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Experiência na bagagem e vontade para realizar

Arrume as malas e venha conhecer a Gerência de Compras e Facilities do Grupo CVC, que só no ano passado, em termos de geração de caixa (Ebitda ajustado), cresceu 9,5% e não para de fazer aquisições no Brasil

Por Érica Marcondes

Está aberta a temporada para conferir os momentos mais enriquecedores da carreira de Carlos Maurício Bauke – e mais! – os desafios que ele traz na bagagem à frente da Gerência de Compras & Facilities do Grupo CVC.

Estamos falando de uma marca que democratizou o turismo. Uma companhia que opera no mercado brasileiro há 45 anos e que, ao longo de sua história, já realizou o sonho de mais de 30 milhões de brasileiros em viagens nacionais e internacionais. É a maior operadora de viagens das Américas, líder na preferência do consumidor brasileiro.

Possui a maior rede de distribuição de produtos e serviços de turismo do Brasil, com mais de 1.100 lojas franqueadas, mais de 6.500 agências de viagens multimarcas credenciadas em todo o País e um canal de internet que recebe cerca de 4,5 milhões de visitas mensalmente.

Nos bastidores, o sucesso de toda essa operação depende também da área comandada por Bauke, que ainda tem a coordenação de Renato Cimenta (Compras) e Elton Gonçalves (Facilities). A INFRA visitou os quatro prédios do Grupo, em Santo André, na Grande São Paulo, e traz para o leitor algumas das principais curiosidades deste universo. Não à toa CVC significa ComVC, em qualquer lugar, a qualquer hora. E não é essa também a missão da área de Facilities Management?

Carlos, qual é a experiência que você traz na bagagem?

Sou formado em Administração de Empresas pela FMU, com MBA Executivo em Gestão Empresarial pelo INPG. São mais de 26 anos de experiência, numa carreira sólida, construída em empresas como Grupo CVC, Banco Santander, Vivo (Telefônica), Pueri Domus (Grupo MEZ), BankBoston, Bombril, O.Lisboa, com realizações nas áreas de Compras, Facilities, Gestão & Otimização de Gastos, Controladoria, Contabilidade e Finanças, tendo atuado nos últimos 16 anos com forte presença Global (Portugal, Espanha, Estados Unidos).

Você escolheu Facilities Management ou foi o contrário?

Iniciei minha carreira na área Financeira/Contábil, depois passei pela área de Projetos, o que me abriu as portas para a área de Compras. Foi nessa fase que comecei a me envolver com Facilities, mais especificamente no Banco Santander, quando assumi a posição de Gestor desta Categoria em Compras e também Gestor de Orçamento de Facilities. Foi o momento em que me envolvi mais profundamente em todos os projetos, além de entender o desafio de fazer mais com menos. Quando migrei para a CVC (no início a ideia era abraçar somente Compras), de forma meio que automática acabei assumindo a gestão de Serviços, que depois de uma reestruturação passou a ser a área de Facilities. Já são cinco anos desde então. 

Quais características do seu perfil têm feito a diferença nesta posição? 

Considerando toda a minha experiência profissional, tanto na área Financeira como atualmente com Compras, acredito ser a busca constante por melhores resultados, tanto em questões financeiras, como qualidade, inovação, trazendo sempre o melhor resultado para o business da empresa, bem como o trabalho em equipe (fundamental), a resiliência e a busca constante por soluções para todas as demandas – quer seja junto aos clientes internos, fornecedores, parceiros etc. 

Como está formatada a área?

Hoje somos uma área Corporativa, trabalhamos para todas as empresas do Grupo. O meu papel é delegar e confiar na capacidade da equipe (que são os especialistas) de ir atrás das soluções, de realizar. Ao mesmo tempo, eles sabem que podem contar com o meu apoio. Estou sempre acompanhando e compartilhando as decisões com todos, inclusive com os clientes internos – até mesmo o vice-presidente Administrativo e Financeiro (a quem me reporto) e a Diretoria. Ou seja, quem realmente faz as coisas acontecerem são as pessoas, o trabalho da equipe, cujo perfil é altamente proativo.

O Grupo CVC cresceu muito, não?

