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Aprendizagem em smart campus é a filosofia da Mauá

Conheça os novos espaços inaugurados pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) que tem como objetivo proporcionar a modernização da instituição de ensino, adequando os laboratórios à realidade de grandes escolas internacionais

Por Léa Lobo

Com 57 anos de entrega de conhecimento, o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) trabalha com sua diretoria e corpo docente para se manter em constante modernização e oferece um ensino de qualidade e referência, que são pilares que sustentam o sucesso da instituição por todos esses anos. O trabalho resulta na formação acadêmica de renomados executivos atuantes em empresas importantes no âmbito nacional e internacional. Para o sucesso da missão, visão e valores do instituto, que hoje mantém onze cursos de graduação, além da qualificação funcional de todos os seus stakeholders, também é imprescindível a qualidade da infraestrutura predial e de serviços que sustentam o desenvolvimento do conhecimento. Essa infraestrutura está sob a Gerência de Manutenção de Serviços.

Vale ressaltar que o IMT, fundado em 11 de dezembro de 1961, é uma entidade de direito privado - associação sem fins lucrativos - de utilidade pública, dedicada ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica, visando à formação de recursos humanos altamente qualificados que contribuam para o desenvolvimento do País.

Na primeira quinzena de junho, tivemos a oportunidade de visitar o campus São Caetano do Sul, que tem mais de 130 mil m², sendo próximos de 50 mil m² de área construída. Na ocasião, o Professor José Carlos de Souza Junior, Reitor do Centro Universitário, e Luciano de Souza, Gerente de Manutenção e Serviços, guiaram a visita pelo Smart Campus São Caetano. "O Campus é uma grande sala de aula aberta. Nossos cursos estão lastreados pelo tripé de feasibility, viability e desirability, tudo dentro do contexto da integração de competências", sintetiza o Reitor, que nos conta que em 2016, foi iniciada uma nova fase de revitalização dos laboratórios com completa modernização de espaços e equipamentos, adequando os laboratórios à realidade de grandes escolas internacionais. Já em 2017, iniciou-se a construção do novo edifício de laboratórios, com cinco pavimentos, com 5.600 m². E toda essa reformulação do campus continua também em 2018, dando sequência ao processo de modernização da instituição de ensino.

Na ocasião, conhecemos as novas salas de Aprendizagem Ativa, inauguradas em abril de 2018, que foram idealizadas pensando em proporcionar ainda mais liberdade de movimento e interação durante as aulas, incentivando os estudantes a trabalharem de forma mais colaborativa na solução dos problemas. Essas novas salas comportam até 82 pessoas e destacam-se por serem amplas, confortáveis e bem equipadas. As mesas e cadeiras são fáceis de movimentar e ficam distribuídas de forma diferenciada, acomodando os estudantes em pequenos grupos. Com estrutura completa para utilizar materiais como notebooks e celulares, há ainda lousas distribuídas pelos espaços, sistema de som e duas telas para projeção de conteúdos sob a forma de slides ou vídeos.

Outro instrumento importante, inaugurado no primeiro trimestre deste ano, é o Fab Lab, um espaço altamente tecnológico e inovador, que proporciona uma sinergia entre as diferentes áreas dos cursos ministrados naquele campus. Numa área de aproximadamente 200 m², os alunos de Engenharia, Design e Administração, de forma colaborativa, podem trabalhar com modernas impressoras 3D, cortadora a laser, CNCs de grandes dimensões, entre outros equipamentos que permitirão a fabricação de objetos pequenos, médios ou, até mesmo, de um protótipo de veículo, por exemplo. O laboratório incentiva os alunos a serem criativos e perceptivos na execução dos experimentos.

O Fab Lab é voltado para a cultura maker, que ajuda os alunos a pensarem "fora da caixa" e atuarem com a "mão na massa" na solução de problemas. O destaque aqui é que os laboratórios permitem o uso por todos os alunos dos 11 cursos mantidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia, que vem investindo nesse conceito que ganha cada vez mais destaque no mundo, e, por isso, criou este ambiente integrado e propício para incentivar atitudes proativas em benefício de grupos de trabalhos, com uma série de equipamentos de última geração. O Reitor reforça que a ideia do Fab Lab é ser um laboratório de ideias e inovação onde os alunos possam exercer sua criatividade e tornar suas ideias reais e factíveis.

