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Nova sede do Banco Pine marca o fim, meio e início de uma nova fase

Projeto de workplace em novo endereço simboliza o que já foi feito e o que ainda está por vir no reposicionamento da instituição como negócio e como marca, frente às transformações mercadológicas

Por Paula Caires

Conteúdo publicado em 12 de agosto de 2019

“A cereja do bolo e o pontapé inicial para uma nova caminhada”, assim o Gerente de Serviços e Patrimônio do Banco Pine, Lucas Iak, define o projeto de R$ 5,8 milhões de investimento para a nova sede da instituição em São Paulo, localizada no coração financeiro da cidade – a Avenida Juscelino Kubitschek. Para ele, que tem a veia inovadora das empresas de tecnologia e traz o know-how de outros quatro projetos desse tipo, a mudança representa a consolidação de um processo de reposicionamento que já vinha sendo maturado, além de representar o marco de um novo momento frente às transformações do mercado nas relações com os clientes e stakeholders, além da definição e finalidade das instituições.

De 16 startups que se tornaram unicórnios em 2018, ou seja, que foram avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais, segundo a CB Insights, pelo menos dez são fintechs. O número ilustra bem a grande revolução que vive o mercado financeiro em todo o mundo.

“Adaptação” e “inovação” são palavras-chaves nesse cenário para quem quer se manter e fazer dos desafios oportunidades para crescer. Assim, com mais de 20 anos de operação, sendo dez no mesmo endereço (no Eldorado Business Tower, em Pinheiros), o Banco Pine vem se reestruturando com foco em pulverização da carteira por meio de médias e grandes empresas, com faturamento anual de até R$ 500 milhões, tíquete médio de R$ 3,5 milhões, aumento da cesta de produtos/serviços e até a abertura a pessoas físicas que buscam alternativas de investimentos em renda fixa, por meio do lançamento do Pine Online, realizado em 2017.

Paralelamente, busca-se a modernização e o rejuvenescimento da marca por meio de investimento em tecnologia, eficiência e efetividade, mantendo como valores a transparência e o conceito que caracteriza a história da instituição: “somos todos donos”.

Foi a partir desse princípio que o processo de mudança para a nova sede começou. Para as tomadas de decisões foi criado um comitê formado por representantes de diferentes áreas, como Facilities, Recursos Humanos, Marketing e Diretoria.

O primeiro passo foi o levantamento das reais necessidades e anseios. De um lado, conversas diretas do próprio Lucas com a equipe e uma busca que resultou em visitas a 40 empreendimentos. De outro, o levantamento feito pelo StudioBR Arquitetura & Design – o escritório de arquitetura escolhido, de uma seleção de dez – , que assina a metodologia WorkXperience. A condição real do espaço físico foi mapeado através de processos imersivos de pesquisa de atividades das equipes e estudo presencial. “Ficamos 30 dias acompanhando o uso dos espaços do Banco Pine, além de aplicar um questionário que teve 100% de adesão dos executivos e líderes, com aprovação de todas as perguntas – algo inédito para nós. A partir dessas informações, apresentamos as conclusões em gráficos, que pautaram as recomendações”, explica a Diretora de Projetos e Sócia da StudioBR, Bruna de Lucca, que destaca a importância do apoio dos executivos. “Se há bloqueios ou filtros, o resultado fica fotografável, mas superficial em termos de funcionalidades”.

Na pesquisa ficou evidente o que já fazia parte da percepção de Lucas – o espaço anterior já não se enquadrava mais na realidade atual do banco. “No meio do processo já tinha gente que queria vivenciar o novo espaço”, lembra ele, mencionando também o trabalho de comunicação, desde o anúncio oficial feito pelo CEO, os comunicados com teasers das novidades e passo a passo da obra até as parcerias com o comércio do entorno para que o cliente interno fosse acolhido tão logo chegasse.

A sede pela mudança chegou a surpreender Bruna. “Achávamos que as áreas mais ligadas à tecnologia e criação, como marketing e TI, seriam as que pediriam mais espaços colaborativos, mas a pesquisa nos mostrou que essa era uma necessidade de 73% das pessoas, ou seja, a busca por mais oportunidade de entrosamento e agilidade para as reuniões não se limitava a essas áreas”, conta a Arquiteta. Assim, um banco digital atual e jovem, de alto padrão, foi traduzido pela arquitetura em cores, nos materiais escolhidos e na criação de espaços colaborativos e flexíveis.

Um deles é a cabine “Booth”: possui acústica de alta performance, se comparada a outros espaços abertos, com reforços em estofados, malhas acústicas e outras técnicas, o que viabiliza que uma conversa no interior do espaço não passe para áreas próximas. Tem também os “Squads”, que são cinco espaços modulares, com paredes 100% retráteis sobre as quais o colaborador pode escrever (do piso ao teto), equipados com TV’s de 40”, para o desenvolvimento de projetos e trabalho de equipes multidisciplinares; os “Flex Spaces”, compostos por mesas espalhadas pelos andares, para reuniões de grupos de quatro a cinco pessoas; as “Phones Calls”, para uso mais privativo, como para fazer ligações que demandam mais reserva ou sigilo; e as “Praças”, áreas para o café, que antes ficavam dentro de uma sala e agora são abertas e totalmente acessíveis a todo o andar.