Sem dúvida! O Grupo CVC, que, somando as operações da Submarino Viagens (turismo on-line), Rextur Advance (turismo corporativo), Experimento (intercâmbio de estudo e trabalho no exterior)  e CVC (turismo de férias e lazer), atingiu em 2016 mais de R$ 8 bilhões em reservas confirmadas. 

A CVC Lazer registrou crescimento de 6,5% em reservas, tendo movimentado mais de R$ 5,5 bilhões e quase 4 milhões de passageiros em viagens no Brasil e no exterior, um crescimento de 3,5% em número de passageiros em relação a 2015.

No fim de 2016, o Grupo CVC ainda adquiriu 100% da Experimento Intercâmbio Cultural, uma das líderes do segmento, e no primeiro semestre deste ano o grupo já apresenta um crescimento de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A agenda de crescimento continua, tanto via crescimento orgânico quanto via aquisições.

Quantos sites a sua área administra?

Atualmente gerenciamos 60 sites, entre prédios administrativos, escritórios regionais, lojas próprias de shopping e de rua, que totalizam aproximadamente 15 mil m², distribuídos em 26 cidades, em 12 estados do País. Também somos responsáveis pela logística de distribuição dos materiais de apoio para as mais de 1.100 lojas franqueadas da CVC. Especificamente sobre os prédios administrativos em Santo André, temos quatro prédios que totalizam 9 mil m2, sendo um deles um call center próprio com 150 pontos de atendimento. Em Santo André, fornecemos suporte para 1.500 pessoas nestes prédios.

E quais são as principais responsabilidades?

Sou o Head da área de Procurement. Isso envolve garantir todo o processo de Compras, com metas de redução de orçamento e conquista de sinergia entre as empresas. Já Facilities é composta basicamente de 23 serviços diferentes: Real Estate, Engenharia (layouts, obras e reformas), Manutenção e Gestão Administrativa e Financeira (orçamento e pagamentos), sendo responsável pelo funcionamento dos prédios, escritórios e lojas próprias, seguindo todas as normas e órgãos reguladores, com metas de cumprimento e redução de orçamento. A equipe de Compras conta com um coordenador, quatro compradores (um sênior, dois juniores e um assistente), e atende de forma corporativa todas as empresas do Grupo. A equipe de Facilities conta com 15 pessoas: um coordenador, um arquiteto sênior, um engenheiro, dois analistas juniores e mais 10 profissionais entre assistentes administrativos, recepcionistas, copeiras e telefonistas, além de 80 terceiros contratados de maneira indireta. É uma estrutura enxuta, que diante da dimensão do escopo, se deparar todos os dias com importantes desafios.

Como fica a gestão uma vez que possuem escritórios fora de São Paulo?

O dia a dia é bastante corrido. Felizmente temos um operacional em velocidade de “cruzeiro”, que segue um roteiro pré-determinado quanto a viagens. Não viajamos tanto quanto gostaríamos, primeiro pelo custo envolvido. Segundo, porque podemos contar com o apoio da tecnologia e da mobilidade; é mais fácil gerenciar diretamente da sede. Outro segredo está na atuação assertiva de nossos fornecedores e gestores locais (nossos olhos e braços). Dessa maneira, conseguimos manter uma gestão eficaz dessas instalações/operações.

Como é trabalhado o Compliance para fornecedores, clientes e colaboradores?

Um dos nossos objetivos é sempre trazer melhoria contínua, inovação. E quando temos projetos mais estruturados, realizamos uma gestão PDCA, com cronograma, metas, medições, acompanhamentos. Também seguimos as diretrizes definidas nas Políticas do Grupo. O fato de sermos empresa listada na Bolsa (a única do setor de Turismo, inclusive), nos traz uma responsabilidade ainda maior perante nossos investidores e acionistas. Neste sentido, temos um nível bastante elevado de Governança Corporativa. Todos os colaboradores e fornecedores assinam o código de ética, além de um contrato com as principais regras e diretrizes. Zelamos por esses pontos. A cada seis meses somos auditados a fim de validar esses e outros pontos que envolvem as áreas de Compras e Facilities.

Onde as pessoas mais erram: no planejamento ou execução?

