Integrando excelência médica e inovação em engenharia para a melhor experiência

Nesta entrevista com Walmor Brambilla, Gerente Executivo de Engenharia e Real Estate do HCOR, acompanhe os avanços e desafios da área na instituição de saúde.

Por Léa Lobo

Walmor Brambilla

O Hospital do Coração (HCor) é uma instituição médica brasileira especializada em cardiologia e outras áreas da saúde relacionadas ao coração. Fundado em 1976, o HCor está localizado em São Paulo e é reconhecido nacional e internacionalmente pela excelência em tratamentos cardíacos e cuidados de saúde. Sua missão é proporcionar atendimento médico de alta qualidade, com foco na humanização e no bem-estar do paciente.

E para que a missão seja cumprida, temos o papel da área de Engenharia e Real Estate do hospital, que tem à sua frente o Gerente Executivo Walmor Brambilla. Com formação em engenharia pela Universidade São Judas Tadeu, Walmor buscou se especializar em engenharia biomédica no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein pouco tempo após a graduação, já que atuou em todas as áreas da Engenharia no segmento da Saúde, especificamente em hospitais. Grande parte de sua carreira foi construída na Dasa, no Hospital Santa Paula, onde foi responsável pela área de Incorporação de Tecnologias Médicas e Gestão do Parque Tecnológico, responsável pela Gestão de Manutenção de toda a infraestrutura do hospital e, posteriormente, pelas áreas de Obras, Expansão e Novos negócios. Além dos projetos do hospital, Brambilla atuou em sinergia e de forma consultiva em vários projetos das unidades hospitalares da Dasa, como o Hospital Nove de Julho e outros no Rio de Janeiro e em Brasília.

Somado à parte profissional, Brambilla é pai de Pedro, esposo de Chris, ciclista e corredor amador, que gostaria de um dia fazer um Ironman. É um curioso incansável, que gosta de aprender com tudo e com todos, e com a Engenharia que o trouxe aos dias atuais como um profissional diferenciado da área. Na sequência, ele destaca um pouco da sua área, dos projetos e investimentos.

Como está estruturada a área de Engenharia e para quem responde dentro da instituição hospitalar?

Hoje, a Engenharia Executiva do Hcor é composta por algumas áreas específicas:

- Engenharia Hospitalar, que faz a gestão da manutenção predial de toda a infraestrutura;

- Engenharia Clínica, que faz a gestão do uso seguro das tecnologias médicas por meio de manutenções preventivas, calibrações, treinamentos dos usuários e operação dos sistemas junto à assistência da instituição;

- Arquitetura e Projetos, que desenvolve e gerencia todos os projetos da instituição, auxiliando, inclusive, em toda a operação legal dos ambientes de saúde do HCor, e é também a grande guardiã do nosso plano diretor de expansão;

- Engenharia de Obras, que executa as obras do plano de expansão da instituição;

- Real Estate, que faz a gestão imobiliária, apoiando no crescimento sustentável da instituição.

Seu modelo de gestão busca oferecer a melhor experiência aos usuários dos espaços. Você poderia comentar mais sobre isso?

Seguindo a fórmula de valor em saúde de Michael Porter, podemos constatar que a experiência percebida de nossos pacientes está diretamente ligada à entrega de valor. Os ambientes de saúde estão diretamente ligados à entrega desta experiência e, consequentemente, a um melhor desfecho para os nossos pacientes. Seguindo essa premissa, o HCor implantou o Escritório de Experiência do Paciente, com um conselho consultivo de pacientes e familiares que trazem a visão deles e suas experiências, para que possamos melhorar nossos processos no dia a dia. A nossa área de Arquitetura e Projetos traz todos esses conceitos e ferramentas como pressupostos para a elaboração dos nossos projetos, que passam pelo Escritório de Experiência do Paciente para apoio no seu desenvolvimento, trazendo um olhar mais criterioso para a sua entrega final. Desta forma, temos conseguido resultados importantes para a instituição como um todo e, sem dúvida nenhuma, estamos proporcionando uma melhor experiência e desfechos melhores para os nossos pacientes.

