Ana Paula Cassago
 

Inovação e biotecnologia em parques de ciências da vida

Os Life Science Parks para o avanço da pesquisa e desenvolvimento na área de saúde

Por Léa Lobo

INOVAÇÃO E BIOTECNOLOGIA EM PARQUES DE CIÊNCIAS DA VIDA:

Foto: Divulgação

No dia 4 de setembro, a SMACNA Brasil realizou o SMACNA Day, reunindo especialistas para discutir as melhores práticas na seleção de serviços e tecnologias de climatização para edificações. Entre as diversas palestras que compuseram o evento, um dos grandes destaques foi a apresentação de Clóvis Policastri, Diretor Regional da Haskell Company na Europa, sobre os Life Science Parks (parques de ciências da vida), espaços dedicados à inovação tecnológica e biotecnológica, com foco na pesquisa e desenvolvimento de novas soluções no campo da saúde.

Policastri abriu sua palestra abordando o impacto da pandemia na evolução desses parques, que se tornaram polos de inovação na Europa e agora começam a ganhar relevância em outras partes do mundo, incluindo o Brasil. "Depois da pandemia, os Life Science Parks se consolidaram como centros fundamentais para a inovação, principalmente no campo da biotecnologia e pesquisa farmacêutica", destacou Policastri.

Uma das questões mais marcantes levantadas por Policastri foi o papel desses parques na integração de universidades, startups e grandes empresas. "Os Life Science Parks funcionam como uma hélice tripla, conectando universidades, o setor privado e o governo, promovendo uma sinergia única que acelera a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias", explicou. Ele também mencionou o impacto direto dessa colaboração durante a pandemia, quando várias fábricas foram adaptadas rapidamente para a produção de vacinas humanas.

Outro ponto de destaque foi a importância da sustentabilidade nos projetos dos parques de ciências da vida. Segundo Policastri, os conceitos de eficiência energética, reciclagem de resíduos e a criação de um ambiente que favoreça a qualidade de vida dos trabalhadores e pesquisadores são centrais na concepção desses espaços. "Esses parques são projetados com uma preocupação profunda com a sustentabilidade, oferecendo áreas de lazer, auditórios,  além de infraestrutura moderna que favorece a troca de conhecimento e a inovação contínua", ressaltou.

Ele compartilhou com entusiasmo os planos de construção de um parque de ciências da vida no Brasil, inspirado no modelo bem-sucedido do *Life Science Park* de Granada, na Espanha. Este parque terá uma área construída de 970 mil metros quadrados e abrigará cerca de 430 empresas voltadas à ciência e tecnologia, criando mais de 30 mil empregos diretos e indiretos. "Esse será o primeiro grande parque de ciências da vida do Brasil e da América Latina. Estamos trazendo um conceito inovador, que integrará universidades, centros de pesquisa e grandes companhias para impulsionar a biotecnologia no país", revelou.

Policastri acredita que o Brasil está prestes a dar um salto significativo no campo das ciências da vida, com potencial para se tornar um polo de inovação farmacêutico na América Latina. Ele ressaltou que, com o apoio de universidades como a Unicamp e a PUC Campinas, o parque será um ambiente fértil para o desenvolvimento de novas moléculas e dispositivos médicos, atraindo tanto startups quanto grandes multinacionais interessadas em expandir suas atividades na região.

O Diretor da Haskell ainda fez uma retrospectiva do crescimento global desses parques, destacando números impressionantes que ilustram o impacto dos Life Science Parks no mundo. "Em 2021, o número de *Life Science Parks* saltou para 200 unidades ao redor do mundo, com mais de 50 milhões de metros quadrados construídos e empregando 750 mil pessoas", afirmou. Ele também mencionou a criação de novas soluções, como dispositivos médicos menos invasivos que melhoram a qualidade de vida dos pacientes, um campo em que esses parques têm se destacado.

Um exemplo pessoal que Policastri compartilhou foi o desenvolvimento de uma máscara respiratória inovadora para tratar a apneia do sono, uma condição que afeta muitas pessoas com síndrome de Down, como seu próprio filho. "A qualidade de vida que meu filho ganhou com esse novo dispositivo é incomparável. Isso só foi possível graças à inovação que emerge desses parques", afirmou emocionado.

Policastri concluiu sua palestra reforçando que os *Life Science Parks* têm o poder de transformar a maneira como a pesquisa e a inovação são realizadas no setor de saúde. "Estamos em um caminho saudável para muitas inovações no Brasil. Esses parques serão essenciais para o avanço da ciência e para melhorar a qualidade de vida das pessoas", finalizou, reafirmando seu otimismo com as perspectivas de expansão desse modelo no país.



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