Em minha opinião, a maioria das pessoas erra no planejamento. Mal feito, com arestas, ele pode causar diversos transtornos de execução. Por isso primamos por destinar mais tempo a ele antes de sair fazendo. E isso torna-se mais imperativo quando o objetivo é fazer mais com menos recursos financeiros e equipes mais enxutas. Tempo é dinheiro!

Como buscam conhecimento para mudanças positivas? 

Benchmarking é fundamental. Estamos sempre em busca de atualização, antenados com o que a área de Compras e Facilities em outras empresas vêm realizando. Também buscamos compartilhar artigos e inscrever nossa equipe em congressos, treinamentos e eventos. Quando não há possibilidade de todos participarem, o profissional da vez exerce o papel de multiplicador. E isso funciona muito bem. Ao mesmo tempo acreditamos que o profissional deve ter uma postura de líder, assumir a responsabilidade diante da busca por atualização constante.

Você possui contratos terceirizados?

Temos praticamente todos os principais contratos de Facilities terceirizados, como limpeza, manutenção, suprimentos, logística, serviços administrativos. O principal desafio é manter a gestão equilibrada com relação aos SLAs (níveis de acordo de serviços), à qualidade, às equipes terceirizadas e ao gasto envolvido. Além disso, cada contrato tem a sua particularidade, que deve ser levada em conta.

Existe alguma contratação em andamento? 

Atualmente, estamos com um processo para o serviço de controle e atualização de permites (alvarás, licenças, AVCB etc.). Não temos dificuldade no escopo, o desafio está em encontrar um fornecedor que consiga atender a nossa demanda (60 imóveis) a um custo adequado. 

Concorda que reduzir m2 é uma estratégia eficaz para reduzir custos?

Em princípio, sim. Se você tem menos m2 para gerenciar, deveria ter um custo menor de serviços, e estamos de alguma forma fazendo isto, fechando alguns escritórios (ano passado foram cerca de seis), principalmente no Norte e Nordeste, alocando os colaboradores de atendimento/suporte para atuar no modelo home office. Também estamos centralizando vários escritórios em um único local. Iniciamos este projeto também em 2016, em uma das empresas do Grupo, e temos percebido um excelente resultado. O próximo passo é avaliar se o formato faz sentido para outras empresas do Grupo. Outra estratégia é controlar as posições de trabalho, criando alguns ‘pulmões’ ao mesmo tempo em que buscamos otimizar essas disponibilidades e reduzir custos da operação. É o papel da área de Facilities. Neste momento estamos mapeando algumas alternativas para otimizar a utilização dos sites.

Quais são os pontos cruciais de um workplace adequado à atração e manutenção dos talentos, e alinhado à cultura organizacional? 

Atualmente este é um dos maiores desafios da área de Facilities, uma vez que as aquisições de outras empresas pelo Grupo são frequentes. A lição de casa é buscar um alinhamento das questões culturais para definir um plano de trabalho, e avaliar uma padronização das políticas e dos ambientes. Basicamente, precisamos garantir que os prédios/escritórios funcionem, que os colaboradores tenham o melhor ambiente de trabalho (conforto, qualidade, serviços adequados), sempre dentro do menor custo possível, e hoje temos alguns diferenciais. O espaço de café que implantamos recentemente neste prédio foi muito bem recebido, e será replicado nos demais, assim como a sala de descompressão; para os elegíveis, disponibilização de estacionamento; vans que realizam durante todo o dia o trajeto entre os prédios... Enfim, aos poucos, estamos implementando melhorias em termos de serviços e infraestrutura que agradam nossos talentos.

De que maneira a sua área tem sido impactada pelo cenário econômico atual?

Somos impactados diretamente, pois precisamos sempre buscar o melhor, com mais qualidade e o menor custo possível, ou seja, as palavras sinergia e savings são bastante comuns em um ambiente como o nosso. A área é um desafio diário. O profissional precisa sempre estar atualizado e interessado em agregar valor ao negócio da empresa. Ao mesmo tempo, diante de um cenário econômico desafiador, é o momento de nos colocarmos à disposição e mostrar que podemos, sim, incrementar positivamente o resultado final do negócio.

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