Por Anderson França
Entre os grandes impactos da ascensão das tecnologias digitas, um dos que mais afetaram a rotina do planeta é a facilidade que temos para que novos serviços e ofertas sejam criados diariamente. Por meio de sistemas colaborativos e da Nuvem, por exemplo, estamos avançando rapidamente em demandas que até pouco tempo atrás pareciam impossíveis. O outro lado da moeda, no entanto, é que a digitalização também tem feito com que a proteção das informações se tornasse uma tarefa cada vez mais complexa e fundamental para todos.
É esse panorama, agora, que tem colocado as empresas de telecomunicações e prestadoras de serviços (como as provedoras de Internet) em uma posição-chave em relação às demandas por proteção de dados. Afinal de contas, é por meio dos serviços dessas companhias que empresas e pessoas estão, ininterruptamente, movimentando suas informações.
Para acompanhar a digitalização, as companhias de Telecom e provedoras de serviços na área estão investindo em uma grande mudança no modelo de negócios do segmento de telecomunicações – que inclui cada vez menos o telefone em si, diga-se, permitindo avanços e inovações com enorme potencial para transformar a comunicação das pessoas e a realidade dos negócios a partir das telecomunicações.
Alguns exemplos desse processo evolutivo são a criação de APIs que facilitam a troca de informações entre consumidores e empresas, uso de ferramentas de Internet das Coisas e Inteligência Artificial para o gerenciamento de cadeias de suprimentos e, ainda, as redes 5G, que certamente ajudarão a escalar inúmeras oportunidades que, atualmente, sequer podemos imaginar.
Todos esses avanços são importantes. No entanto, a verdade é que elas não bastam, e precisam incluir a segurança das informações. Está na hora de fornecedoras e prestadoras de serviços de Telecom entenderem a importância da cibersegurança e ampliarem suas camadas de proteção disponíveis para os clientes, também nas relações de B2B.
Em paralelo às possibilidades de inovação, portanto, é essencial que as companhias também reinventem seus modelos do ponto de vista da segurança cibernética, agregando valor às ofertas a partir de opções que ampliem a proteção disponível para atender o mercado B2B em sua demanda por confiabilidade, eficiência e disponibilidade. Até porque, vale sempre destacar, à medida que os serviços avançam, os consumidores também serão obrigados a buscar soluções que, de fato, ajudem a garantir mais proteção aos dados de seus próprios negócios.
A transformação digital do mercado traz diariamente avanços e riscos. E esse é um ponto no qual as empresas de telecomunicações e a cadeia de oferta de serviços associada a esse segmento não podem mais negligenciar, se quiserem manter a confiança dos clientes.
Além de operar redes complexas e armazenar grandes quantidades de dados confidenciais associados a indivíduos e empresas, essas organizações devem agir rapidamente para mitigar as brechas e dirimir as vulnerabilidades que porventura possam colocar em risco as equipes e consumidores. Isso passa, no caso, por ampliar seu olhar e incluir a cibersegurança como um componente estratégico de suas ofertas.
Assim como os cibercriminosos estão continuamente aprimorando e evoluindo suas capacidades para explorar novas vulnerabilidades, os líderes de negócios das companhias de Telecom e das fornecedoras do ecossistema como um todo precisam se preparar recorrentemente para lidar com essas ameaças e proteger o cliente de maneira nativa e constante. Evitar problemas exigirá aquisição de talentos e esforços de investimento com uma oferta que não contemple apenas um lado da história – mas também consiga proteger os ativos de ameaças e vulnerabilidades.
A indústria de telecomunicações sempre esteve e está na vanguarda da inovação tecnológica, alavancando tecnologias dos mais diversos tipos. Será assim, mais uma vez, com as inovações da Internet das Coisas (IoT), Nuvem e 5G, entre outras. Agora, porém, elas também são chamadas a considerar soluções de segurança cibernética para melhorar seus serviços e atender seus clientes de forma efetiva.
A pandemia do coronavírus acelerou muitas mudanças, e a segurança digital certamente será cada vez mais uma prioridade empresarial. Afinal, vivemos hoje no mundo conectado e on-line que sempre desejamos. Com proteção, os avanços tecnológicos podem nos levar a um outro patamar de resultados e de produtividade. Resta saber se alguém ainda vai querer corres riscos nessa jornada.
Anderson França é CEO da Blockbit
Foto: Divulgação
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