Por Léa Lobo

Em tempos de pós pandemia onde empresas e organizações buscam se sobressair na recuperação econômica, segue também o desafio de pensar nos novos modelos de trabalho. Essa questão gera interesse por parte dos colaboradores e até mesmo de alguns empregadores, visando a ser tendência no mercado imobiliário, e isso acarreta não só a discussão sobre o futuro dos escritórios e novos espaços de trabalho no modelo híbrido, mas também qual é o custo dos projetos.

A consultoria imobiliária Newmark realizou levantamento avaliando os custos para implementação de projetos de escritórios em 2022 nos principais países da América Latina. O Brasil, a despeito da desvalorização cambial, aumentos de custos de matérias-primas e de mão-de-obra qualificada, é o país com o menor custo por metro quadrado (veja quadro ao lado). A consultoria avaliou valores de honorários, obra, acessórios e mobiliários novos, assim como custos com TI - servidores, PCs, monitores.

A categoria Premium inclui área de escritórios com iluminação ajustável, carpetes de alta qualidade e teto com placas de alto isolamento acústico, sistemas de envidraçamento de alumínio e portas altas de vidro, tetos em placas de gesso nos corredores internos, com iluminação embutida e difusores lineares e refeitório com bancadas e acabamentos de alta especificação. Nos halls e recepção, pisos de pedra importada, painéis acústicos, revestimento em pedra, metal e madeira com iluminação integrada. E, por fim, salas de reuniões com fachadas com vidros duplos, painéis acústicos personalizados com equipamentos para apresentações de última geração totalmente integrados, entre outros.

A pesquisa da Newmark também aponta que o futuro dos escritórios se conecta com uma conjugação de eficiência, bem-estar, tecnologia e sustentabilidade. “As pessoas não querem mais trabalhar para uma empresa que apresenta um impacto ambiental negativo”, diz o levantamento.

Uma outra pesquisa fornecida pela Office for National Statistics, em 2021, revelou que até 85% da força de trabalho é a favor do modelo híbrido que consiste em ir alguns dias ao escritório e outros trabalhar remotamente. Com o mesmo ideal, cerca de 55% dos empregadores esperam que seus funcionários trabalhem de casa ou remotamente por pelo menos parte da semana.

Ainda mais recente, em outubro de 2022, uma pesquisa foi realizada com exclusividade pela Revista InfraFM com a participação de 224 profissionais que atuam em Facility, Property & Workplace Management. Essa pesquisa afirmou que neste ano de 2023, o regime híbrido nas empresas tende a ser prevalecido, conforme mostra o gráfico:

Foi perguntado também aos profissionais sobre os espaços de trabalho da empresa, independente do home office. 42,6% dos entrevistados responderam que pretendem ao longo dos próximos 12 meses readequar seus espaços atuais.

A partir deste ano, empresas tendem a discutir mais sobre o assunto, diferente de antes da pandemia, onde o foco estava em saber como tornar o escritório um lugar melhor para trabalhar, hoje em dia, a visão passa ser em ver a natureza mutável do trabalho e como isso influencia o design do escritório e do local de trabalho de forma mais ampla, não perdendo a essência de ainda querer frequentar esses espaços.

Em 2022, o design de escritórios foi tendência a se concentrar em como os locais de trabalho estão se adaptando a um ambiente pós-Covid-19, e a partir disso, achar formas de trabalhar sobre algo que englobe uma mistura de anywhere office e trabalho presencial no escritório.

Por fim, há por parte das empresas uma contínua transformação em seus “layouts” nos espaços de trabalho e isso traz um custo para as organizações e ter uma base do quanto é este valor por m2, conforme aponta a pesquisa da Newmark, é sempre uma fonte de referência comparativa para valores praticados no mercado.