INFRAESTRUTURA, MANUTENÇÃO E SERVIÇOS

Sabemos que hoje, a competitividade na educação é contínua, afinal, faz parte da realidade do mercado e das demandas dos alunos que os espaços educacionais estejam equipados com as mais inovadoras tecnologias e processos para que sejam convidativos e para que estudantes e docentes desempenhem seu melhor papel.

Na Mauá, esta atividade está sob a Gerência de Luciano de Souza, que tem como principal papel integrar pessoas, espaços e processos dentro da instituição, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos usuários da edificação (alunos, docentes, diretoria, prestadores de serviço, visitantes etc.), de forma a melhorar a qualidade de vida das pessoas e a produtividade do negócio dentro das instalações físicas da Mauá.

Acompanhe um bate-papo com o Gestor:

Fale um pouco da sua experiência profissional e educacional.

Há 16 anos atuo na área de manutenção do IMT, inicialmente como Engenheiro de Manutenção Mecânica e há oito anos como Gerente de Manutenção e Serviços. Embora no início a minha carreira profissional tenha sido mais direcionada à mecânica, hoje ela está muito focada em gestão. Ingressei com 14 anos de idade no Senai Almirante Tamandaré patrocinado pela empresa B. Grob do Brasil, na qual atuei por quase 13 anos, passando pelos cargos de Aprendiz, Ajustador e Projetista. Em 2002, após a conclusão do curso de engenharia mecânica que fiz na Escola de Engenharia Mauá, hoje Centro Universitário do IMT, deixei a B. Grob e ingressei na Mauá como Engenheiro de Manutenção Mecânica.

Nesta nova fase, foi possível conciliar meus estudos no curso de Mestrado em Engenharia Mecânica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com minhas atividades profissionais na Gerência de Manutenção e Serviços (GMS) e em 2004 concluí o mestrado. Depois disso, além da atividade administrativa, também passei a atuar na Mauá como Professor dos cursos de Engenharia Mecânica, Controle e Automação, Produção e do Ciclo Básico.

Como a vida pessoal muitas vezes nos demanda maior dedicação, foquei minha participação em treinamentos com pequena carga horária. Nesse período, eu e minha amada esposa Andréia tivemos dois filhos maravilhosos, o Pedro de dez anos e o Artur de quatro anos. Recentemente, com as duas crianças menos dependentes, foi possível retomar os estudos de maior carga e estou fazendo um MBA executivo na Fundação Getulio Vargas: "Gestão estratégica e econômica de negócios", com previsão de conclusão para fevereiro de 2019.

Na sua visão, qual é a importância de você ter sido aluno e está há mais de 16 anos como um profissional que ajuda a construir os campi da Mauá?

Pelo fato de ter me formado na Mauá e hoje trabalhar na instituição, que além de me abrir várias portas para o mundo profissional, também me possibilitou vários relacionamentos com pessoas excepcionais, posso dizer com muito orgulho que venho retribuindo todos os benefícios que obtive da Mauá, não apenas com palavras, mas com várias ações.

Tenho a vantagem de conhecer os dois lados, o do aluno (tomador de serviço de educação) e o da instituição (prestadora do serviço de educação), e isso me permite colaborar com a alta direção e demais funcionários da Mauá de forma a empregarmos esforços em temas realmente relevantes para os estudantes que, sem dúvida nenhuma, são o maior legado que a Mauá pode deixar para a humanidade.

Como está formatada sua área, dentro do organograma funcional da Mauá? A que diretoria responde?

A GMS responde à Superintendência Administrativa do IMT, que é a mantenedora do Centro Universitário. A GMS está organizada a partir de quatro pilares:

1) Legislação e contratos.

2) Manutenção mecânica.

3) Manutenção predial.

4) Obras e reformas.

Cada uma dessas categorias é administrada por um profissional, atualmente temos um Engenheiro Químico (Legislação e contratos), dois Engenheiros Civis (Manutenção predial e Obras e reformas) e um Engenheiro Mecânico (Manutenção mecânica).

Na atual posição, como está estruturada a sua área e quais são suas principais responsabilidades?

