Karina Spinelli
 

Apenas 30% dos trabalhadores estão satisfeitos com a qualidade acústica de seus escritórios

Pesquisa global com mais de 270.000 participantes aponta que elemento vital ainda é ignorado.

Por Mateus Murozaki

Apenas 30% dos trabalhadores estão satisfeitos com a qualidade acústica de seus escritórios

Foto: Maurício Moreno

Imagine o seguinte cenário: você está focado em suas tarefas e as realizando com eficiência quando, do nada, um barulho na rua invade seu escritório e, imediatamente, seu foco é quebrado e sua eficiência se vai. Todos passaram por um momento assim, provavelmente mais de uma vez e, em alguns casos, constantemente. Não é preciso ser um especialista para entender a correlação entre uma má acústica e a queda de eficiência dos colaboradores em um ambiente.

De acordo com o Leesman Index, maior banco de dados de experiência no local de trabalho do mundo, entre 270 mil funcionários em 2.100 locais de trabalho espalhados por 67 países, apenas 30% se mostraram satisfeitos com a qualidade acústica em seus ambientes de trabalho, com o ruído em espaços abertos sendo um fator constantemente apontado.

“Tem algumas pesquisas que falam que, quando você perde a concentração, você demora de 10 a 15 minutos para retomar a concentração… imagina que você está focado e alguém passa do seu lado falando sobre futebol… você perdeu 15 minutos. Daqui a pouco, passa outra pessoa te chamando para um café. Então, de 15 em 15 minutos, você vai perdendo atenção. Entendo que a gente não precisa ser um robô, mas o som permite que a gente se distraia”, explica Bruno Amabile, coordenador técnico de engenharia acústica na Lady.

Ao analisar a situação da acústica dentro da elaboração de projetos arquitetônicos, o profissional pensa por dois caminhos: quem conhece, leva a sério; quem não conhece, tende a ignorar o assunto. Comenta, inclusive, que existe uma falta de preparo para profissionais nesse âmbito, exemplificado pela falta de matérias voltadas para isso na faculdade, já que, dentro da arquitetura, há um semestre que toca no assunto, sendo dividido também com térmica e lumínica.

De acordo com Amabile, o caminho para que a acústica se torne um assunto prioritário como deve ser é através da educação, não apenas em cursos e faculdades, como também em eventos onde se palestram e têm contato direto com pessoas. “É realmente trazer algo mais tátil, não só cálculo, mas perceber que seu cliente vai ter um problema e deixar que o cálculo fique com os calculistas, as consultorias acústicas”, explica.

Outro caminho é o das certificações voltadas para a qualidade acústica dos ambientes, que trazem reconhecimento para as empresas e ajudam com a exposição do problema.

A percepção que a Lady quer trazer, de acordo com ele, é a de que acústica e design não são coisas que precisam andar separadas, com a empresa criando mobiliário personalizado de acordo com as necessidades estéticas de cada cliente, com material acústico e sustentável. Uma maneira direta e simples para introduzir eficiência acústica nos ambientes de trabalho.

O profissional também acredita que o cenário se tornará melhor no futuro, comparando com a questão ergonômica: antigamente, não era incomum que os colaboradores desenvolvessem problemas como tendinite ou dor crônica nas costas devido à qualidade ergonômica do mobiliário, algo que, com o tempo, foi se transformando em uma prioridade.

Para chegarmos nesse caminho, porém, é absolutamente necessário estar atualizado com as boas práticas do setor. Caso tenha interesse em se colocar na vanguarda junto de profissionais que trabalham constantemente para elevar o nível do mercado, então não deixe de participar do 4º Fórum InfraFM Workplace. Clique aqui e saiba mais.


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