Notícia publicada em 18 de setembro de 2019
A CBRE, empresa líder mundial em Commercial Real Estate Services, divulga levantamento do primeiro semestre de 2019. Os dados apontam para uma recuperação do mercado paulistano de escritórios comerciais, com redução da taxa de vacância e aumento de preços de locação em algumas regiões da cidade, somada à queda da taxa básica de juros Selic, garantindo mais negócios de compra e venda de ativos no período.
"O total comercializado pode chegar ao patamar de R$ 10 bilhões, em 2019", afirma o presidente da CBRE no Brasil, Walter Cardoso. São Paulo e Rio de Janeiro já somam R$ 4,7 bilhões - sendo que somente São Paulo representa R$ 3,1 bilhões.
Com a perspectiva de aprovação das reformas da Previdência e Tributária, Cardoso acredita que a confiança em um equilíbrio fiscal começa a ser retomada e o receio em relação à tomada de decisões de aquisição se reduz. Para o executivo, os preços de venda estão de 10% a 20% superiores aos de 2018 e quem esperar 2020 deve pagar mais pelos imóveis.
No primeiro semestre de 2019, as principais operações em São Paulo foram: aquisição pela BR Properties de torre corporativa da Hemisfério Sul Investimentos (HSI), venda pela Odebrecht do edifício-sede para a SDI Gestão e para a Barzel Properties, compra pela Brookfield Brazil de 75% do Brazilian Financial Center e aquisição pela JS Real Estate Multigestão de 60% do WTorre Paulista.
Ao considerar os últimos meses, as aquisições de escritórios têm sido lideradas por Fundos de Investimento Imobiliário, investidores estrangeiros presentes no Brasil e companhias de propriedades comerciais. "Daqui para frente, a maior parte das compras deve ficar concentrada nos Fundos Imobiliários, que se beneficiam de um ambiente de juros mais baixos", diz Cardoso. Só neste ano, as captações de fundos imobiliários chegaram a R$ 6,349 bilhões e houve demanda adicional por esses papéis de R$ 7,4 bilhões. Os recursos, na sua maior parte, foram direcionados para a compra de imóveis e também para certificado de recebíveis imobiliários (CRIs). Dados da CVM estimam que há mais de R$ 3,4 bilhões de fundos de investimento imobiliário em fase de captação.
Na análise das locações de escritórios, a CBRE aponta aumento de demanda para os imóveis dos padrões A e triple A. De acordo com Walter Cardoso, o mercado de escritórios está em plena recuperação e isso ocorre, ao mesmo tempo, em que um volume pequeno de novo estoque entrou no mercado, no segundo trimestre. Este novo estoque foi de 70.000 m² no período de abril a junho de 2019, acima da média histórica.
No mercado de escritórios triple A, a CBRE registrou a entrada de 19.200 metros quadrados novos no estoque no segundo trimestre. No comparativo, tivemos absorção bruta de 67.500 metros quadrados, 97% acima da do primeiro trimestre. Já a absorção líquida - índice que aponta a diferença entre novas absorções e devoluções - ficou em 59.100 metros quadrados, com aumento de 117%. Em junho, a vacância foi de 12,1%, ante 14,8%, no período anterior, e 16,6% no quarto trimestre de 2018.
Nos últimos anos, a CBRE tem visto um crescimento do "flight to quality". Ou seja, as buscas por imóveis visam espaços com mais qualidade e aproveitam o cenário de preços mais baixos de locação. "Parte das necessidades de expansão vem sendo suprida por espaços ociosos nas operações existentes, mas já estamos vendo pré-locações para projetos em construção", explica o vice-presidente da CBRE, Adriano Sartori.
A cidade de São Paulo concentra a maior movimentação do mercado de escritórios do Brasil e, no ranking global, está posicionada no vigésimo-quinto lugar com maior custo de ocupação em dólar do mundo, considerando o valor de aluguel mensal cobrado por metro quadrado. A CBRE mantém pesquisas constantes no intuito de ter um cenário bastante preciso e já pode apontar aumento do preço de locação na região dos Jardins - área que engloba as avenidas Faria Lima e Juscelino Kubitschek. Já em outras regiões, como a da Marginal Pinheiros, a vacância segue elevada.
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