A iniciativa conta com a participação de fabricantes de revestimentos têxteis, arquitetos, empresas de manutenção e limpeza, de ar condicionado, acadêmicos da USP, profissionais de engenharia e tecnologia (eTICs e IoT), especialistas em controle da qualidade ambiental interna e representantes da ABRAFAC e Abralimp. A expectativa é ganhar a confiança do consumidor e fortalecer a imagem dos produtos - carpete, tapete e capachos - comprovando que são saudáveis e amigáveis para ambientes comerciais e residenciais, desde que bem especificados e com manutenção profissional de qualidade.
Guilherme Dionizio Gomes Filho, presidente da ABRITAC, conta que a pandemia do novo Coronavírus estimulou a disseminação de informações falsas, com ataques intensos aos revestimentos têxteis, causando uma visão distorcida dos produtos. "Por esse motivo, decidimos compartilhar estudos e pesquisas com parceiros, clientes e usuários, bem como criar um benchmark a partir das experiências relatadas pelos integrantes da Câmara".
Paulo Jubilut, CEO da milliCare Brasil e coordenador da Câmara observa que a pandemia do Covid19, abriu espaço para uma discussão há muito postergada. "O carpete e o tapete não são, nem nunca foram os vilões" - diz ele. "Pelo contrário, quando tratados adequadamente são fundamentais para a manutenção da qualidade do ar interno porque funcionam como filtros naturais. Mais ainda, carpetes corporativos, particularmente são ativos valiosos que precisam ter sua vida útil mantida e prolongada".
O momento em que a pandemia atingiu o país e começaram a circular notícias sobre revestimentos têxteis, como agentes da proliferação do vírus, e recomendações para retirá-los, foi crucial para iniciar este estudo e gerar um guia oficial de melhores práticas de manutenção. "Levamos a ideia à ABRITAC que imediatamente aderiu, criando a Câmara. Afinal, trata-se de um setor que gera mais de 4 mil empregos diretos e contabiliza faturamento acima de R$ 1 bilhão por ano e pode ser duramente prejudicado pela desinformação"
A Câmara é composta por associados da ABRITAC - Tapetes São Carlos, Tarkett, Viastar e WK Carpetes - e por dois grupos de trabalho, o Grupo Científico Projeto de Pesquisa e o Grupo Guia de Manutenção, Higiene e Limpeza. Do primeiro, fazem parte Leonardo Cozac, CEO do laboratório Conforlab; Alexandre Todorovic Fabro, médico Patologista, professor de Patologia e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto; Sabrina Setembre Batah, bióloga e mestranda da mesma universidade e Arthur Sequeira Aikawa, CEO da Omni-Electronica, especializada em sensoriamento de ambientes.
No Grupo Guia de Manutenção, Higiene e Limpeza estão: Camila Nagay, LEED AP na Athie Wohnrath; Daniel Freitas Siqueira do Grupo Verzani & Sandrini; a ABRAFAC - Associação Brasileira de Facilities -, representada pelo conselheiro, Alexandre Ventura e a Abralimp - Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional, representada pelo seu diretor de Relações Institucionais, Paulo Peres.
As presenças da ABRAFAC e Abralimp na Câmara fecham o ciclo, proporcionando uma visão 360º de toda cadeia produtiva do carpete: do fabricante ao cliente, passando pelo prestador de serviços. Aliada às participações do especificador e do próprio prestador de serviços, dá ao grupo a oportunidade de avaliar, de perto, dúvidas e problemas de cada elo desta cadeia, oferecendo contribuição efetiva na compreensão das qualidades do carpete como revestimento e a metodologia correta para mantê-lo, protegendo a saúde das pessoas e prolongando sua vida útil.
Já o grupo científico iniciará uma pesquisa pioneira no Brasil e, provavelmente no mundo, dimensionando a relação dos revestimentos têxteis com a saúde das pessoas, seu impacto no ambiente, principalmente com relação a qualidade do ar interno, desmitificando conceitos errôneos que vêm sendo construídos, particularmente nas últimas décadas. "A literatura cientifica sobre o tratamento de superfícies porosas - os têxteis - e seu impacto na saúde das pessoas é praticamente inexistente. Provavelmente, esta pesquisa vai ultrapassar o escopo inicial e se tornar referência em qualidade ambiental interna", prevê o CEO da milliCare.
A Câmara Técnica de Revestimentos de Pisos Corporativos e Residenciais da ABRITAC já iniciou os trabalhos e a expectativa é de apresentar os primeiros resultados nos próximos 30 dias e ter o Guia Técnico de Manutenção e Limpeza de Tapetes, Carpetes e Capachos concluído, baseado em pesquisa cientifica e avalizado pelas mais importantes entidades do setor, em seis meses.
"Não é porque existe o álcool gel que você pode deixar de lavar as mãos. Com carpetes e tapetes é o mesmo. Soluções emergenciais resolvem o momento, um plano de higienização regular e customizado, sim, evita a emergência, em qualquer contexto - durante ou pós pandemia. Esta é a didática que vamos oferecer", diz Jubilut.
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