No mundo dos negócios, cada vez mais se houve falar em "transformação digital". Mas qual é o contexto para essa transformação ocorrer e em que ritmo ela pode se mostrar competitiva? O primeiro passo é perceber que um dado isolado não significa nada. Ele só tem valor quando transformado em conhecimento. E é a partir daí que se pode tomar uma decisão mais assertiva e partir para a ação.
As empresas têm se mostrado bastante inseguras quanto a definir um caminho a seguir. Poucas sabem ler, interpretar e extrair valor dos dados gerados internamente ou ainda tirar proveito de dados externos para dinamizar seus negócios. Mas essas poucas têm conseguido obter novos insights, monitorar o negócio a partir dos dados atuais, otimizar os processos e monetizar o conhecimento adquirido através da análise dos dados. Isso é transformação digital. Os CEOs que largaram na frente já estão vendo suas pequenas melhorias digitais aumentarem os lucros.
Muitas organizações estão voltando suas atenções para a área de TI, trazendo-a para o núcleo dos negócios, com novo status e importância renovada em vantagem competitiva. Muitas companhias querem desenvolver seus próprios programas e aplicativos, maximizando os dados obtidos e os convertendo em novos negócios. Neste ponto, os CIOs podem contribuir muito com os CEOs para definir novos critérios de sucesso, novos objetivos para os negócios digitais. Tudo começa com essa definição, e só a partir daí é que se poderá quantificar e ranquear os dados mapeados, criando mais valor para a organização, fornecendo recursos de TI compatíveis com as prioridades do negócio.
Confira os 5 principais impedimentos para uma transformação digital bem-sucedida:
- Crer que transformação digital é pegar algo que é analógico e simplesmente torná-lo digital. Muito ao contrário, embarcar numa transformação digital é se dar oportunidade de revisar e até mesmo de mudar completamente o modo como as coisas vinham sendo feitas na empresa. A transformação bem-sucedida requer uma abordagem multifuncional, com forte integração entre departamentos que até então caminhavam de certa forma sozinhos. Não raro, as equipes de engenharia, vendas e marketing estarão alinhadas, assim como TI, comunicação, marketing e logística. Enfim, são muitas as combinações que vão surgir com o objetivo de ganhar eficiência e lucrar mais.
- Falta de sintonia na equipe. Um grande problema que costuma ficar evidente logo no início de todo processo de transformação digital é o descompasso entre as pessoas e os objetivos da empresa. Sendo assim, a primeira coisa a fazer é envolver todas as instâncias importantes nesse processo, comunicando claramente os objetivos e principalmente descrevendo os desafios que todos terão pela frente - num ambiente colaborativo.
- Exagerar na medida. O segredo para uma transformação digital consistente é pensar grande, mas agir com moderação. Grandes empresas, pioneiras da transformação digital, tropeçaram em erros que poderiam ter sido previstos se tivessem sido mais cautelosas. Não basta investir numa grande mudança organizacional se as pessoas não forem avisadas e treinadas. Não adianta melhorar o desempenho de um único departamento se logo a seguir o resultado ficar comprometido por falhas de continuidade. Enfim, é importante definir uma cadeia de mudanças para que, ao final, tudo esteja funcionando em nível de excelência.
- Confundir agilidade com eficiência. Nem sempre o que você consegue entregar rapidamente tem qualidade. Ou seja, não basta ser rápido se a agilidade não estiver intimamente vinculada à eficiência. Por outro lado, a agilidade organizacional é vista como um fator competitivo muito forte hoje em dia. É preciso saber exatamente o que está se passando no mercado, bem como o que se passa dentro da empresa, para tomar decisões com base em evidências. Além disso, quem coloca essas decisões em prática rapidamente sai ganhando. Portanto, é necessário colocar todo foco antes no desempenho, para que a transformação digital seja apoiada em ações concretas e certas.
- Reagir negativamente às quebras de paradigma. Hoje em dia não há mais lugar no mundo para esse tipo de pensamento: 'Nós chegamos até aqui fazendo tudo deste jeito e é assim que vamos continuar'. É fundamental observar melhor os movimentos do mercado global, encarando os disruptores com curiosidade. Em última instância, eles indicam uma oportunidade de mudança. Exemplo: não são os aplicativos de transporte que estão dizimando os táxis, mas um serviço caro e mal prestado. O mesmo acontece com músicas, filmes, casas etc. O que se vende é mais que um serviço, é a experiência de resolver tudo mais rápida e convenientemente. Isso se aplica a muitos negócios. Sendo assim, é preciso dedicar algum tempo para entender as quebras de paradigmas que estão ocorrendo no setor antes de definir estratégias.
Adriano Filadoro é formado em tecnologia com extensão em finanças pela Fundação Getúlio Vargas - onde atualmente cursa MBA em Big Data e Data Science. É diretor-presidente da Online Data Cloud, tendo sólida experiência em TI
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