Mobilidade urbana

Uma nova preocupação para o real estate e os negócios

No senso comum, mobilidade urbana é encarada meramente como tipos de serviços de transporte. No entanto, nos últimos 15 anos, o tema passou a ter um protagonismo grande fora desse alcance, tratando especialmente de questões relacionadas a como as cidades se organizam - e essa distribuição afeta muito o desenvolvimento imobiliário e a gestão de ativos, atualmente.

Atenta a essa visão sobre o tema, a CoreNet Brasil trouxe em sua última palestra, em São Paulo, o painel "As implicações da mobilidade urbana e do plano diretor no desenvolvimento de novos negócios em São Paulo", com a participação de Daniel Montandon, da Soluções Regularização Imobiliária, e Micael Costa, da Frente Mobility Brasil.

Para explicar as consequências para os empreendedores e gestores imobiliários dos impactos da mobilidade, Daniel Montandon baseou sua fala nos atributos do novo plano diretor da cidade de São Paulo, elaborado a partir de um conceito bastante apurado dos princípios de mobilidade urbana sustentável, que vem pautando o espírito público no Brasil e em cidades da América Latina. De modo geral, o conceito de mobilidade urbana sustentável está ligado às formas como as cidades devem procurar uma maior racionalização para circulação de pessoas e cargas.

Para o setor de Real Estate, o privilégio dos planos diretores por mobilidade mais eficiente, assim como a lei federal sobre mobilidade urbana de 2012, tende a trazer impactos significativos, que vão desde restrições, do tipo outorga onerosa para construções, até uma série de benefícios e modos de tirar proveito para o desenvolvimento imobiliário. Essas condições pretendem ajudar a resolver problemas públicos graves para as grandes cidades, que tiveram um crescimento muito rápido num curto espaço de tempo, de modo que o poder público não consegue prover mecanismos para suprir esse crescimento, tendo de lidar sempre com um déficit de infraestrutura, como ocorre em São Paulo.

Algumas inciativas específicas do plano diretor da capital paulista com vistas à melhoria da mobilidade urbana passaram, dessa maneira, a interferir diretamente no setor imobiliário. Algumas dessas mudanças vão de encontro à construção da edificação em si, que estão relacionadas desde a garantia de espaços para pedestres em calçadas a até mesmo a construção de estacionamentos e vestiários para usuários de bicicletas em edifícios, situação já regulamentada pelo código de obras do município. Outras medidas visam estimular o crescimento de construções em áreas em que ocorra integração de uso do solo com o transporte, ou seja, próxima de concentrações onde existam estações de metrô, corredores de ônibus e uma quantidade maior de pessoas morando. Iniciativas como a mescla de usos com o incremento de fachadas ativas (onde a fachada do pavimento térreo, que tem acesso do logradouro, tenha usos de que dinamizam as atividades, como cafés, restaurantes, comércios) também são incentivadas. O objetivo em todos esses casos é estimular uma cidade orientada pelo conceito de "3 C´s", criando uma cidade compacta, conectada e coordenada entre os vários modais para o transporte.

Outros conceitos presentes no plano diretor paulistano que também se revertem para o mercado imobiliário são os de fruição pública, com apresentação de jardins internos e de circulação dentro edifício, o que ajuda a qualificar o espaço público e a questão da mobilidade, fazendo com que o empreendimento ganhe um potencial construtivo de 50% na área destinada. Outro benefício é o estímulo para áreas de criação de edifícios-garagem em locais de conexão com o sistema viário de transporte público, diminuindo-se o custo de outorga onerosa nesses casos.

Esses e outros quesitos, como os apontados na palestra, pretendem levar a cidade de São Paulo a ter uma modelagem num futuro imediato por novos empreendimentos, tornando mais dinâmica a integração entre o "real estate" e a própria mobilidade do município. Soluções pontuais na área de "facilities management" também ajudam, hoje, a transformar e melhorar as relações de mobilidade para as empresas e empreendimentos, a exemplo do trabalho realizado pela Frente Mobility Brasil, que conecta as demandas da indústria e dos gestores de frotas das empresas, criando soluções e gerando valor agregado para empresas de diversos setores, como indústrias químicas, farmacêutica, mineradoras e empresas de tecnologia.

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