até 8 horas.

Apetite por precisão

“Eu sempre destaco em minhas aulas a importância de ‘medir’ em todo os projetos, e em sustentabilidade isso não é diferente. O mundo aprendeu com Peter Drucker (Papa da administração) que o que não pode ser medido,

não pode ser gerenciado.

O que eu não imaginava é que encontraria na minha carreira
um cara tão obstinado por detalhes e é nesse momento que apresentamos o nosso segundo herói”, afirma Carvalho.

Imagine você possuir em sua empresa uma tecnologia capaz de lhe informar os dados de consumo de energia e água, via internet. Você já deve estar pensando – isso é velho, chama-se telemetria – porém, imagine ter esses dados em mais de 300 pontos setoriais, fazendo uso de IoT (Internet das Coisas), e saber o consumo de cada ambiente e receber alarmes quando problemas acontecem e até mesmo antecipá-los. Edmar Cioletti, Superintendente Premisses & Facilities – Santander, possui uma solução de dar inveja em qualquer gestor de Facilities.

Edmar Cioletti, executivo do Banco Santander há mais de 35 anos, recebeu a missão de polir um verdadeiro diamante: deixar ainda mais moderno um dos edifícios mais sustentáveis do país, a Sede do Santander, que faz parte do complexo JK Iguatemi. A aposta foi ousada. O futuro caminha para a micro automação e “como fazê-la sem informação?”, questiona Cioletti. O edifício possui 34 andares e uma ferramenta foi desenvolvida para a operação de um volume tão grande de medições setoriais. Com o prédio em operação, que nunca para, as implantações foram executadas quase que 24 horas. “De dia, a noite e de madrugada, nenhum erro poderia ser cometido, sobre o risco de atrapalhar o desenvolvimento das atividades do edifício”, explica Cioletti que, em parceria com a W-Energy, fez uso de soluções IoT, como Sigfox e Lora.

O projeto prevê o monitoramento de todos os pontos de consumo de água e energia, incluindo água de reuso, e tem facilitado a vida da equipe operacional, na resolução de problemas com velocidade, prevenção e busca por eficiência energética e hídrica. “Por se tratar de um projeto importante e alinhado com a cultura ESG, a ideia é compartilhar os aprendizados e resultados com as demais áreas do banco e expandi-los para as mais de 70 edifícios que compõem o Santander”, afirma Edmar Cioletti.

Cada gota conta

A crise hídrica retornou com a tendência de piorar muito até o final do ano. Não utilizamos o líquido mais precioso da terra como deveríamos e agora enfrentamos as consequências, mas enquanto muita gente pensa em como se preparar e no que fazer, nosso quarto personagem saiu na frente, iniciou seu projeto em 2020, bateu sua meta anual e surfa uma verdadeira onda de economia. Agora, nosso personagem é Fabiano Dantas da Diretoria de Manutenção do GPA.

Já imaginou o desafio de economizar água em um supermercado? Multiplique por uma rede. Água para limpeza, padaria, peixaria, açougue etc., mas isso não intimidou Dantas, que foi rápido como tinha que ser. Estudou suas despesas, separou as 150 unidades do GPA com a maior conta de água e recebeu o desafio de sustentabilizá-las com seu programa de economia de água em 90 dias.

“Nosso projeto deu tão certo e mesmo com prazo desafiador, trouxe um resultado muito rápido”, afirma Dantas, que é engenheiro Eletricista. Começando pelas unidades com maior despesa, visando financiar a operação das demais com a própria economia, o projeto previu a implantação em 39 cidades e em 10 estados. “A economia média apurada nas unidades é 38%, o que foi considerado ótimo, pois em muitos pontos de consumo de água realizamos processos produtivos, o que não é possível interferência”, explica o Dantas.

No pacote do seu projeto, foi realizado a localização e resolução de todos os vazamentos, instalação de equipamentos economizadores, telemetria nas entradas de água e fez parte do escopo manutenção preventiva e corretiva por parte do parceiro, neste caso a W-Energy, que usou seu arsenal de tecnologias economizadoras para implantar o projeto. “Estamos produzindo vídeos de conscientização para sensibilizar nossos colaboradores e nosso compromisso ambiental com práticas ESG, e já estamos expandindo o projeto para mais 27 unidades enquanto estudamos a forma inteligente de padronizar o projeto no grupo”, conta Dantas.

DNA ESG

Costumo brincar que o gestor de Facilities, uma vez picado pelo bichinho da sustentabilidade, começa a observar os detalhes em tudo, da eficiência da iluminação por onde passa, climatização, a vazão, o tempo de fechamento das torneiras e fica até mais exigente em casa com a própria família. E existem duas histórias que merecem ser contadas. Eles não se conheciam, mas juntos já economizaram mais de R$10 milhões de reais para as empresas onde passaram nos últimos anos. Os executivos ESG e campeões de economia, Edilson Guedes, Engenheiro no Grupo Ímpar e Ricardo de Barros, Gerente de Facilities no Grupo Konecta.

Ricardo de Barros começou a carreira em bancos e migrou para a área de call center. É Engenheiro Eletricista, antenado e fã de tecnologias limpas. Se destacou profissionalmente pelo sucesso do seu programa de redução do consumo de água para mais de 15 mil colaboradores, ocasião que conheceu o empresário,
Wagner Carvalho.

