Afinal, onde estamos quando o assunto é workplace?
 

Portos verdes

Iniciativas pelo Brasil demonstram como as instalações portuárias podem ser mais produtivas, eficientes e sustentáveis

"Além de ser um elo integrador logístico, os portos brasileiros podem ser mais produtivos, mais eficientes, geradores de valor e de desenvolvimento regional e, por quê não, sustentáveis". É o que afirma o Professor Doutor Newton Narciso Pereira, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Segundo Pereira, em muitos outros países as pressões da sociedade deram origem ao conceito de Porto Verde (Green Port), que promovem ações mitigadoras dos impactos ambientais causados no entorno dos portos sobre a água, o ar e o solo, e que refletem na qualidade de vida das pessoas que vivem ao seu redor.

No Brasil, existem algumas iniciativas. Em 2015, a Fundação Vanzolini e o Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária (CILIP), da USP, desenvolveram o primeiro referencial técnico do Brasil para infraestrutura portuária, o AQUA-Portos. O projeto do terminal da Itaoca Offshore, a ser construído no município de Itapemirim, no litoral sul do Espírito Santo, foi o primeiro a ser avaliado e a receber a certificação. O referencial técnico avalia 15 categorias e mais de 300 indicadores de sustentabilidade. São levados em conta os aspectos econômicos, sociais e ambientais da instalação portuária.

Pereira afirma que a gestão ambiental de portos contempla o uso de energia renovável, substituição modal, construção sustentável e reaproveitamento dos recursos oriundos da operação portuária de forma mais eficaz.

"Somente na Bacia de São Marcos, no Maranhão, como exemplo, a amplitude da maré de sizígia pode alcançar 6,5 m, além da correnteza, com mais de 4 nós gerada durante as vazantes e que poderia ser convertida em energia elétrica com a utilização de sistemas de batedores de ondas ou turbinas subaquáticas. Além disso, as elevadas correntes existentes nos rios amazônicos também poderiam ser aproveitadas para geração de energia limpa", cita como exemplos, Pereira.

Painéis fotovoltaicos e usinas eólicas são utilizadas para abastecerem de energia portos como o de Roterdam, na Holanda e no Porto de Los Angeles, nos Estados Unidos. No Brasil, no Porto de Pecém, foi instalada a primeira usina da América Latina a utilizar o movimento das ondas do mar para produção de energia elétrica. A usina em Pecém tem capacidade de gerar 50 kilowatts (kW). O projeto foi desenvolvido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Outra iniciativa nacional foi a utilização de energia solar para iluminar o molhe de pedras que protege o porto externo, na área que abriga quatro píeres e o Cais de Múltiplos Usos junto ao Porto de Suape, em Pernambuco. Além disso, lâmpadas de LED são utilizadas para iluminar o local, o que gera um melhor conforto visual e reduz o efeito de foto poluição, ou seja, a dispersão de luz para o entorno da área iluminada que pode afetar as espécies de animais que vivem no entorno.

Para Pereira, "diante dos avanços internacionais e das iniciativas no país, pela melhoria do ambiente portuário, posso responder que os portos podem e devem ser mais sustentáveis, com pequeno esforço em adequações e gestão, com estabelecimento de critérios e monitoramento de indicadores de sustentabilidade, eles podem atingir elevados índices de desempenho ambiental, conciliar seus interesses com a comunidade local e promover o desenvolvimento social e econômico".

Imagem: Perspectiva do Itaoca Offshore, a ser construído no município de Itapemirim, no litoral sul do Espírito Santo

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