Por Maurício Fernandes*
Já convivemos com os desafios de pleno emprego de profissionais de TI há alguns anos no Brasil. Criar times para tocar projetos de Dados e Cloud já era um desafio em si. E agora, com a pandemia do novo Coronavírus e o câmbio fora de controle, estas tecnologias estão se tornando imprevisivelmente mais caras. Parece não ser mais viável insistir em modernizar sua empresa e modificar seu negócio por meio da Transformação Digital. Errado!
Esta é justamente a hora de nos diferenciarmos, trazer tecnologia para o negócio, vencer os desafios por meio de mais conhecimento aplicado ao entendimento do negócio. Mas como fazer isto se não há mão de obra e a pouca qualificada precisa se afastar?
Há um déficit de mão de obra enorme no país e no mundo. Um desafio gigante em achar profissionais: vejo todas as empresas com o mesmo problema. Cientistas de Dados, Engenheiros de Dados, profissionais de Serviços de Segurança, Gestão, Arquitetos, Performance e tudo o mais. A maioria dos profissionais, infelizmente, ainda está iniciando suas carreiras. Pode sobrar conhecimento, mas falta a experiência prática, em especial em temas adjacentes, porém fundamentais para estes projetos como gestão de crises, convivência com pessoas de outras culturas e conhecimentos.
Some isso à necessidade de liberar seus profissionais para trabalhar em sistema de home office, por causa do vírus que se alastra, dificultando a troca de informações entre equipes e aprofundamento no problema.
A solução está aí: vamos buscar inspiração no próprio modelo de Cloud. Cloud considera o consumo de recursos caros de maneira compartilhada de maneira inteligente. É isto qu
e permite o barateamento de recursos antes impensáveis. Quanto custava fazer reconhecimento facial há dez anos? Ou ter um ambiente de processamento pesado? Hoje você paga por hora, se e quando usar.
Será que a gente consegue estender este modelo para pessoas, mas de um jeito que realmente funcione? Como é que se “compartilha” gente sem afetar qualidade, identidade, segurança e performance?
Empresas especializadas contam com uma equipe que arquiteta, desenha, avalia, sugere, planeja a migração, migra, monitora, administra, gerencia milhares de recursos de clientes em Cloud. Com a retaguarda adequada dos provedores, fornecedores qualificados, além de ter um sistema que funciona, as empresas conseguem ter o serviço de maneira mais barata do que ter um time dedicado próprio. O sistema ainda permite que a equipe fornecedora trabalhe a distância, principalmente, em tempos de isolamento como o que vivemos.
Respeito quem discorda desta visão e opta por montar seu time próprio ou que acredita que Cloud não requer gestão humana. Mas se na sua empresa os Engenheiros de Dados, Analistas de Performance, FinOps, Arquitetos de Tecnologia e Solução são o “core business” - e você consegue contratá-los! - então quem é que está reinventando o negócio para valer? Há uma divisão de trabalho muito clara: fique com a aplicação destas tecnologias na revolução de seu negócio; encontre alguém para te apoiar na gestão. Ganhe escala, velocidade, competitividade e qualidade.
Quanto ao câmbio, tenho de lembrar o que já temos dito há um bom tempo: Cloud requer gestão de custos. E mais, gerir custos em Cloud não é feito apenas analisando o consumo ou renegociando com seu provedor. Requer uma extensa metodologia que implementa uma completa governança sobre todos os aspectos de provisionamento, arquitetura, mudanças, revisões de hábitos e, sim, depois disso - e só depois disso - uma revisão de contrato com seu provedor.
E então, a economia mundial impactada pelas incertezas, queda na produção e doenças altamente contagiosas, afeta humores, bolsas e câmbio de nossa moeda. Sua fatura de Cloud sobe na mesma proporção. O que fazer?
Bom, inicialmente: fortaleça sua gestão de custos com um bom parceiro. Adicionalmente, há como contratar Cloud com preços fixados em Reais e com baixo compromisso de consumo. Mas, novamente, vá a fundo em como consome Cloud enquanto estabelece seu contrato em Reais, se seu provedor tem esta modalidade.
O momento requer profundidade no entendimento das alternativas e revisão de conceitos. Apostar no poder da Transformação Digital se tornou ainda mais importante para o sucesso de nossas empresas e para o aumento de competitividade.
*Maurício Fernandes é Presidente da Dedalus
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