Por Léa Lobo
A BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo é uma instituição com mais de 160 anos que está voltada para o cuidado integral de excelência nas diferentes etapas da vida. E para se manter como um dos principais hubs de saúde de excelência do país, está em constante crescimento e transformação digital, no que tange a criação de soluções que tem o real potencial de mudar a vida e a saúde das pessoas para melhor, incluindo a parte de edificação hospitalar.
A principal função da edificação hospital é o atendimento assistencial, porém para que ela tenha sua essência exercida compatibilizamos a sua essência hoteleira (hotel) com o ritmo constante da utilização dos leitos, refeições, rouparia com uma indústria com logística de entregas, sistemas de abastecimentos, utilidades, resíduos e meio ambiente; à um edifício corporativo: com as suas necessidades administrativas e financeiras e as conveniências de um pequeno shopping agregando questões sociais e comerciais.
Esse edifício deve contar com requisitos indispensáveis: acessibilidade, manutenibilidade, fluxos intuitivos, contiguidade, flexibilidade, expansibilidade, sustentabilidade, controle de falhas, racionalização e controle de custos.
Diante desse cenário a integração entre o ambiente físico e as necessidades de serviços é incontestável e a área de Engenharia e Facilities da BP está organizada para uma entrega integrada das suas funções. A área está dividida e organizada em 2 plataformas que se integram: Hard Services, que são os serviços relacionados ao meio físico, e Soft Services, responsável pela gestão dos serviços não assistenciais.
Na plataforma Hard Service temos a gestão dos serviços relacionados à estrutura física da organização: desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia, obras e manutenção. São atividades altamente reguladas que garantem a integridade física e a segurança de todas as pessoas que trabalham no edifício e que não podem ser interrompidas para a atividade saúde (sistemas utilitários, gases medicinais, etc). Um bom exemplo são as manutenções de instalações elétricas, de climatização, iluminação e elevadores.
Já na plataforma dos Soft Services temos a gestão dos serviços acessórios às atividades essenciais de assistência, que podem ser incluídos ou removidos da oferta de serviços de acordo com as necessidades da organização. Na BP está composto pelos serviços de estacionamento, transporte de pessoas e produtos (taxi, logística, moto frete), entrega de laudos, achados e perdidos, correios, mensageria, paisagismo, alameda de serviços, zeladoria de áreas comuns, ambientação e sinalização, agendamento de salas de reuniões.
Toda essa engrenagem funciona com a atuação de times multidisciplinares, que seguem as diretrizes preconizadas em normas, e que são acompanhadas por indicadores mensais, sempre atrelados às necessidades do negócio e alinhados aos planos estratégicos da instituição. Para conhecer um pouco mais desse trabalho entrevistamos Cintia Attis, Gerente Executiva de Engenharia, Manutenção e Facilities do BP, acompanhe:
Quem é a Cintia Attis?
Eu costumo dizer que eu tenho duas grandes paixões. A primeira é minha família, sou casada com o Felipe e apaixonada por minha filha Luisa de 11 anos, que são meus companheiros de vida. Com formação inicial de Técnica em Edificações, comecei minha carreira aos 16 anos e na sequência a paixão por Arquitetura e no meio dessa jornada cheguei a BP, uma história que já faz 11 anos, onde inicie desenvolvendo projetos de arquitetura, depois fiquei na cadeira de coordenação, sempre nesse mundo das obras e projetos e depois manutenção e facilities services. Em 2016 fui promovida para cadeira de gerente Tático e em 2019 ascendi para cadeira de executiva, que abrange a integração robusta de atividades com grandes aprendizados, já que a BP é uma grande escola. No meio disso tudo também fui me capacitando, fiz especialização, depois fiz MBA em Gestão de Saúde e agora estou terminando meu mestrado.
Hoje você tem uma equipe de quantas pessoas?
Nossa área tem uma equipe de 110 profissionais orgânicos e quase 250 terceiros. É a nossa equipe é formada por coordenadores e gerentes, um time que nos permite fazer uma gestão possível para rodar toda essa engrenagem em 110 mil metros quadrados de áreas. Não tem saúde hospitalar se não tiver as pessoas, o meio físico e o virtual. Aqui na BP, de uma maneira geral, tudo é superlativo, os números, a população, o número de giro de catracas, o número de acessos de estacionamento etc. Nossa área cuida do ambiente, é aquele que acolhe todos os que utilizam e se beneficiam da instituição de saúde.
Como faz o gerenciamento das ações de acordo com o design baseado em evidência?
O ambiente é uma força poderosa no cuidado do paciente, por isso o cuidado na etapa de projeto é essencial para a promoção de saúde. Na BP aplicamos esse conceito para desenvolvimento de projetos de arquitetura onde são internados os pacientes de maior complexidade, onde é possível por meio de plataformas de pesquisa ter acesso ao maior número de publicações científicas, para embasamento.
