Black Friday - Congresso 2025
 

Modernizar a infraestrutura energética transformará o Brasil

Como utilizar recursos energéticos para o benefício de nosso planeta?

Por Rafael Segrera

Modernizar a infraestrutura energética transformará o Brasil

Com tantas mudanças e adversidades no clima enfrentadas pelo mundo nos últimos anos, devemos refletir um pouco sobre o uso dos recursos energéticos e sua importância para o futuro do nosso planeta. Incentivar práticas mais conscientes de consumo, especialmente no setor industrial, é essencial para promover economia de energia e mitigar impactos ambientais.

É fato que a energia é o motor do desenvolvimento, mas seu desperdício e a dependência de fontes não renováveis agravam continuamente a crise climática. No Brasil, o consumo energético registrou um crescimento de 5,6% em agosto, segundo levantamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). E a indústria foi a principal responsável por esse incremento no índice.

A transição para uma matriz energética mais otimizada e limpa vem sendo adotada por um número crescente de organizações em todo o mundo, e o Brasil, com sua matriz energética diversificada, não é exceção. A América do Sul se destaca nesse cenário, uma vez que os países da região estão entre os mais comprometidos com a transição energética global.

De acordo com a Statistical Review of World Energy, o continente apresenta atualmente mais de 30% de energias renováveis em sua matriz primária, refletindo a participação desse recurso obtido diretamente da natureza no consumo total. Quando analisamos a matriz de geração de eletricidade, esse percentual sobe significativamente para cerca de 70%.

Entretanto, ainda há alguns obstáculos para maximizar sua eficiência energética - escolha essa que deve ser priorizada por todas as indústrias. Como exemplo, um estudo do Conselho Americano para uma Economia de Energia Eficiente (ACEEE) aponta que o Brasil ocupa apenas a 19ª posição entre as nações com maior rendimento energético. Estamos falando de um país com dimensões continentais que é uma potência em geração de fontes limpas, como hidrelétricas e solares, mas que não sabe utilizar da melhor forma esses recursos e expõe altos números de desperdício em perdas e baixa eficácia.

É uma constatação que alerta para a necessidade de modernizar, com urgência, a nossa infraestrutura energética. A conscientização sobre o impacto ambiental e a necessidade de discutir as mudanças do clima têm levado os países sul-americanos a definir medidas para diversificar suas fontes e limitar a dependência dos combustíveis fósseis.

A implementação de tecnologias mais capacitadas e aptas para o uso da energia é, além de um benefício ambiental, uma vantagem competitiva para as empresas, que podem economizar milhões de reais com a otimização dos seus processos produtivos e operacionais. Não à toa, a revolução digital está mudando fortemente a maneira como gerenciamos a energia.

Nesse contexto, a Eletricidade 4.0 representa uma inovação fundamental para uma virada do setor energético, pois une a digitalização às fontes renováveis para transformar a maneira como geramos e consumimos energia. Isso abrange métodos sustentáveis que reduzem consideravelmente as emissões de carbono e eliminam desperdícios, agregando um uso mais inteligente dos recursos.

A digitalização permite às empresas monitorar em tempo real a utilização de energia em edifícios, indústrias e na infraestrutura, proporcionando uma gestão mais aprimorada e funcional. A automação de processos produtivos, por sua vez, torna as operações industriais menos intensivas na aplicação desse recurso, contribuindo diretamente para a queda das emissões de carbono.

Mais do que promover economia de energia, essas inovações oferecem uma gestão de riscos energéticos e operacionais, consolidando dados sobre sustentabilidade e governança em plataformas digitais. Essa capacidade de integrar fontes renováveis à infraestrutura elétrica já existente é um grande avanço na transição para uma economia de baixo carbono.

Um dos maiores entraves, contudo, é o equilíbrio entre a necessidade de resultados de curto prazo e os compromissos de longo prazo com a sustentabilidade. Muitos governos e empresas hesitam em investir em tecnologias de eficiência energética devido ao alto custo inicial, mesmo sabendo das economias significativas que podem ser obtidas no decorrer do tempo.

Outro desafio é a infraestrutura: quando há um enorme potencial para o desenvolvimento de fontes renováveis, como a solar e a eólica, mas, sem uma base e equipamentos qualificados, esse potencial permanece subutilizado. Investimentos contínuos em modernização e digitalização são, portanto, cruciais para que o país possa liderar a transformação energética global.

Já as oportunidades são incontáveis. Soluções como o monitoramento inteligente do uso energético e a automação de processos produtivos podem resultar em economias substanciais tanto para organizações privadas quanto para o setor público. Diversos casos de sucesso demonstram que a aplicação dessas tecnologias em larga escala já é viável - e rentável.

No fim das contas, o compromisso com a economia de energia deve ser encarado como parte de uma estratégia mais ampla de neutralidade de carbono. Países e empresas em todo o mundo estão estabelecendo metas de descarbonização para 2050 que dependem fortemente da capacidade de diminuir o consumo energético e aumentar a eficiência. Nesse aspecto, ainda tem muito trabalho a ser feito pela frente.



Veja também

Conteúdos que gostaríamos de sugerir para a sua leitura.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca

Mais lidas da semana

Workplace

Para coordenadora de Workplace da Blip, escritório materializa cultura

Conheça nova sede da empresa, que busca centralizar encontros e valorizar identidade da marca.

Carreira

Crescimento desordenado de FM: quais são as consequências?

Nos últimos 20 anos, formalização da área avançou, mas existe baixo investimento em qualificação profissional. Robson Quinello, especialista em Facility Management, fala sobre precarização e oportunidades do mercado.

Mercado

Entenda todos os benefícios de prédios com certificação LEED

Selo internacional pode fazer uma grande diferença.

UrbanFM

Inversão da pirâmide etária: nossas cidades estão preparadas?

Especialista em Gestão Urbana comenta aumento da longevidade e a queda das taxas de natalidade em artigo.

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Repensar a gestão das instalações de trabalho

Tendências inovadoras e sustentáveis se destacam na pesquisa da Aramark, que traz as transformações no Gerenciamento de Facilities em 2024.

Revista InfraFM

Maior encontro de FM da América Latina: do invisível ao indispensável

InfraFM realizou quatro encontros em evento único, com mais de 5,5 mil participantes.

Revista InfraFM

Insights das palestras do 19º Congresso InfraFM

Acompanhe um resumo das palestras e explore as inovações sustentáveis e estratégias avançadas no campo do Facilities Management.

Revista InfraFM

Inovações que transformam foram cases de sucesso dos expositores

Nas Arenas Soluções para FM, foram apresentados conteúdos com cases de sucesso dos expositores, que destacaram serviços, tecnologias e pessoas.

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP