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Muito além das promessas de Ano Novo

Com foco e determinação, mercado de facilities cresce apesar dos desafios. Para 2019, a busca por inovação, o aprimoramento da gestão e novos modelos de negócios devem guiar o setor de acordo com as tendências que vão manter o processo de evolução e consolidação

Por Lea Lobo, com colaboração de Paula Caires

Conteúdo publicado em 4 de dezembro de 2018

O ano de 2018 foi, sem dúvida, intimidador. Seguido de um ano de crise, ele foi marcado por uma greve dos caminhoneiros que parou o País, Copa do Mundo e uma eleição com alta (e quente!) mobilização social.

No contexto global, a era do conhecimento é caracterizada por informação veloz, mudanças contínuas e startups de crescimentos exponenciais, e essas particularidades fazem com que manter-se no mercado e, principalmente, crescer seja um grande desafio. Em contraposição, para superá-lo, mapeamento de cenários, planejamento a médio e longo prazos, capacidade de adaptação e de mudança são fundamentais.

É nesse cenário que o mercado de facilities management mantem-se ativo, de pé e até com índices de crescimento. O que está por trás dessa evolução e o que vem pela frente para que ela continue e se aprimore cada vez mais? Inovação parece ser a resposta em comum do mercado, mas que se traduz em diferentes interpretações, focos e práticas. Confira a seguir a visão de dez grandes players.

CBRE Serviços do Brasil

Na visão de Thomaz Catunda, Diretor Executivo da CBRE Serviços do Brasil, o mercado de Property e Facilities Management está passando por uma grande transformação, principalmente, decorrente da velocidade das transformações originadas pelas novas tecnologias utilizadas nas atividades de gestão e pelo impacto de grandes volumes de serviços geridos globalmente por empresas como a CBRE, a qual atende corporações em todos os continentes, proporcionando benefícios de escala e resultados os quais somente uma empresa com esta capacidade global poderia oferecer.

Catunda observa que “diante de um mercado o qual sugere novas soluções com velocidade nunca vista anteriormente, as decisões e resultados obtidos são testados quase que diariamente, exigindo permanente aperfeiçoamento dos processos e dos profissionais”.

O Diretor Executivo reforça ainda que a multiplicidade de soluções aplicadas por Facilities Management nas corporações, muitas vezes, exigem quebra de paradigmas. “Propor soluções como compartilhamento de estações de trabalho objetivando redução de custos de ocupação; e também, utilização de aplicativo para locomoção ao trabalho de forma compartilhada e assim dimuindo a necessidade de vagas de garagem; e ainda, utilização de tecnologias de video conferencia visando a redução de custos de transporte; ações sustentáveis gerando beneficios quantitativos e qualitativos à comunidade, entre outras”, reforça.

A CBRE fornece plataforma completa de gestão de serviços visando gerar valor e benefícios tangíveis aos clientes, seja no mercado local ou globalmente. “No Brasil, nossos serviços de Property, Facilities e Project Management estão integrados e combinam capital humano e soluções customizadas visando apoiar os objetivos de nossos clientes com soluções inovadoras, redução de custos operacionais e maximização dos resultados financeiros. Ademais, nossas políticas de Compliance garantem operações com alta confiabilidade aos nossos clientes”, resume Catunda.

“O Brasil passou por tempos difíceis no periodo recente, resultando em demandas e desafios ainda maiores pelos clientes, porém, através de ações sustentáveis, revisão dos processos, treinamento intensivo de nossos profissionais e aumento da tecnologia aplicada, superamos as expectativas dos clientes”, finaliza o Diretor Executivo.

Grupo Brasanitas Facilities Services

O Grupo Brasanitas tem a gestão unificada de soluções em todos os setores de atuação como mote de seu business e a busca constante pela excelência em multisserviços como princípio. A empresa vê a integração dos serviços como um caminho sem volta, para ganhar em custo, em sinergia de operação e ter uma interlocução única, estando em linha com os tomadores de serviços, que também enxugaram suas estruturas de gestão. Para o Diretor do Grupo, Marcello Salvatore, “o mercado está passando por um momento de transição, de um volume de contratos de facilities muito incipiente, já que contratava e geria os serviços separadamente, para o conceito de Facility Management, que o mercado começou a demandar, influenciado pela necessidade de redução nos seus custos e também por influência do mercado externo, onde o Total Facility Management (TFM) já é uma realidade há muito tempo.

Por essa razão, a estratégia do grupo é seguir para o conceito de Total Facility Management. “Esse é um caminho que traz sinergia entre as atividades, ganho de escala e produtividade. E é isso que todo o mercado está buscando atualmente. Além de outra coisa que é muito importante: estabelecer um canal único de comunicação, pois a empresa (clientes) não tem mais pessoas nem tempo suficientes para diversos interlocutores”, explica Salvatore.

Por outro lado, a empresa não vai abrir mão da especialidade, através de suas unidades de negócios, onde cada uma delas tem uma área técnica específica. “Esse é o nosso diferencial! Somos um provedor de solução integrada e, para isso, essas especialidades têm de ser muito atuantes”.

Dentro do conceito de TFM outros serviços poderão ser agregados. “Somos mais de 20 mil funcionários e 18 filiais, então, já temos uma área de facilities management ‘dentro de casa’, que cuida de frota, locação, telefonia, viagens, estadias... Portanto, não temos nenhuma dificuldade em assumir essas demandas, caso seja necessário, para compor o TFM em qualquer cliente. Eu acho que esse é o futuro. Talvez algumas coisas fiquem um pouco mais para frente, mas no final esses serviços serão integrados”, adianta Salvatore.

Nesse contexto, inovação é a palavra-chave, mas com uma ressalva: inovação não significa, diretamente, novos equipamentos. “O equipamento simplesmente automatiza o processo, é a ferramenta para dar agilidade e eficiência ao mesmo. Inovação é, acima de tudo, processo e estamos muito ‘focados nisso’”, ressalva o Diretor. Paralelamente, o uso de sistemas é uma prática consolidada. “Estamos sempre buscando os sistemas de mercado mais adequados as nossas necessidades e de nossos clientes, mas com parceiros flexíveis, para que possamos fazer as customizações necessárias”, afirma.

Para que a solução integrada seja ainda mais efetiva, o profissional destaca ainda outro viés que já está se popularizando em outros setores e deve estar cada vez mais presente também na área de facilities: o taylormade, ou seja, feito sob medida. Para isso, é necessário conhecer muito bem o cliente, não só o ramo de atuação, mas a própria maneira como ele executa suas atividades. “O que eu entrego precisa estar alinhado ao que o cliente precisa e percebe como valor agregado ao seu negócio; porque qualidade não é o que eu entrego, mas sim o que o cliente percebe”.

Grupo Verzani & Sandrini

Consolidação é a palavra que resume o futuro do mercado na visão do CEO do Grupo Verzani & Sandrini, Fabio Sandrini, a exemplo dos Estados Unidos, onde 40% do mercado é concentrado. “O ciclo das companhias está cada vez mais curto. Se as empresas não mudarem em um prazo de quatro a cinco anos, elas vão diminuir, pois teremos um mercado em escala. Ou seja, o cliente não quer mais contratar um serviço só, ele quer que você seja uma provedora de serviços”, explica ele que faz questão de destacar o posicionamento da companhia justamente como uma prestadora de multisserviços. “Não entramos, e nem queremos entrar, no gerenciamento desses serviços, que é um mercado já dominado por grandes empresas, as quais, inclusive, são nossas clientes”, salienta.

Para se manter competitivo em tempos de empresas e economias exponenciais, Sandrini aposta em inovação o que, para ele, é um conjunto. “Inovação não é só tecnologia, tem inovação em processo, em sistema, na forma de contratar, na forma de oferecer serviços. A inovação pode vir até de dentro da empresa”. Por isso, o Grupo organiza premiações para seu público interno com o intuito de incentivar novas ideias.

Paralelamente, especialização continua sendo o foco, no entanto, deve-se, cada vez mais, vir acoplada à customização. “As pessoas não vão mais querer algo genérico, mas sim, algo sob medida (taylormade), por isso vejo que a especialização é uma vertente”, acrescenta.

Novos critérios de avaliação também devem marcar cada vez mais presença nos processos de tomada de decisão, apesar de o preço continuar sendo um grande fator. Ele explica que, mesmo hoje, os contratantes já exigem balanço, educação e referências e, cada vez mais, a exigência vai aumentar. “Logicamente, a pressão por custo vai existir sempre. As margens do mercado internacional são baixas como a nossa, então, a questão não vai estar na margem, mas no volume. Volume e especialização”. Tanto que nos últimos três anos a margem da empresa está estável, mas com volume crescente.

Se o foco é volume, a gestão deve estar alinhada. Assim, Sandrini descentralizou a gestão por meio de uma nova estruturação das diretorias. “Com um grande volume, não vou conseguir atender todos. Por isso, preciso escalar a companhia, tendo o especialista de cada área. Ter bons profissionais, dividir lucro... Criei uma série de ferramentas de gestão, por que a descentralização dos serviços tem que estar na ponta”, explica ele.  Com determinação e proatividade, essa é a resposta de Sandrini para o cenário de crise: “Não paramos nada. Não deixamos de investir na Verzani por causa das mudanças políticas.

JLL

O fato de a JLL ter se posicionado no mercado global como uma empresa de tecnologia voltada para o mercado de Real Estate já dá indícios do mote da empresa. Assim, o Diretor de Gerenciamento de propriedades, Fábio Augusto M. Martins, vai direto ao ponto, antecipando o lançamento de uma plataforma de compras de commodities e serviços. “Vamos passar a ter benchmarking de custo condominial, de segurança, de limpeza, de manutenção, por posto, por perfil e tudo o mais. Começaremos a ter uma visão muito mais futurista, da forma como já é feito lá fora”, conta ele. Por trás da novidade, está muito mais que a facilidade agregada ao dia a dia. Está o preparo para o rumo que a empresa começa a seguir, que inclui inteligência artificial. “Para ter inteligência artificial, é preciso ter os dados muito bem formatados. Dados nós temos, mas queremos que eles também tragam informações, e de forma rápida”, acrescenta.

Na parte de gestão de manutenção, a empresa também adotou um sistema único com o mesmo propósito: benchmarking. O ganho, no entanto, também não se resume a isso, incluindo eficiência. As vistorias técnicas, por exemplo, tiveram um ganho de tempo de 70%. Ao final da vistoria o relatório já está pronto! “Com a tecnologia, não só a questão da informação melhora, mas o trabalho em si também melhora”, destaca Martins. Para a parte jurídica, um sistema agiliza bastante os documentos da empresa, que passa a ter registro e acompanhamento on-line; e há também uma repaginação na área financeira. Como parte dessa busca por inovação, a participação em eventos e cursos de tecnologia e a aproximação a startups passaram a fazer parte da programação.

O desafio maior, no entanto, é promover a mudança de mindset das pessoas. Para o Diretor, “a tecnologia veio para ajudar. Além do tempo, economiza-se mão-de-obra, gerando redução de custo, informação mais rápida e mais confiável, o que não adianta se a pessoa não souber usá-la, manipulá-la e interpretá-la. Então, o treinamento é fundamental. Estamos mudando a forma de pensar a gestão para desvinculá-la do formato antigo”. Martins reforça que as inovações estão chegando paulatinamente e todas as equipes estão sendo treinadas. “Em 2019, haverá atualizações e outras tecnologias para lançarmos, o que garante a continuidade de nossa premissa de sermos uma empresa de tecnologia voltada ao mercado imobiliário”, completa.

Se fazer o colaborador entender e perceber o valor das mudanças é desafiador, o trabalho de posicionamento e aculturamento dos clientes não fica por menos, mas manter o foco na excelência é algo da qual Martins não abre mão. “Queremos entregar um serviço melhor para que o cliente esteja satisfeito, seja ele proprietário do imóvel, locatário e até o visitante. A nossa nota de avaliação média em Gerenciamento de Propriedades é de 4,3, em uma escala de 0 a 5, o que indica que estamos no caminho certo”, avalia. Para ele, essa percepção do valor agregado já está começando. “O cliente quer um serviço diferenciado, quer facilidade, e, se ele percebe que aquilo realmente tem valor, pode até pagar um pouco mais”, acredita Martins, que antecipa o projeto de um novo serviço que vai ao encontro dessa expectativa.

Manserv Facilities

Há três anos, a Manserv, líder em serviços Industriais, Facilities e Logística, foi a primeira empresa do seu segmento na América Latina a instalar um centro de pesquisa e desenvolvimento no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. O Innovation Center é um espaço para atuação colaborativa entre a companhia, a universidade e as demais empresas instaladas no Parque Tecnológico, complexo com centros de pesquisas de 16 grandes empresas, oito pequenas e médias, além de nove laboratórios e 24 startups residentes da Incubadora de Empresas da COPPE (unidade de coordenação dos programas de pós-graduação em engenharia da universidade).

“A Manserv está investindo para atender às necessidades das empresas por tecnologias que apoiem e facilitem os diversos processos de gestão dos seus ativos. O centro é parte da estratégia de crescimento e transformação do nosso modelo de negócios, o qual possibilita aos clientes terem acesso as todas as soluções de forma integrada”, afirma Ricardo Moreira, Presidente da Manserv Facilities.

O lançamento do aplicativo Manserv Go, que integra processos de serviços volantes e ajuda o cliente a visualizar e acompanhar melhor os serviços da equipe, é um exemplo de projeto desenvolvido no Innovation Center. Com o aplicativo, a Manserv reduz em 20% o tempo de execução de serviços, pois é possível mensurar em tempo real o deslocamento e a execução das atividades, reduzindo o total de horas em todo o processo.

Segundo o Presidente da Manserv, a plataforma agiliza a comunicação, melhora ainda mais a qualidade do trabalho e aprimora o relacionamento com o cliente. “Tudo isso reforça a iniciativa da companhia em trazer soluções com foco no processo do cliente, com as lideranças e nossos colaboradores capacitados para imprimir sempre mais eficiência e qualidade nas entregas da Manserv”, diz.

Sodexo

Posicionada como líder mundial em Serviços de Qualidade de Vida, a Sodexo projeta, gerencia e fornece soluções em serviços on-site, da construção da infraestrutura à comercialização de produtos; além de benefícios e incentivos. É com base nessa expertise e em sua atuação em 72 países, que uma das apostas para o futuro do mercado de facilities management no Brasil é a integração.

Para o diretor de operações da empresa, Hamilton Quirino, no mundo essa já é uma realidade e, no Brasil, este cenário vem ganhando cada vez mais espaço. “Decidimos abraçar essa causa, pois essa é justamente uma de nossas fortalezas, pois abrangemos, além do food, os serviços mais tradicionais de facility management. Atualmente, oferecemos 35 serviços, distribuídos em mais de 150 diferentes atividades, e estamos nos organizando para essa oferta integrada, por meio de mudanças estruturais, formação de gestores e treinamento de equipes. Com um modelo de gestão de serviços integrados, trazemos mais sinergia e operamos como um parceiro ainda mais estratégico para a execução de serviços que estão fora do core business dos clientes, entregando soluções personalizadas para as necessidades específicas de cada empresa”.

Os carros-chefes devem continuar os mesmos, como o setor financeiro, indústria e farmacêutica, mas buscando aprofundamento em outros segmentos, como o de aeroportos e prédios comerciais. “O coworking, por exemplo, é uma oportunidade para a qual estamos olhando com profundidade, investindo e estudando, como a questão do planejamento espacial, em que contamos com a atuação de nosso corpo de profissionais especializados na área da arquitetura”, explica Quirino.

Se por um lado, a palavra de ordem deve ser integração, por outro, um gap entre conceitos, visão e conhecimento entre tomadores e prestadores de serviços se coloca como um desafio para essa visão mais abrangente. Segundo o diretor, “há nos tomadores uma preocupação de médio e longo prazos com o seu business, o que é absolutamente natural, mas ainda não percebo que eles tenham colocado o FM ou seus parceiros em uma posição de discussão estratégica”. O exemplo mais ilustrativo é a certificação de gestão de ativos ISO 55000 que, na visão do executivo, ainda não foi percebida como valor pelos clientes, assim como uma análise da imagem, atuação, visão e valores dos prestadores, que não são tidos como fatores de decisão para a escolha por uma ou outra empresa.

Outro gap destacado por Quirino é o existente entre a realidade mundial, que classifica o nosso tempo como a era da informação, já tendo teóricos falando em era do conhecimento, com a prática do mercado no quesito compartilhamento. “Como é que a gente pode estar falando em informação, em tecnologia, em velocidade, em democratização da informação, mas continuamos não compartilhando dados? Não sei como e nem quais informações conseguiríamos compartilhar de forma organizada, mas precisamos ter mais números sobre o nosso mercado, ter referências. Outros setores fazem isso o tempo todo, como o automobilístico, o financeiro, o varejo, o de shopping centers, as companhias aéreas... Não sei como poderíamos começar a desatar esse nó, mas precisamos fazê-lo já!”

Vivante

Para um mercado regido, principalmente, por preços, a resposta da Vivante é tecnologia para possibilitar o “fazer mais com menos”, por meio da redução de mão de obra, mais produtividade e eficiência. Um exemplo é o sistema de gestão, que está em fase de atualização para uma versão mais recente, com novos recursos que o tornará muito mais produtivo. Conforme explica a Diretora de Vendas, Renata Dutra, “exemplo são os dashboards eletrônicos, que através de Business Intelligence (BI) proporcionam monitoramento em tempo real dos nossos processos”.

A empresa ainda investe em outras inovações, como sensores instalados em alguns equipamentos para medir calor e vibração, o que possibilita direcionar a manutenção onde o equipamento tem mais utilização e também em um software para gestão de energia. “A tecnologia tem atraído bastante as empresas que estão mais alinhadas com a indústria 4.0, e isso tem aberto portas para nós. Acreditamos que em breve será fator de decisão, mas hoje, além da tecnologia, diferenciação e inovação, muitos clientes ainda não abrem mão do head count”, comenta Dutra.

Outra frente defendida pela profissional para driblar a forte pressão por preços é a inteligência colaborativa entre clientes e fornecedores envolvidos nos processos de BID”.

“Integração”, na visão da Executiva, também é uma tendência, mas o País está atrasado nessa questão, marcado por um grande distanciamento entre discurso e prática. “A conversa começa com discurso de fornecedor único, mas o cliente vai destrinchando de tal maneira e acaba contratando picado. De qualquer forma, devemos sim evoluir para o facilities, não digo o full service, mas pelo menos reduzir a quantidade de prestadores. Este ano fechamos muitas expansões em nossos clientes, uma prova desse movimento”, conta Dutra, que comemora o crescimento anual na casa de dois dígitos em termos de carteira líquida, principalmente nos segmentos de saúde e indústria. Com esse cenário mapeado, manteremos o foco da eficiência para crescer em cross-selling.

“A Vivante acredita na venda de soluções eficientes, e algumas empresas já estão migrando para este modelo, mas o mercado no geral ainda precisa passar por um processo de amadurecimento”, segundo Dutra.

Para dar continuidade à estratégia que vem dando resultado, “a ideia para 2019 é continuar investindo e buscando tecnologia (e já temos muita coisa sendo testada), além de melhorar cada vez mais o backoffice”. “Este ano, três clientes saíram da autogestão para a terceirização porque mostramos que podíamos entregar muito mais do que ele tinha, investindo menos”.

Branco Branco

“Podemos apontar que haverá um bom futuro, parafraseando o slogan ‘fazer mais com menos’”, inicia Luis Felipe Costa, Diretor Técnico Comercial da Branco Branco. “Posso lhe dizer que o que sentimos nesse momento não só no mercado de Facilities Management como também de forma nacional, visto o resultado das eleições é que existe um consciente coletivo que não queremos mais do mesmo. Os últimos três anos fizeram com que algumas empresas se voltassem para ajustes em seu ecossistema de trabalho, preparando-se para este momento que começamos a ver surgir. Assim os investimentos em inovação e tecnologia credenciam algumas empresas do setor de Facilities Management a este novo cenário de 2019, mas tenho que pontuar que a maioria das empresas ainda continuam com as mesmas regras de crescimento quantitativo e não qualitativo, fazendo assim um crescimento exponencial do velho headcounts, realizando aquisições e não se preocupando em entender e atender o novo mercado”, completa.

Costa disse que sentiu neste último ano o aparecimento de novos Facilities Managers com sinergia voltada para a qualidade e entrega de serviços, muito mais maduros, sem a natureza sistêmica do “sempre foi assim”, voltados para a busca de soluções tecnológicas e inovadoras com foco no controle em tempo real das relações contratadas e seus resultados. “Essa nova leva de profissionais incorporaram os departamentos de compras e estratégia das empresas, com resultados mais significativos e não somente valores como Baseline-ZERO, saving, entre outras ferramentas antigas de mensuração de ganhos nas áreas de compras. Já dizia Antonio Machado y Ruiz: “Só o tolo confunde valor com preço”. Estes protagonistas vêm modificando a forma de contratar, admitindo um desenho diferente nas tomadas de decisão e preços dos BIDs”. O recomeço já foi iniciado com a posição das urnas, não é uma retomada, mas sim um recomeço. Com parâmetros diferentes, interlocutores preparados com novas preocupações sociais e econômicas, não é ‘mais com menos’ é ‘mais com novidade, com resultados e experiências diferentes’”, salienta.

Segundo Costa, a Branco Branco passou por um período sabático, nele buscou em seu pioneirismo a essência da “transformação”, sendo esta a palavra mais adequada ao momento da empresa. “Assim, temos uma empresa tradicional, mas com tudo novo: experiências diferentes aos seus clientes, com inovação e tecnologia, as evidências têm como reconhecimento nossos crescentes resultados de mercado. Hoje, não participamos de todas as mesas de contratação, mas certamente das que tem como objetivo uma aquisição de serviços especializados voltados para a qualidade, serviços mensuráveis e experiências verdadeiras no dia-a-dia, tudo medido em tempo real”.

Finaliza, reforçando que é vital para o mercado seguir com a busca por automatização e integração digital dos processos com economia de tempo que orienta um novo modelo de gestão de serviços. “Chamamos de Facilities Management 5.0, uma versão com mais valor, que você, Léa Lobo, e sua equipe sempre nos traz, a luz do conhecimento é fundamental para continuarmos as transformações necessárias. Um ótimo 2019 para nós! ”.

Gocil Segurança e Serviços

Celso Lima, Diretor Comercial da Gocil declara que a empresa está se posicionando de uma forma mais estratégica com relação ao ano de 2018, ou seja, usando CRM, alinhado a área de inteligência de mercado, e com isso estão conseguindo identificar o público certo de clientes para a Gocil. “Nosso foco será na integração de serviços de FM juntamente com foco no cross selling, identificamos que temos um potencial enorme dentro de nossa própria carteira de clientes. Em 2019, nossa expectativa é crescer algo entorno de 30% comparado a 2018”, reforça.

Lima entende que alinhado a essa estratégia, de que as mudanças tecnológicas e inovações estão impulsionando as soluções e gestão de FM em nos clientes, sabem que oferecer mais do mesmo não é a solução. “Por isso, estamos sempre nos perguntando “Quem são nossos clientes e o que querem?, ou seja, se não tivermos controle de quem são nossos clientes e o que eles querem, o serviço vira apenas mais um custo ou uma “commodities” , sem qualquer noção de geração de valor”, reforça o Diretor Comercial.

“Em termos práticos, para nós 2019 é o ano da “geração de valor”, ou seja, oferecer serviços com: custos competitivos, inovação tecnológica, baixo risco de implantação, foco na satisfação dos serviços prestados, ganho de produtividade e sustentabilidade”, finaliza Lima.

Cushman & Wakefield

Christian Mina, Diretor Sênior de Facilities Management da Cushman & Wakefield, disse que para atender às exigências de um mercado que evolui a cada dia, a empresa vem se aprimorando em inovação e tecnologia com o objetivo de tornar o Facilites Management um suporte estratégico de negócios para seus clientes. “A tendência desse mercado, para os próximos anos, aponta que os espaços de trabalho continuarão se modificando, com maior mobilidade - menos salas e mesas de trabalho e mais espaços coletivos -, com a finalidade de aumentar a eficiência e a sinergia no trabalho e, ao mesmo tempo, proporcionar melhoria na experiência do ocupante. A tecnologia é outro fator preponderante. Estamos contribuindo para a transformação de ambientes inteligentes, e com isto, transformamos a maneira que prestamos os nossos serviços. “Smart buildings” demandam, consequentemente, “smart workers””, reforça.

Mina destaca que eles trabalham para trazer cada vez mais automação dentro dos ambientes, com conectividade IoT, Inteligência Artificial, Big Data e machine learning. Mais sensores que antecipam necessidades e favorecem a evolução e a popularização da automação. “Aplicações simples comprovam esses avanços: sensores em salas de reuniões, por exemplo, detectam a ocupação desses espaços e determinam a regulagem automática da temperatura ambiente, gerando melhor controle de acessos, dimensionamento correto das equipes, de recursos e de investimentos, trazendo resultados muito positivos em longo prazo”, exemplifica.

Para ele, esse mercado vem amadurecendo nos últimos anos e o formato da terceirização está ganhando cada vez mais espaço. Novos nichos de empresas, como grandes multinacionais dos segmentos farmacêutico, de óleo e gás, químico e hospitalar, entre outros, estão entrando para a chamada Primeira Geração de FM e grande parte delas está adotando o modelo de contratação de full-service. “Os clientes estão buscando uma concentração maior de fornecedores, com melhor medição dos níveis de serviço”, observa.

“A Cushman & Wakefield também vem se preparando para esse futuro com a implementação de metodologias processuais de trabalho desenhadas para aumentar a eficiência e gerar melhores resultados utilizando, por exemplo, os métodos Scrum e Canvas. Em palavras simples, estamos fazendo MAIS, com MENOS, investindo e nos modernizando cada vez mais para atender, com eficiência e expertise, as tendências de FM para os próximos anos”, resume o Diretor Sênior de Facilities Management.

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