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O compromisso da BRF com sustentabilidade e inovação na gestão de alimentos

Giulliano Sandrini, Facilities & Real Estate Head na BRF, nos conta sobre a contribuição da área para atender às demandas da companhia.

Por Léa Lobo

O compromisso da BRF com sustentabilidade e inovação na gestão de alimentos

Há quase 90 anos, a BRF leva alimentos saborosos para o mundo todo, com agilidade, simplicidade e eficiência. Somam-se quase 100 mil colaboradores, espalhados por mais de 120 países, atendendo milhares de pessoas em todo o mundo, pois acreditam que um futuro melhor vai demandar alimentos de qualidade.

A cadeia da BRF é integrada, o que exige uma gestão sustentável. Sustentável porque olha para o desenvolvimento das pessoas, todas elas: colaboradores, parceiros, clientes, consumidores. Sustentável porque respeita o meio ambiente e o bem-estar animal. Sustentável porque fomenta o crescimento do negócio de forma a criar e compartilhar valor com todos que compõem a cadeia. Entendem que só assim conseguem assumir a responsabilidade pelos resultados e oferecer alimentos de qualidade.

A companhia entende que a cultura organizacional é um processo vivo e que está em constante transformação, sempre guiada por seus compromissos: Segurança, Integridade e Qualidade. E para saber um pouco mais sobre a contribuição da área de FM nesse processo, entrevistamos Giulliano Sandrini, Facilities & Real Estate Head na BRF. Acompanhe:

Considerando sua formação em Engenharia Elétrica e Mestrado em Administração Estratégica, como esses conhecimentos técnicos contribuem para sua abordagem na gestão de Facilities & Real Estate na BRF, especialmente em projetos desafiadores como a centralização de escritórios e implementação de novas tecnologias?

A engenharia sem dúvida é uma das melhores escolas para desenvolver a habilidade de solução de problemas complexos. No dia a dia, eu uso muito as questões analíticas para compreender bem os dados, seja qual problema for, e isso impulsiona a tomada de decisão de forma assertiva, e rápida. Quanto à Administração Estratégica, ela contribuiu muito para abrir meus pensamentos para questões voltadas ao lado “não lógico”, e uso muito isso para compreender melhor as relações interpessoais, e a influência que elas causam no todo, aprendendo a lidar com situações de conflito e negociações, em que temos que considerar os impactos de todos os interessados no desenvolvimento das soluções. Aprendi com minhas experiências ao longo da carreira que somente a parte racional não é suficiente para entregarmos boas resoluções e resultados práticos.

Ainda sobre sua experiência em liderança de grandes equipes e projetos, como você aborda os desafios específicos de liderar as áreas de Facility & Real Estate. Qual é a composição da área/equipe e quais facilities services compreendem o seu escopo de trabalho?

Os desafios são os mais diversos, pois Facilities e Real Estate são áreas muito dinâmicas, que nos exige um time com perfil de grande resiliência, agilidade, e criatividade para constante busca de soluções diferenciadas. Há uma rotina estabelecida em processos chaves, mas há também uma boa dose de situações imprevistas, em que a área é envolvida em todo o suporte ao negócio, principalmente focada a suporte aos colaboradores. Atualmente, a estrutura conta com área corporativa, que define os modelos, diretrizes e KPIs, e as áreas que estão “in loco”, inseridas nos negócios, sejam Indústrias, Operações de Agropecuária, Centros de Distribuição e Escritórios.

Na BRF, nosso escopo abrange a gestão das seguintes categorias de Facilities Services: restaurantes, transporte de funcionários, segurança patrimonial, limpeza, frota leve, lavanderia e uniformes, workspace e manutenção predial nos escritórios, copa, estacionamentos, mensageria, e demais serviços de apoio. Em Real Estate, nossas responsabilidades vão desde a gestão de documentações dos imóveis próprios e locados, até as soluções em moradias que a empresa possui em diversas regiões.

Fale-nos da sua área, quando o tema é excelência?

