Por Tiago Lira*
Não faz nem cinco anos que a Uber chegou ao Brasil e a empresa praticamente remodelou a forma de fazer negócios no País. O aplicativo, que prometia facilitar o transporte de pessoas em grandes cidades, tornou-se símbolo do conceito de “economia compartilhada”. Seu nome virou sinônimo de mudança, de eficiência e de um novo modelo de trabalho. Hoje, a “uberização” está praticamente em todos os setores e é impossível imaginar o sucesso das organizações que não adequarem seus processos aos novos tempos.
O avanço da tecnologia fez com que os clientes buscassem e valorizassem produtos e serviços cada vez mais assertivos. Pesquisa da ClickSoftware Technologies com pessoas e organizações do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Austrália e Estados Unidos aponta que mais de 60% dos usuários não gostam de esperar por muito tempo entre o acionamento de um serviço e sua conclusão – impactando diretamente na experiência do usuário e na consequente avaliação da empresa.
Essa situação permitiu a guinada da economia compartilhada e da “uberização” na última década justamente por ser uma alternativa aos modelos burocráticos e ineficientes existentes na relação entre usuário e empresa. Se antes era necessário preencher uma série de requisitos para atender uma solicitação de serviço, como o contato inicial, cadastro, diagnóstico do problema e só depois a sua resolução, agora a situação se inverteu. Em pouco tempo e com o mínimo de interação humana, é possível prestar um serviço de forma rápida, segura e cômoda – auxiliando na fidelização entre marca e consumidor.
Além disso, esse conceito trouxe um item desejado por todos os empreendedores e profissionais: a possiblidade de aumentar o seu desempenho ao mesmo tempo em que reduz as despesas operacionais. Em outras palavras, a chance de “fazer mais com menos”. Com soluções inspiradas na economia compartilhada, a empresa pode retirar intermediários no contato com seu cliente ou até remodelar seu quadro de colaboradores, aumentando a qualidade do serviço sem interferir na folha salarial.
Evidentemente que uma mudança dessa não pode ser feita de uma hora para outra. A adaptação dos processos da empresa nos moldes da economia compartilhada precisa ser planejada, elaborada e feita com cuidado. Afinal, é uma mudança que impacta na própria cultura da organização. Para dar certo e ter os resultados esperados, é preciso que as portas estejam abertas para a transformação digital e a entrada cada vez maior das novas tecnologias que automatizam algumas situações e permitam que os colaboradores foquem nos problemas reais em suas rotinas de trabalho.
Ainda hoje, discute-se os efeitos e tendências da “uberização” na economia mundial e na sobrevivência das empresas nos próximos anos. Contudo, é inegável que se tornou um caminho sem volta. A utilização da tecnologia para simplificar o atendimento ao cliente e melhorar a prestação de serviços deixou de ser algo exclusivo para as grandes corporações. Agora, é item estratégico para garantir o crescimento em um cenário de intensa competitividade.
*Tiago Lira é CMO na FindUP, empresa de tecnologia que automatiza o ciclo do atendimento técnico presencial através da geolocalização e economia do compartilhamento, visando simplificar a contratação e a gestão de profissionais especializados em TI para grandes corporações com operações capilarizadas.