Black Friday - Congresso 2025
 

Limpeza hospitalar, uma questão de educação

Por Eliza de Lima e Mário Guedes

Nos corredores dos hospitais e outras unidades de saúde de todo o país, profissionais cumprem turnos extensos, com paramentação pesada e muitos equipamentos de proteção individual. O risco de contaminação é alto, mesmo que eles não lidem diretamente com os pacientes de Covid-19. Embora a rotina seja parecida, não se trata de médicos ou enfermeiros, mas de trabalhadores da limpeza hospitalar, incansáveis em sua missão de manter os ambientes, equipamentos e superfícies impecavelmente higienizados,

uma atividade imprescindível no combate à pandemia.

O coronavírus é apenas uma das muitas ameaças biológicas que esses profissionais enfrentam todos os dias. Ainda corria o século XIX quando o médico húngaro Ignaz Semmelweis descobriu que o simples ato de lavar as mãos poderia diminuir de forma significativa as infecções e mortes dos pacientes na enfermaria da maternidade de um hospital em Viena, na Áustria.

O lavar de mãos evoluiu para práticas pessoais de higiene mais ostensivas e começou-se a pensar em outros protocolos que pudessem contribuir para que os hospitais se tornassem não apenas limpos, mas desinfetados e, portanto, mais seguros. As chances de um paciente contrair as chamadas infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) podem ser reduzidas em até 90% com a simples adoção de uma higiene correta do ambiente hospitalar, segundo alguns estudos.

Popularmente conhecidas como infecções hospitalares, as Iras ocorrem em pacientes internados em instituições de saúde e são causadas por microrganismos adquiridos a partir de outras pessoas que também estiveram no hospital. É o que a ciência chama de infecção cruzada. Elas também podem ser adquiridas por meio de objetos ou substâncias recentemente contaminadas por outra fonte humana, a infecção ambiental. A ocorrência de ambos os tipos de infecção pode ser minimizada se a higienização for realizada por profissionais de limpeza bem capacitados e orientados, visto que a execução dessas
tarefas demanda conhecimento sobre técnicas, produtos e equipamentos específicos.

O conhecimento adequado de técnicas, produtos e equipamentos vai garantir uma limpeza e desinfecção corretamente realizadas. Além disso, também é preciso que os profissionais de limpeza que atuam nesses espaços estejam emocionalmente preparados. Afinal, eles lidarão diretamente com vidas humanas - e a recuperação e sobrevida dessas pessoas
dependem da responsabilidade e
boa conduta pessoal frente aos quadros clínicos, bem como da sensibilidade emocional.

A pandemia de Covid-19 escancarou uma realidade que muitos ainda se negam a encarar: profissionais de limpeza que atuam na área da saúde precisam ser altamente especializados. Não basta saber fazer a higienização, é necessário o desenvolvimento da percepção global de sua função, com compreensão de questões relacionadas à biossegurança antes, durante e depois do expediente.

Por isso, esses profissionais devem ser devidamente valorizados. O investimento feito neles deve sempre aliar equipamentos e produtos de limpeza adequados a um programa de capacitação continuada. Assim, mesmo em tempos de pandemia, quando o número de infectados pressiona o sistema de saúde e os profissionais que atuam na linha de frente - incluindo a equipe de limpeza -, a formação profissional ajuda a trazer segurança para realizar os procedimentos com eficiência e qualidade, apesar das dificuldades.

*Eliza de Lima é assistente de hotelaria hospitalar e ex-aluna da Fundação de Asseio e Conservação, Serviços Especializados e Facilities (Facop). Mário Guedes é biólogo e coordenador dos cursos de limpeza da mesma instituição.

CONFIRA  AQUI A VERSÃO DIGITAL DESTA EDIÇÃO.


Veja também

Conteúdos que gostaríamos de sugerir para a sua leitura.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca

Mais lidas da semana

Workplace

Para coordenadora de Workplace da Blip, escritório materializa cultura

Conheça nova sede da empresa, que busca centralizar encontros e valorizar identidade da marca.

Carreira

Crescimento desordenado de FM: quais são as consequências?

Nos últimos 20 anos, formalização da área avançou, mas existe baixo investimento em qualificação profissional. Robson Quinello, especialista em Facility Management, fala sobre precarização e oportunidades do mercado.

Mercado

Entenda todos os benefícios de prédios com certificação LEED

Selo internacional pode fazer uma grande diferença.

UrbanFM

Inversão da pirâmide etária: nossas cidades estão preparadas?

Especialista em Gestão Urbana comenta aumento da longevidade e a queda das taxas de natalidade em artigo.

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Repensar a gestão das instalações de trabalho

Tendências inovadoras e sustentáveis se destacam na pesquisa da Aramark, que traz as transformações no Gerenciamento de Facilities em 2024.

Revista InfraFM

Maior encontro de FM da América Latina: do invisível ao indispensável

InfraFM realizou quatro encontros em evento único, com mais de 5,5 mil participantes.

Revista InfraFM

Insights das palestras do 19º Congresso InfraFM

Acompanhe um resumo das palestras e explore as inovações sustentáveis e estratégias avançadas no campo do Facilities Management.

Revista InfraFM

Inovações que transformam foram cases de sucesso dos expositores

Nas Arenas Soluções para FM, foram apresentados conteúdos com cases de sucesso dos expositores, que destacaram serviços, tecnologias e pessoas.

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP