Com a quarentena, a maior parte dos edifícios comerciais vem passando por um período de baixo fluxo de usuários, principalmente por conta do regime de home office adotado por várias empresas. A situação é temporária, porém, os condomínios precisam ficar atentos, pois um empreendimento vazio continua com as mesmas demandas de manutenções preventivas rotineiras.
Então, sim, elas devem continuar sendo feitas mesmo com o prédio vazio. Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia detectou que mais de 60% dos acidentes ocorridos em edifícios com mais de dez anos estão relacionados à deficiência ou inexistência de manutenção.
Isso comprova a importância do monitoramento periódico nas edificações, mesmo com um baixo fluxo de pessoas circulando pelo local. Sem esses cuidados, o tempo médio de vida útil dos equipamentos diminui e os empreendimentos terão que dispor de um maior investimento em retrofit.
Todas as partes da edificação devem ser analisadas com base em leis, normas e preceitos técnicos. Tomando como exemplo a legislação de detecção e alarme de incêndios: os curtos em rede elétrica estão entre os principais causadores de incêndios e, com um prédio sem manutenção, esse risco aumenta, pois não há profissionais treinados para identificar o início do sinistro.
No Brasil, cada Estado possui um decreto que institui o regulamento contra incêndio em edificações e, no caso de São Paulo, é o Decreto Estadual n° 63.911/2018. Em linhas gerais, ele estabelece as definições, aplicações e responsabilidade para sistemas de segurança contra incêndio. Já a Instrução Técnica – CBMSP n° 19/2018 estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio na segurança e proteção de uma edificação.
Por fim, temos a ABNT 17240:2010 que especifica requisitos para projetos, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas manuais e automáticos de detecção e alarme de incêndios em e ao redor das edificações. Essas normas devem ser seguidas à risca pelos edifícios, que estão sujeitos a punições pelo seu descumprimento, estejam eles vazios ou operando em sua total capacidade.
As manutenções, no geral, possuem finalidades específicas que garantem a qualidade, a segurança dos usuários do empreendimento, a maior vida útil dos equipamentos e devem ser seguidas com rigor. Durante a pandemia, essas atividades foram classificadas como essenciais para a comunidade, afinal, a água precisa ser potável, o prédio precisa estar prevenido contra um possível acidente elétrico, as caixas de gordura devem estar limpas e a dedetização deve estar em dia.
A equipe de engenheiros e técnicos deve estar capacitada para obter o mais alto grau de confiabilidade e eficiência das instalações. Por meio dos serviços de gestão, planejamento, operação e manutenção, é possível garantir a disponibilidade dos sistemas elétricos, mecânicos, hidráulicos, ar condicionado e utilidades. Todos os serviços devem ser realizados de acordo com as normas vigentes, dentro dos padrões de segurança e acompanhados por meio de relatórios periódicos com as informações operacionais.
Por fim, os profissionais precisam ter certificações e capacitação para manter os sistemas, recebendo treinamento e reciclagem periódicos, estando à disposição dos clientes 24 horas por dia, para realizar as manutenções corretivas em situações emergenciais.
Marcelo Cruz, CEO da e-vertical, especializada em automação, manutenção e instalação de sistemas e operação de segurança eletrônica para o mercado corporativo
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