O programa +e (mais excelência em Facilities) é tratado com muito carinho pelo time. Ele foi criado em 2019 e implementado em 2020, e já está em seu terceiro ano de aplicação. É nossa principal ferramenta para avaliarmos o desempenho da área, e desenvolvermos nosso time. O programa está pautado na avaliação do que chamamos de pilar “in”, que são nossas atividades internas, rotinas e rotas de acompanhamento, e o pilar “out”, que foca no acompanhamento da performance de nossos fornecedores parceiros, pautadas em SLAs (service level agreement) contratados. O programa consolida mensalmente todos os indicadores da área, de forma padronizada, e isso nos dá uma ampla visibilidade de onde temos que atuar, bem como onde temos “top and worst performance”. Estes indicadores são compartilhados com as áreas de negócio, e com áreas que impactam nas decisões sobre fornecedores, como Suprimentos. O programa também tem um quesito que pontua projetos de inovação, e melhoria contínua, que compõe a performance final de cada unidade, fornecedor e categoria.

Você liderou a centralização de escritórios da BRF. Pode compartilhar mais sobre os desafios enfrentados e como o novo escritório em SP, no Parque da Cidade, reflete a visão da empresa?

Este projeto teve uma fase inicial muito importante de avaliação e planejamento. Após a definição do local, que atendesse todas as nossas necessidades, e estivesse adequado com as condições de ESG (como a certificação LEED), desenhamos todos os ambientes do novo escritório, alinhados ao momento da empresa, e focando nos componentes culturais onde, pela característica de nosso business, optamos por uma estrutura capaz de absorver todo o time de forma presencial. Tivemos também a oportunidade de desenvolver os espaços multiuso, flexíveis para qualquer necessidade voltada para possibilitar treinamentos, reuniões estratégicas e eventos. 

Com a unificação de dois escritórios em um único local, houve desafios específicos na adaptação do espaço, especialmente com a implementação de uma cozinha industrial no 25º andar. Como a empresa superou esses desafios e qual o impacto dessa decisão na cultura organizacional?

Nós somos uma das maiores companhias de alimentos do mundo, donas  de marcas tão queridas e reconhecidas no mercado como Sadia, Perdigão, Qualy e etc. Então, nós achamos que seria uma ótima oportunidade para construirmos esta cozinha equipada com todos os recursos necessários, atendendo a todos os critérios de segurança e legislações, para promover a preparação de nossos produtos. Essa foi, sem dúvida, uma das etapas mais desafiadora, já que estamos na laje do 25° andar de um prédio corporativo, que não foi preparado para este tipo de operação. Mas, com muita dedicação e trabalho, conseguimos achar as alternativas que tornaram o projeto viável, e hoje já está em operação.

Você mencionou o projeto de roteirização de fretados em Uberlândia, que resultou em economia de recursos. Como esse projeto impactou positivamente a eficiência logística e a sustentabilidade na unidade?

O desafio que as empresas têm hoje em termos de mobilidade, nas mais diversas cidades, e a constante busca por eficiência em ESG, foram os motivadores para encaramos este como um dos principais projetos de 2023. Nós escolhemos nosso parque industrial de Uberlândia/MG por ser um de nosso maiores e mais impactantes na categoria de transporte de funcionários. Para executar o projeto, avaliamos várias soluções de mercado, até selecionarmos a que mais estava adequada ao que pretendíamos. Concluímos todo o projeto com redução do número de veículos contratados, redução de quilômetro rodado, mediante revisão de todas as rotas, passando a disponibilizar a nossos colaboradores que usam o transporte a posição de cada veículo em tempo real.

No contexto da mobilidade, além do projeto de roteirização, a BRF possui uma política de frota. Como esse projeto contribuiu para a sustentabilidade e eficiência operacional?

Nossa frota leve é composta por aproximadamente 4.000 veículos, que são utilizados principalmente pelos times de vendas e extensionistas que atendem nossos integrados na produção de aves e suínos. Os veículos são disponibilizados para uso como ferramenta de trabalho, em que as regras de utilização são desenhadas pelo nosso time de Facilities, em conjunto com as áreas de negócio. Monitoramos em tempo real todos os veículos, e definimos o formato de abastecimento entre gasolina/etanol, em busca da melhor eficiência, além de prestarmos todo o apoio necessário aos condutores.