A área está estruturada em diferentes modalidades:

  • Oficina mecânica.
  • Manutenção elétrica.
  • Pintura industrial.
  • Pintura predial.
  • Hidráulica.
  • Manutenção civil.
  • Limpeza.
  • Jardinagem.
  • Segurança.
  • Telefonia.
  • Expedição.
  • Manutenção de equipamentos e de instalações.
  • Sinalização.
  • Obras e projetos.
  • Gestão de projetos.

As modalidades são agrupadas e administradas por colaboradores responsáveis por cada grupo. Esses responsáveis tem a incumbência de, com o auxílio dos engenheiros e do sistema de informação Sysman, manter atualizadas as mais de sete mil ordens de serviços atendidas anualmente pela GMS.

A gestão das instalações, workplace, serviços, como estacionamento, alimentação, limpeza, manutenção etc., são terceirizados?

A gestão é integral da GMS, no entanto, as prestações de alguns serviços são terceirizadas como por exemplo: limpeza e segurança.

Como é a sua relação com os parceiros terceirizados? O que eles têm trazido de inovação, novas práticas, para o campus?

Procuramos ter uma relação duradoura e de confiança, sempre levamos em consideração em primeiro lugar a qualidade dos serviços realizados pelos parceiros. Porém, não abrimos mão de negociações legítimas visando a otimização dos recursos sem perda de qualidade para o IMT. Uma atuação marcante de um parceiro foi o case Mauá x RL Higiene quando, além de melhorias significativas na qualidade dos insumos utilizados nos sanitários da Mauá, também foi possível uma grande redução de custos. Esse caso aconteceu antes da minha chegada ao posto de gerente da GMS e foi conduzido pelo Engenheiro Luís Henrique, atual responsável pela categoria Legislação e Contratos. Esse exemplo da RL comprova nossas relações duradouras com fornecedores que são, na verdade, parceiros.

Temos também uma relação muito boa com a Verzani & Sandrini, que nos ajuda com os serviços de limpeza e jardinagem, e com a Gocil, que nos ajuda com os serviços de segurança. O que vejo de melhor na parceria que temos com essas duas empresas, que há mais de 15 anos nos prestam excelentes serviços, é a disposição constante de todos, sejam das pessoas que estão diariamente aqui na Mauá ou as pessoas que mantemos contato à distância, que se dedicam e entregam muito bem seus serviços, nunca se limitando a cumprir apenas o mínimo acordado.

Na sua opinião, quais serão os principais desafios para se ter um alto nível do serviço em facilities management, de modo a atender todos os stakeholders da Mauá?

Na minha opinião, um alto nível de serviços de FM requer amplo entendimento de que investimentos feitos com base nos conhecimentos desenvolvidos pelo pessoal de FM remetem a maior eficiência e consequentemente menores despesas operacionais.

Assim, é de fundamental importância que todos os profissionais envolvidos com FM utilizem indicadores que permitam a todos os stakeholders interpretarem os ganhos, tirando as avaliações de um cenário subjetivo e trazendo para cenários objetivos, onde é muito mais simples avaliar os benefícios de se manter um alto nível de serviço de FM.

A experiência tem mostrado que devemos nos manter alertas nos processos de seleção e manutenção de fornecedores habituais para conseguirmos entregar qualidade aos stakeholders. Na eventualidade de uma seleção equivocada podem ser ocasionados prejuízos financeiros, atrasos, não conformidades e prejudicar a imagem da instituição perante os stakeholders, especialmente aos clientes (alunos) e aos colaboradores (professores e corpo técnico administrativo). E como se sabe, se clientes e colaboradores não estiverem satisfeitos, dificilmente qualquer instituição ou organização despertará interesse.

É importante batalharmos para que todos os stakeholders da Mauá percebam cada vez mais o valor de se ter a infraestrutura funcionando na medida exata das necessidades e plenamente alinhada com a proposta pedagógica da instituição. Deve haver preocupação constante com a funcionalidade, disponibilidade, conforto, beleza e confiabilidade, além de muito senso crítico para evitar exageros ou alocação de esforços em ações que não contribuam efetivamente com a qualidade das instalações, para que alunos e professores possam evoluir com seus estudos. Eventuais perdas de foco de onde aplicar os recursos podem consumir parcela importante de investimentos, em detrimento de necessidades mais úteis e relevantes a todos os stakeholders.

Quais os desafios da sua área para finalizar os projetos do Fab Lab, as salas de aprendizagem e o novo prédio de laboratório de químicos?

