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Foi promovido para liderar times em outro país? Calma, nem todo carisma é global

Entender o impacto da cultura na liderança não é diferencial - é sobrevivência

Por Léa Lobo 

Foi promovido para liderar times em outro país? Calma, nem todo carisma é global

Foto: Pexels.com/ Lara Jameson


 
Imagine que você é um gestor de Facilities com uma equipe espalhada entre São Paulo, Paris, Xangai e Cairo. O que funciona num escritório pode ser um desastre em outro. E nem sempre dá pra resolver tudo com “bom senso” – porque o que é senso comum pra você, pode ser esquisitice para outro.

É aí que entra uma das pesquisas mais robustas já feitas sobre liderança em ambientes multiculturais: o Projeto GLOBE. No artigo acadêmico In the Eye of the Beholder: Cross Cultural Lessons in Leadership from Project GLOBE, de Mansour Javidan, Peter W. Dorfman, Mary Sully de Luque e Robert J. House, publicada na Academy of Management Perspectives contempla mais de 170 pesquisadores, 17 mil líderes e 62 países analisados para responder a pergunta que vale ouro: existe um jeito universal de liderar?

A resposta? Sim... e não.

Liderar não é sobre você. É sobre o outro.

No Brasil, valorizamos líderes carismáticos e próximos, que tratam a equipe como uma grande família. Mas se você tentar esse mesmo jeitinho afetuoso na França, vai ser visto como fraco ou invasivo. Já no Egito, o chefe ideal é quase um patriarca, que lidera com firmeza e cuida dos seus — mas sempre no topo da hierarquia. E na China, o líder é alguém que constrói relações (o famoso guanxi) e comunica com metáforas e sutilezas, não com ordens diretas.

Percebe o tamanho do desafio?

Se você atua em Facilities, onde liderar times multidisciplinares, interagir com prestadores, gerenciar conflitos e manter a operação rodando em diferentes contextos é parte da rotina, entender o impacto da cultura na liderança não é diferencial — é sobrevivência.

O que o estudo GLOBE ensina na prática?

Aqui vão 5 aprendizados práticos que você pode aplicar já na sua gestão:
1. O que te fez líder aqui pode te atrapalhar lá. Autonomia e informalidade são valorizadas no Brasil, mas podem soar desrespeitosas em países mais hierárquicos;
2. Empatia tem sotaque. Ser “próximo” pode significar ouvir a equipe no Brasil, ser o protetor da turma no Egito, ou… manter distância profissional na França;
3. Decisões em grupo? Nem sempre. Em culturas como a chinesa ou egípcia, decisões vêm do topo. Envolver demais pode parecer insegurança;
4. Liderança também é comunicação. Seu jeito direto de falar pode parecer agressivo em lugares onde o “não” é dito com rodeios e contextos;
5. Construa pontes. Não tente virar um “local” a qualquer custo. Explique seu estilo de liderança, ouça o outro lado e construa uma nova forma de trabalhar.

E agora?
Você já parou pra pensar como sua forma de liderar é percebida pelos outros? Sua equipe se sente ouvida — ou só obediente? Seus fornecedores entendem suas expectativas — ou só tentam decifrá-las no chute?
A boa notícia é que liderar de forma mais sensível às culturas não exige um MBA internacional. Começa com curiosidade, escuta e a coragem de ajustar a rota.

Quer conhecer a pesquisa completa? Clique aqui.


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