O conceito do “design baseado em evidências” pode ser definido por tomar decisões projetuais baseado nas melhores pesquisas existentes, em repositórios de pesquisas e nas lições aprendidas disponíveis. O grande objetivo desse processo é promover produtos/projetos e continuar monitorando seus resultados ou falhas pelas decisões tomadas na etapa projetual.
O dia a dia de uma operação hospitalar é muito complexo, como a BP enxerga a importância da área para “salvar vidas”?
Muitos ainda veem a BP como um hospital, mas somos mais do que isso: somos um hub de saúde de excelência, uma instituição que vai além do espaço físico e promove conexões entre serviços e outros players do mercado. Hoje a nossa atuação vai desde unidades hospitalares com foco em alta complexidade e que atendem diferentes perfis de clientes (Hospital BP e BP Mirante) até a BP Medicina Diagnóstica, o BP Vital, uma rede de clínicas de diversas especialidades médicas integrada aos nossos demais serviços até a BP Educação e Pesquisa, que investe na formação e capacitação de profissionais de saúde e contribui para a evolução da Medicina no País.
Para todo esse complexo funcionar, a Manutenção é essencial. Ela é responsável por procedimentos muito simples até outros extremamente complexos, mas que buscam sempre manter a vida útil do ativo que dá vida ao edifício de saúde. O setor de manutenção da BP possui certificação ISO 55.001, que está relacionada com gestão de ativos que garante a disponibilidade dos ativos, promove manutenção preventiva e corretiva, analisa os riscos operacionais, desenvolve no time um olhar crítico e analítico em relação a sua operação. Sempre buscando sustentabilidade na utilização de recursos, com gestão por indicadores, além de capacitar e engajar os colaboradores.
Para a BP essa é uma operação extremamente importante, imprescindível, que garante o funcionamento de todos os sistemas: elétricos, hidráulicos, prevenção e combate a incêndio, gases medicinais, hvac, nos níveis de segurança e regulatórios adequados. A BP investe na manutenção preventiva dos seus ativos reduzindo o tempo de indisponibilidade e aumentando a vida útil dos equipamentos, minimizando custos e melhorando a eficiência dos resultados financeiros.
Rosangela Cristina Dias (Gerente de Facilities), Cintia Pinheiro Attis (Gerente Executiva Engenharia, Manutenção e Facilities), Rodrigo Vieira Anselmo (Coordenador de Manutenção), Taiane Sabino de Barros (Coordenadora de Regulatório), Pietra Machado Pereira Borba (Coordenadora de Manutenção), Ademir Lino de Jesus (Gerente de Manutenção) e Alexandre Arruda de Oliveira (Coordenador de Manutenção). |
Foto: Divulgação |
No quesito gestão de compras da área, quais são os maiores cuidados na contratação?
Estabelecer conexões com empresas com valores compartilhados, com heathtechs e apostar na interoperabilidade são movimentos que chancelam a aposta da BP na inovação, e estamos na vanguarda das principais tendências nacionais e internacionais.
Na hora de qualificar e homologar os fornecedores buscamos empresas com experiencia de mercado, nos certificamos sobre a sua técnica, transparência e ética com o tema em contratação, solicitamos profissionais qualificados e com treinamentos contínuos/reciclagens, acompanhamos a qualidade dos materiais utilizados, prezamos pelo cuidado e segurança durante a execução das atividades, monitoramos os profissionais terceiros e aplicamos instrumentos de SLA’s desde a etapa de contratação dos prestadores.
Por sua área ser altamente demandante de compras, como é a gestão?
Na BP acreditamos que a colaboração nos leva mais longe e que podemos crescer e contribuir com a saúde do país por meio de parcerias de impacto. Nossa área tem uma parceria bem intensa com o time de Suprimentos. Nossa gestão é integrada, buscando redução de lead time de contratações de serviços e materiais. Há um time dedicado ao planejamento dos itens de estoque e às aquisições de MRO – Materiais de Reparo e Obras, que junto conosco na operação busca estratégias de manter o estoque em níveis adequados e realiza as melhores negociações comerciais, evitando desabastecimentos e custos abusivos.
Essa integração trouxe muitos benefícios para a BP, na agilidade do atendimento das ordens de serviço, nos benefícios diretos a operação da saúde, gerando um diferencial à experiencia do usuário do edifício de saúde.
E com relação aos investimentos/despesas de FM. As despesas ficam dentro da área ou são lançadas nos centros de custos de áreas?
A sustentabilidade do negócio é uma das diretrizes institucionais da BP e de qualquer gestor consciente da saúde. Para nos ajudar nisso, as plataformas de Soft Skills e Hard Skills lançam seus custos em contas matriciais, apropriadas em centro de custos das áreas que são beneficiados por aquela ação e/ou serviço, apropriando o custo ao usuário.
Essa é uma ação que nos dá visibilidade dos maiores demandantes pelos indicadores de custo/CC, nos direciona também para as maiores necessidades de investimento.