Os desafios são muitos, porém ao meu ver o mais importante é o de conseguir interpretar as necessidades do projeto pedagógico e materializá-las nos novos ambientes.

Para conseguir isso é muito importante o pleno entendimento das ações que as coordenadorias dos diferentes cursos, que compõe o tripé de feasibility, viability e desirability, estão adotando para a implantação desse projeto, que está sendo fortemente patrocinado pela Reitoria do Centro Universitário do IMT, dentro da filosofia do Smart Campus.

Um próximo desafio impactante e que também tem tudo para ocorrer com grande integração de professores e alunos será a ampliação de ambientes climatizados artificialmente para melhoria do conforto em alguns ambientes que carecem desse recurso nas instalações da Mauá. Isso porque, não se trata de um simples projeto de instalação de ar condicionado, mas de resolver um desafio de engenharia utilizando a filosofia da Mauá do Smart Campus. Desse modo, mais do que resolver simplesmente questões de conforto térmico, tentamos contribuir com o processo de aprendizado dos nossos alunos.

Poderia pontuar quais são os projetos de maior relevância dentro da nova escola, considerando questões de tecnologia, automação e sustentabilidade.

Realizamos projetos importantes relacionados às reformas de alguns prédios e de áreas de vivência, e pretendemos continuar assim nos próximos anos. Além de reformar, outro aspecto importante é que buscamos cada vez mais eficiência nas nossas instalações, para podermos continuar crescendo de forma sustentável.

O prédio recém construído que será identificado como bloco W, possui um projeto que permite a captação de água de chuva a ser utilizada nos vasos sanitários, além disso, também foram instalados mictórios secos nos sanitários masculinos buscando a redução do consumo de água. O projeto arquitetônico contemplou brises que reduz sensivelmente a carga térmica dos ambientes, reduzindo o consumo de energia elétrica pelos equipamentos de ar condicionado, além é claro de deixar a fachada do prédio muito bonita. No piso da garagem do prédio foi colocada uma caixa separadora de água e óleo de modo que a sujidade decorrente dos carros que por ali estacionam, sejam captadas nessa caixa e não sejam lançadas nas redes públicas, assim como, em outros pontos de captação semelhantes já instalados na Mauá, o resíduo de borra oleosa pode ser adequadamente encaminhado a uma usina de coprocessamento devidamente homologada pelos órgãos competentes.

Aqui na Mauá temos o Centro de Pesquisas (CP) que desenvolve inúmeros projetos, muitos deles com aplicações diretas em problemas de FM, e que tem tudo a ver com sustentabilidade e inovação. Recentemente, foi desenvolvido pelo CP um hidrômetro que acompanha em tempo real o consumo de água e na eventualidade de um vazamento, percebe-se quase que instantaneamente o problema e as equipes de manutenção são alertadas, reduzindo significativamente o volume de água que seria desperdiçada em um vazamento notado tardiamente. A inovação desse hidrômetro está na utilização de uma tecnologia para transmissão de dados sem fio, com baixíssimo custo de implantação inicial, onde poderão ser instalados mais de 2000 sensores em uma única plataforma. Cada sensor possui um hardware alimentado por uma bateria independe que dura mais de dois anos sem requerer carga e quando o nível da bateria cai, um alerta é emitido para que a bateria seja substituída, ou melhor, recarregada.

Muito mais que uma escola.

Gostaria de falar mais das pessoas que diariamente, junto comigo, se empenham em levar o nome Mauá, mas me faltam palavras e coragem para expressar a admiração que tenho a todos e prefiro evitar o risco de cometer alguma injustiça pela dificuldade de elencar e correlacionar os inúmeros pontos fortes presentes nessas pessoas.

Não seria uma inverdade imaginar que pessoas de equipes de manutenção não se vejam como fundamentais para o processo de aprendizagem dos alunos Mauá, eu mesmo levei muito tempo para entender dessa forma.

Por isso, me esforço muito para auxiliar meus colegas a terem um entendimento semelhante ao que eu tenho em relação a importância que a GMS tem no aprendizado dos nossos alunos. A GMS não é uma atividade marginal e sim muito importante. Importância muito maior quando se considera que nossos alunos ocuparão cargos de liderança pelo Brasil e pelo mundo, e muitos deles serão protagonistas da evolução da humanidade, quando executarem com ética e excelência as suas funções.

 

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