3º Fórum InfraFM Indústrias
 

Faça sempre bem feito, porque sempre terá alguém olhando!

Procurar sempre fazer bem feito, estar atento e se interessar pelas necessidades da profissão são alguns dos atributos do economista Ronaldo Rodrigues, Diretor de Facilities, Compras e Viagens da KPMG no Brasil

Por Léa Lobo

A revista INFRA traz como Destaque Profissional desta edição o economista Ronaldo Rodrigues, Diretor de Facilities, Compras e Viagens da KPMG no Brasil, que é uma rede global de firmas independentes que prestam serviços profissionais de audit, tax e advisory. A empresa está presente em 155 países, com mais de 174 mil profissionais atuando em firmas-membro em todo o mundo. As firmas-membro da rede KPMG são independentes entre si e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Cada firma-membro é uma entidade legal independente e separada, e descreve-se como tal.

No Brasil, somam aproximadamente quatro mil profissionais distribuídos em 13 Estados e Distrito Federal, 22 cidades e escritórios situados em São Paulo (sede), Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Joinville, Londrina, Manaus, Osasco, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São Carlos, São José dos Campos e Uberlândia. E para atender toda a demanda de serviços e infraestrutura temos a frente da companhia Ronaldo Rodrigues, que nos conta um pouco de suas convicções sobre como atuar no dia a dia de sua diretoria.

Fale um pouco da sua experiência profissional e educacional.

Iniciei minha carreira profissional na Varig aos 16 anos como mensageiro. Cursei eletrônica e tenho formação como Economista pela UniSant’Anna e especialização em negócios, com um MBA de Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Tenho 44 anos e 20 como profissional que atua na área de facilities management. Além da Varig tive passagens no banco American Express e Banco Interfinance, sendo essa última uma empresa privada que atuava na área de bancos comerciais e foi lá que, efetivamente fui apresentado a área de FM. Quando entrei no Interfinance o desafio era entrar para o time que faria uma expansão das lojas de crédito pessoal, fiz minha primeira locação e minha primeira reforma chegando até a Diretoria da KPMG, onde já estou há 16 anos, sendo responsável não só por facilities, mas também por compras e viagens.

Como foi chegar até a sua atual posição de Diretor de Facilities, Compras e Viagens na KPMG? 

Estou aqui desde 2002, quando fui contratado como Gerente de Facilities. Tive a sorte de entrar em uma empresa onde os negócios se expandiam muito. Houve uma grande expansão dos escritórios em São Paulo e em outras cidades, isso me ajudou muito para consolidar a experiência chegando ao cargo em 2013. Durante esse tempo eu e meu time trabalhamos para organizar as rotinas administrativas, aprender com as dificuldades em um período de expansão rápida. Quando cheguei à KPMG, tínhamos nove escritórios e hoje temos 24. Esse período também foi bom para entender a cultura da firma. Acredito que uma grande virtude que tenho como líder é ser paciente e me interessar pelas necessidades da profissão. Essas característica foram importantes para que eu chegasse até aqui.

Na atual posição, quais são suas principais responsabilidades?

Nossa área é parte da área de operações e respondemos por compras, facilities, viagens e real estate. Nossa atuação é focada em reduzir impactos do rápido crescimento do negócio e ao mesmo tempo implantar a melhorias na prestação do serviço demandando pelos nossos clientes internos. Um exemplo: é a constante revisão, com discussões diárias da disponibilidade de espaços interno, onde promovemos reformas e adequações para suprir o dia a dia do negócio.

Viagens é uma das grandes contas que gerencia?

Sem dúvida, uma boa gestão nos possibilita um maior potencial de economias. Nosso volume de transações mensais entre bilhetes aéreos, reserva de hotel e locações de veículos é de aproximadamente duas mil unidades, só bilhetes aéreos são 19 mil emissões por ano. Para facilitar a gestão, utilizamos o sistema Travel Management Company (TMC) que faz as emissões, e internamente nosso pessoal é focado na negociação de acordos comerciais com fornecedores, e monitoramento da política e qualidade do atendimento do TMC junto aos profissionais. Queremos que nosso pessoal receba seu voucher rápido, organize sua viagem com segurança e que nossos fornecedores nos conheça e negocie conosco bons preços. Diariamente, negociamos algo com companhias aéreas e hotéis.

Por atuar também em compras deve ter um compliance bem criterioso.

A Compliance sempre faz parte do dia a dia da KPMG. Com a aprovação da Lei Anticorrupção e mesmo com os atuais escândalos de corrupção envolvendo grandes organizações empresariais, nós e nossos clientes ficamos mais exigentes. Recentemente, revisamos e aumentamos os controles na hora de contratar parceiros. Temos investido bastante do nosso tempo com implantação de rotinas de controles e prevenção. É um trabalho sempre em andamento.