Estão em algum processo de melhoria das instalações e/ou infraestrutura do hospital?

Como mencionei acima, o HCor tem um desafio muito grande de crescimento orgânico das suas instalações, bem como a sua expansão. Para crescermos de forma sustentável e segura, estamos investindo mais de R$ 114 milhões no retrofit do nosso sistema elétrico de potência, com mais de 6MVA de geração de energia e distribuição. Trata-se de um projeto extremamente complexo, devido à característica física da instituição e à sua localização. São sete subestações de distribuição de energia, com duas linhas subterrâneas de alimentação elétrica redundantes, duas usinas de geração de energia, uma principal com todas as cargas do hospital e uma de emergência, que se torna redundante para as cargas críticas. Tudo isso totalizando uma autossuficiência de geração de energia elétrica de, pelo menos, 48 horas, sem depender da concessionária. Quando falamos em crescimento orgânico, temos o projeto de construção de 36 novos leitos nos espaços existentes, que depende do remanejamento de áreas administrativas. No total, serão realizadas 18 obras para a construção dos leitos, que representam um investimento de mais de R$ 50 milhões.

Quais são os serviços terceirizados em facilities services?

Hoje, temos terceirizadas a área de PMOC, os serviços de manutenção de ar-condicionado, higiene e limpeza – com exceção do time que faz a higienização dos leitos e recorrência aos pacientes, lincado ao projeto de aumento da qualidade da experiência deles –, além da segurança patrimonial e serviço de estacionamento.

Quais são os principais desafios de gestão quando se trata da entrega de serviços terceirizados?

Com certeza, o principal desafio é garantir a qualidade dos serviços prestados, para que o paciente tenha a melhor experiência possível, de acordo com nosso planejamento estratégico. Nosso empenho tem sido para que os colaboradores das empresas contratadas se alinhem à nossa cultura e entreguem o comprometimento requerido para garantia da qualidade e experiência desejadas.

Quais são os diferenciais de entrega da sua área e os benefícios para a instituição?

Sem dúvida nenhuma, a qualidade técnica, estruturação de processos e o comprometimento com o propósito da instituição, de acordo com seu planejamento estratégico. Temos entregado resultados importantes e sustentáveis para a instituição, sempre com base nesses diferenciais.

Conte-nos como fazem a gestão sob o viés da análise de risco.

Criamos dentro dos nossos processos uma área de Gestão de Riscos, que analisa os impactos que todas as atividades realizadas no hospital possam vir a causar em nossos pacientes, visitantes e colaboradores, além das APRs (Análise Preliminar de Riscos) e envolvimento de toda a equipe multidisciplinar e desenvolvimento de planos de ação em conjunto para viabilizar as atividades. Essas análises contemplam desde o impacto causado por uma obra nos arredores de uma unidade assistencial, até a indisponibilidade de um equipamento médico que possa afetar a operação, a assistência e/ou o desfecho dos pacientes, até a produção do hospital com uma redução de receita. Este modelo tem sido muito importante para a instituição, no que tange à segurança e à sustentabilidade dos processos.

Como avalia o desenvolvimento da atividade de Facility Management ao longo dos anos? E qual é o valor da área para a estratégia dos negócios?

Facility Management virou, sem dúvida nenhuma, uma das profissões mais importantes em uma empresa que presta serviços a grandes públicos. Os hospitais, com certeza, têm uma grande parcela deste mercado, por serem instituições que necessitam de instalações com uma gestão mais crítica, devido à sua complexidade, bem como à sua regulação. Acredito que seja um caminho sem volta, com profissionais cada vez mais habilitados em diversas áreas para compor os times que farão a zeladoria desses edifícios tão complexos.

Por fim, acompanhamos nesta entrevista com Walmor Brambilla, como o profissionalismo, com uma abordagem multidisciplinar que inclui Engenharia, Arquitetura, Riscos e Facility Management, continua a se destacar como um modelo a ser seguido, oferecendo um ambiente seguro, eficiente e acolhedor para pacientes e profissionais da saúde nos ambientes hospitalares.


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