Já Edilson Guedes começou na área da saúde, e no seu auge teve a coragem de migrar para a indústria, em busca de um novo prisma e cultura para área de infraestrutura, retornando para área de saúde posteriormente, o que lhe transformou como profissional, pois o intercâmbio de práticas foi muito rico. Guedes acabou gerando muita literatura para infraestrutura, chamando a nossa atenção para ganhos camuflados. Seu projeto de economia de água foi reconhecido na área hospitalar como inovador, surpreendendo a todos, pois contabilizava até as casas decimais de seus resultados e benefícios indiretos. Enquanto economizou quase R$ 5 milhões nas contas de água, economizou mais de um milhão reais com as despesas de gás. “Quanto mais água eu economizo nos banhos dos meus pacientes e colaboradores, menos gás eu consumo para aquecer essa mesma água”, explica Guedes.

Acompanhe agora as principais lições desses dois executivos, quando o tema é sustentabilidade:

Qual a origem e/ou motivador do seu interesse pela sustentabilidade?

Edilson Guedes: Não fomos ensinados do jeito certo, pois tínhamos esses recursos em abundância se comparado com outros países. Eu não tinha ideia que mudanças climáticas ocorreriam com tamanha velocidade e comecei com o intuito de melhorar os indicadores das empresas, até que me conectei com o propósito e magnitude do projeto. Hoje sou pai e entendo os benefícios para as próximas gerações.

Ricardo de Barros: Sempre gostei de me atualizar, eu sabia que o nosso país era o número 1 em disponibilidade hídrica, mas que também era campeão em desperdício. Nossos hábitos atuais, se projetados para o futuro, adicionando o crescimento populacional, geram um número alarmante. Portanto, quando a minha ficha caiu, resolvi fazer algo a respeito e consegui despertar o interesse das minhas lideranças. Tudo começa pela venda da ideia e seus benefícios a companhia.

Quais os maiores benefícios para o Gestor de Facilities ao implantar um programa como esse?

EG: Os gestores vivem de resultados. Poder derrubar uma conta de energia em 20% e uma conta de água em 40% geram um impacto grandioso nos resultados da empresa. Sabemos que resultados como esses não são possíveis de conquistar em todas as linhas de orçamento e essas economias podem até custear outras melhorias.

RB: Os maiores resultados que eu conquistei foram através da adoção do modelo de performance. As empresas em que trabalhei sempre viram com bons olhos, pois pagar o prestador de serviço apenas se ele gerar resultado, traz segurança para a empresa. Ainda mais no caso da W-Energy, que fez o investimento. Um outro ponto, as vezes esquecidos pelos gestores de Facilities, são as economias indiretas. Quando eu terceirizo a minha gestão água, em modelos como eu adotei, eu também reduzo as minhas despesas em folha e suprimentos, pois a manutenção passa a ser do meu parceiro e o custeio e reposição das peças também, deixando a empresa mais enxuta.

Qual o impacto que o ESG/ sustentabilidade terão no futuro dos negócios e na vida dos gestores de Facilities?

EG: Eu não diria nem no futuro! Já faz parte do presente! Os consumidores estão cada vez mais exigentes e não querem fazer negócios com empresas sem compromisso ambiental e isso gera uma verdadeira corrida por eficiência. Cada vez mais seremos cobrados por resultados, com metas mais desafiadoras, um verdadeiro caminho sem volta. ESG é agora!

RB: Entendo que as empresas sem boas práticas ESG serão extintas. Uma verdadeira revolução foi iniciada. Os gestores de Facilities deverão se cercar de especialistas e arrumar formas criativas para viabilizar os seus projetos, pensar em contingências e adoção de ferramentas para gestão e controle das metas ESG são fundamentais. A sustentabilidade se tornará estratégica para todas as empresas. É apenas uma questão de tempo para que todos tenham esse entendimento.

Empreendedor social

Fechando nossa pauta ESG, gostaríamos de agradecer a participação especial do Wagner Carvalho, que é um exemplo em ESG/Sustentabilidade, além de CEO e fundador da W-Energy, uma empresa diferente, entre as melhores para se trabalhar. Assume riscos e investimentos para viabilizar os seus projetos, possui ESG como core do próprio negócio e vive em seu dia a dia a sustentabilidade na prática. Wagner ficou conhecido, compartilhando seu conhecimento em sustentabilidade, em diversos veículos de comunicação. Gera sua própria energia, é vegano, dirige um veículo elétrico e, nos últimos anos, trouxe inovações tecnológicas de países como EUA, Rússia, China e Alemanha, sendo que o que mais desperta a nossa admiração, além da defesa das causas ambientais, é o seu engajamento em diversos projetos sociais.

Apenas no primeiro semestre deste ano, Wagner Carvalho e sua equipe doaram mais 9 toneladas de alimentos. Plantaram no Dia do Meio Ambiente (2021) mais de duas mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, forneceram camas, álcool gel, EPIs para diversos hospitais em dificuldade, uma galeria de arte urbana com propósitode sensibilizar à população, e muito mais. Para finalizar, o CEO da W-Energy deixa a seguinte mensagem: “Vamos colocar a natureza no centro de tudo. Não somos a Terra, pertencemos a ela. Não basta economizar, agora precisamos REGENERAR. Para isso, conte comigo!”

 

Wagner Carvalho, CEO da W-Energy

Leonardo Malagutti, Líder de Infraestrutura Civil e Fábio Narvais, Analista de Projetos de Ecoeficiência, ambos do Bradesco

Edmar Cioletti, Superintendente Premisses & Facilities - Santander

Fabiano Dantas da Diretoria de Manutenção do GPA

Ricardo de Barros, Gerente de Facilities no Grupo Konecta e Edilson Guedes, Engenheiro no Grupo Ímpar

CONFIRA  AQUI A VERSÃO DIGITAL DESTA EDIÇÃO.

 

 

 


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