Para o co-partner no Studio BR, Rodrigo Mancini, “a arquitetura tornou-se essencial no processo de disrupção dos bancos médios, através de projetos em que as mesas de trabalho possuem medida necessária ao desempenho confortável, sem exageros, liberando espaço para aproveitamento com áreas colaborativas e de trabalho ágil. Todo o processo, do início ao fim, tem como objetivo garantir um investimento sustentável e inteligente, que por sua vez garante um custo operacional também otimizado e sustentável”. Assim, “entradas triunfantes de mármores italianos deram lugar a estruturas aparentes por onde corre a tecnologia de ponta, conectando todos os cantos de escritórios cada vez mais colaborativos e dinâmicos. Áreas de trabalho comuns são rodeadas de pufes, lousas, mesas itinerantes, sofás para reuniões ágeis e muita cor”, descreve ele, citando como um dos cases o projeto do Banco Pine, onde não só as estruturas são aparentes, mas o Data Center, o Network Operation Center (NOC), com o desempenho e resultados, e as rotinas e objetivos de equipes em lousas também o são. “Essa é a nova mensagem que queremos passar, de classe, mas, ao mesmo tempo, de modernização, tecnologia, inovação e transparência. Queremos que isso reflita em nosso ambiente e que nossos funcionários vivenciem esses valores todos os dias”, acrescenta Lucas.

A efetividade também se traduz em números. De acordo com o Executivo, a mudança para a nova sede representa uma economia de R$ 2,5 a R$ 3 milhões por ano, com despesas de aluguel, condomínio, IPTU e outros itens que foram eliminados, garantindo um payback de menos de 2 anos. E mesmo com uma redução de 300 m de área, em relação ao espaço anterior, o atual abriga o mesmo número de pessoas. São 2.750 m divididos em três conjuntos, para uma população de 310 colaboradores, além do ganho de novos espaços.

E todos plenamente utilizados, como comprovou a análise posterior à entrega feita pelo Studio BR. “Notamos, por exemplo, que os “Squads”, que podem ser fechados em áreas menores e reservadas, na prática, nunca ficam fechados. As equipes estão realmente evoluindo nesse uso do espaço aberto e integrado. Foi uma integração até mais completa do que havíamos planejado”, orgulha-se Bruna. Isso porque cada área foi pensada e otimizada de acordo com a necessidade.

Ganhos “quanti” e “quali”

Partindo dos princípios culturais tradicionais de uma instituição financeira, os números são importantes e foram amplamente utilizados para pautar as tomadas de decisões. A análise prévia, por exemplo, mostrava os ganhos de forma numérica: cinco áreas colaborativas equivalem ao mesmo custo de área de uma sala de reunião, ou seja, você tem cinco grupos trabalhado simultaneamente em uma área que antes estaria acontecendo uma única reunião.

A economia anual prevista com a mudança também foi fator decisivo, além da economia pensada em termos de operação e manutenção. Só com a troca do carpete, para uma versão escura em substituição à clara que era utilizada, serão poupados R$ 350 mil por ano em limpeza. “Eles prezaram pela qualidade o tempo todo, em tudo, tanto para garantir o melhor para os usuários, como considerando a vida útil e manutenção de cada item”, garante Bruna.

Ganho de produtividade também entrou na conta. De acordo com Bruna, uma das medições feitas recentemente pela Studio BR mostrou que as empresas perdem em média US$ 300 mil por ano em horas desperdiçadas só para chegar à sala de reunião e esperar que ela seja desocupada e/ou preparada.

E o pior, essa perda é também de algo valoroso e raro: tempo. Tempo de vida das pessoas, que está sendo desperdiçado, na contramão da qualidade de vida cada vez mais almejada e valorizada pelas pessoas. Por isso, a arquitetura é utilizada como ferramenta de transformação, como destaca a Arquiteta. “Esse movimento do Pine demonstra a preocupação com o capital humano. É o reconhecimento do mercado de que investir nas pessoas e na prosperidade delas significa investir na prosperidade da própria companhia. E quando eu falo em ambiente e prosperidade através da arquitetura, voltamos a 1920, quando já se dizia que 98% das reações químicas do corpo são influenciadas pelo ambiente físico em que a pessoa está. Se estamos influenciando sentimentos e emoções, temos que ser responsáveis. Vai muito além de proporcionar um espaço bonito”. Sim, porque como diz o provérbio capitalista, “Time is money”. E, quando bem aplicado, tempo é investimento. Por isso, no Banco Pine os espaços convidam e a frase estampada comprova: “Café é sempre uma boa ideia”. E boas ideias geram novas boas ideias, que, em tempos exponenciais, são sempre bem-vindas.

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