Na área de tecnologia, você mencionou a centralização de indicadores em todas as unidades da BRF. Como essa padronização de informações influenciou as operações e contribuiu para a excelência operacional?

A centralização de informações padronizadas tem impacto direto para buscarmos comparativos entre cada operação, mostrando os locais em que temos maior competitividade, e os que precisamos atuar para buscar melhor performance. Esses dados compilados e centralizados nos ajudam na gestão para que possamos tomar decisões estratégicas a partir deles. Com base nisso, ao colocar cada unidade dentro do padrão, um dos passos principais é treinar e capacitar o time, nivelando a informação e as práticas. Com isso, não é necessário reinventar a roda a todo momento, mas dar velocidade e conhecimento para todos, definindo onde queremos chegar e como vamos chegar lá.

Outro projeto foi o de segurança com drones e a automatização da portaria, como iniciativas inovadoras. Pode compartilhar mais sobre como essas tecnologias estão impactando a segurança nas instalações da BRF?

Nós estamos dando continuidade à Jornada de Transformação Digital da BRF, buscando soluções que tragam mais agilidade, simplicidade e eficiência aos nossos processos. No caso do Drone, ainda temos limitações que estamos trabalhando em busca de uma operação totalmente automatizada, mas ela já se mostra eficiente, em vários pontos em que podemos trazer segurança pelo monitoramento das imagens, e uma eventual atuação em casos de invasão, ou qualquer outro efeito indesejado. No caso das portarias automatizadas, o projeto está também avançando nesta mesma linha, em conseguirmos colocar todos os recursos tecnológicos, em prol de termos uma única portaria central, com operadores, e as demais rodando com automação, e sistemas integrados, onde devemos avançar ao longo de 2024 com este projeto.

Hoje fala-se que as tendências mais importantes na gestão de FM incluem; economia circular, relatórios ESG, tecnologias, agenda climática e bem-estar bem dos colaboradores. Pode citar em que a sua área tem contribuído com o negócio da BRF, nessas temáticas?

Como Facilities e Real Estate, estamos envolvidos em algumas das diversas frentes que a BRF tem conduzido. como na redução de desperdício de alimentos em nossos restaurantes, na melhor gestão dos recursos quando falamos dos combustíveis da nossa frota e no projeto de otimização de recursos naturais (água e energia) em nossos escritórios  A jornada de sustentabilidade da BRF é um assunto extremamente estratégico e relevante para os nossos colaboradores, em que todas as áreas precisam estar atentas para que as atividades desenvolvidas respeitem a Agenda ESG da companhia.

Deixe uma mensagem para colegas de mercado, que como você, atuam em FM & Real Estate.

Acredito muito na consolidação e evolução das áreas de Facilities & Real Estate, pois vejo nossas áreas seguindo um caminho de profissionalização, desenvolvimento e, principalmente, ganhando importância estratégica para as empresas. O desafio de cuidar melhor dos colaboradores, trazendo sempre soluções cada vez mais inteligentes e competitivas, requer profissionais de Facilities & RE muito capacitados. Com este cenário para futuro, vislumbro que temos bons ventos impulsionando a valorização dos profissionais que atuam na área, e cada vez mais vão surgir oportunidades de mercado. Estou super otimista, e acredito que, quanto mais profissionais da área estiverem conectados, podemos ajudar na construção um mundo corporativo cada vez melhor. 

A jornada da BRF ao longo de quase nove décadas é marcada por uma contínua evolução e compromisso com a qualidade, sustentabilidade e inovação. As iniciativas e projetos liderados por Giulliano Sandrini em Facilities & Real Estate refletem o compromisso da empresa com a excelência operacional, segurança e bem-estar, alinhando-se às tendências globais de sustentabilidade e tecnologia. 


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