A corrupção trouxe instabilidade econômica e a necessidade empresarial de adequar-se aos novos tempos. Como está sendo aqui?

Eu vejo que um momento de retração é também um momento que traz boas oportunidades para os gestores de facilities olharem para sua profissão e contribuir com o negócio da empresa em tempos difíceis. Acredito que quando um determinado debate fica mais intenso na sociedade e nas empresas a compreensão para adotar novas medidas se tornam mais fáceis e aí você tem de aproveitar. Exemplo, em um cenário onde se discute tanta corrupção, você olha para seus controles e vê que falta algo a implementar para evitar riscos e aí começa a melhora, revisando seu escopo de contratação de serviços, estabelecendo novos critérios para firmar parcerias. Aqui, temos critérios distintos para aquisição de serviços, separamos nossos controles para uma compra simples daquele que visa uma compra complexa, exemplo de uma parceria para serviços de longo prazo, onde este fornecedor vai estar junto a nós, logo precisa ser melhor avaliado.

Já no âmbito da crise econômica é inegável o bom momento para o gestor de facilities, que detém muitos contratos para negociar melhores condições, seja em preço ou aumento do escopo do trabalho. O momento é bom pelo fato de que ambas as partes estão interessadas. Na crise, esse é o momento de se ajustar e fizemos isso entre 2015 e 2016 com nossos contratos de aluguel, contratos grandes e pequenos. Ter a área de compras sob o mesmo guarda-chuva é outra oportunidade.

E quais são os principais desafios para se ter um alto nível do serviço em facilities?

Primeiro você tem de conhecer bem as necessidades dos seus clientes internos e ouvir a liderança da firma. Não dá para estabelecer políticas e processos sem essa primeira etapa, em segundo, faço muito benchmarking com o mercado para conhecer o que estão fazendo e terceiro conhecer a capacidade dos seus fornecedores, nesse quesito, digo que não dá para se aventurar com qualquer parceiro que vai caminhar com você. Também é preciso entender os riscos e as características de cada serviço, estar amparado legalmente e aplicar o espírito de guardião do nosso negócio. É preciso ter pré-disposição e resiliência para ouvir e mudar, tornando os serviços aderente às necessidades da firma. Também não acredito na tese que há um único ou o meu modelo.

É fácil comprar serviços no Brasil?

Não, pois acho que temos muitos serviços sendo vendidos como commodities. Acredito que toda a organização quer comprar o melhor serviço, com o preço justo, para a sua demanda e essa combinação só acontece quando o prestador de serviços consegue entregar uma solução tailor-made para o cliente. A capacidade técnica é fundamental, como também o preço justo, mas acredito que a área de compras junto com seu cliente devem ter papel de colaboração para que o fornecedor já contratado se adapte ou tenha tempo para corrigir falhas. É um processo de comunicação, em que você notifica a falha, ouve o fornecedor, estabelecem juntos metas para correção, tal como ocorre em nossas carreiras, quando recebemos coaching.

Como trata o tema da sustentabilidade na gestão dos espaços de trabalho da KPMG?

Procuramos apoiar a grande maioria das ações encomendadas pela firma nesse tema e naquilo que é diretamente nossa responsabilidade, debatemos muito para conseguir implementar. Exemplo maior e gratificante foi a certificação LEED Gold (para interior de escritório) da nossa nova sede construída em 2015. Foi nossa grande oportunidade para consolidar os valores de sustentabilidade da KPMG ao ambiente do escritório. Sempre quando me perguntam da dificuldade da certificação, respondo que é muito difícil, mas essa era nossa oportunidade para promover boas práticas ao meio ambiente e à firma.

Qual seria uma mensagem para os profissionais de FM?

Ainda temos muito a melhorar, precisamos de profissionais que acreditam que podem desenvolver melhor nossos times de FM e parceiros. Eu me orgulho muito de ser um profissional de FM, porque estar atuando no dia a dia me traz um aprendizado relevante e contínuo. São poucas profissões que permitem ter um leque tão grande de discussões e atividades a serem executadas, como as de FM. Um dia você precisa entender de tecnologia para construir um Data Center, no outro de limpeza, de compliance, acompanhar o mercado de real estate, de arquitetura, precisa entender de finanças e ter uma gestão que leve em consideração os quesitos sustentáveis. Ter esse aprendizado diário é o melhor presente que um profissional de FM pode ter para sua vida.

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Cassia e Brita

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