O radônio é um gás radioativo, insípido, inodoro e incolor totalmente imperceptível ao ser humano que apresenta grande impacto na qualidade do ar em ambientes internos. Apesar de imperceptível ao ser humano, o radônio apresenta um grande perigo. Trata-se de um elemento com elevado potencial carcinogênico, responsável por centenas de milhares de mortes todos os anos em todo o mundo. Não há maneiras de tratar o ar contaminado com radônio e a maior arma que temos para o combate deste inimigo letal é o conhecimento. Para difusão deste conhecimento, a Conforlab, referência nacional na análise de radônio em ambientes confinados, elaborou este artigo com as principais curiosidades referentes ao tema. Quem assina o material é o Coordenador Robson Petroni.
O radônio é um problema de saúde pública em todo o mundo. Porque ele é tão nocivo à saúde?
O risco associado ao radônio é devido à radioatividade deste elemento. Quando em níveis muito elevados o radônio causa efeitos irreversíveis à saúde, muito severos que ocasionam falência múltipla de órgãos e consequentemente a morte. Não bastasse os riscos relacionados à exposição aguda (exposição por um curto período de tempo em ambientes com uma concentração muito elevada), o radônio tem um agravante. Por ser um gás inerte ele adentra em nosso corpo sem ser detectado por qualquer sistema de defesa do organismo. Ao ocorrer o evento de decaimento radioativo ele emite uma partícula muito energética capaz de alterar ou danificar o DNA da célula. Com o passar dos anos estes eventos causam tumores, mutações e morte celular. Esse é o grande risco do radônio. Uma exposição por um longo período de tempo, ainda que em níveis relativamente baixos.
Todo problema tem uma origem. De onde vem o radônio em minha residência?
A principal fonte de radônio é - acredite se quiser - o próprio solo sobre o qual o imóvel foi construído. Inúmeros fatores contribuem para que ocorra a "concentração" de radônio em ambientes confinados (como nossas casas e escritórios), mas o mais significativo é correlacionado com a engenharia, projeto e até mesmo com os materiais empregados na construção de um imóvel. Ao emanar do solo e encontrar um local confinado, o radônio se "concentra" contaminando o ambiente, tornando-se um fator de risco muito grande para a saúde de todos os ocupantes, especialmente as crianças e fumantes.
Se o radônio advém principalmente do solo sobre o qual minha residência foi construída, e se meus vizinhos já fizeram o teste para medição de radônio, obtivendo resultados satisfatórios, significa que minha casa é segura?
Cada residência é projetada em uma planta diferente (com diferentes materiais, idades, estrutura, diâmetro, condições de conservação e limpeza etc.) e essas diferenças podem ser significativas para a "acumulação" de radônio no ambiente interior. Mesmo dentro de uma única residência, diferentes ambientes podem ter grande variação da concentração de radônio. Historicamente, ambientes com taxa de renovação de ar insuficiente e que permanecem boa parte do tempo fechados possuem maior concentração de radônio quando comparados aqueles que permanecem boa parte do tempo abertos (com grande circulação e/ou renovação de ar).
Como saber se minha casa ou escritório tem radônio?
Todos os ambientes confinados possuem radônio. A única dúvida é o quanto há de radônio no ambiente. E só há um jeito de obter essa resposta. Através da análise de radônio em diferentes ambientes do imóvel. Padrões internacionais estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde e USEPA estabelecem que a concentração de radônio em um ambiente confinado deve ser inferior a 4 pCi/L. Ambientes com níveis de radônio acima 4 pCi/L de tornam-se potencialmente perigosos à saúde e quanto maior a concentração de radônio maior o risco a que os ocupantes estão expostos. Estes ambientes devem ser "tratados" para minimização da concentração até níveis aceitáveis. Ainda de acordo com a USEPA, ambientes com mais de 8 pCi/L de radônio devem ser evitados a todo custo, especialmente se este ambiente for sua própria casa ou escritório.