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Pátio Metrô São Bento

Projeto arquitetônico contemporâneo que alia acolhimento e aconchego

O open mall Pátio Metrô São Bento, que será inaugurado em maio de 2018, na estação de metrô de mesmo nome, tem um novo conceito de projeto arquitetônico, foi concebido pensando na combinação de pontos comerciais, na proposta visual do espaço, além de privilegiar componentes como os setores de conveniência, serviços e lazer.  

“No varejo brasileiro, sobretudo em São Paulo, os centros comerciais intensamente vocacionados para compras estão em desuso ou passando por dificuldades, não se pode oferecer mais um espaço apenas para adquirir produtos. A razão é que, hoje, o consumidor deseja opções de espaços, onde exercite outras atividades, até porque a crise reduziu seu poder de compra” esclarece Jayme Lago Mestieri, Arquiteto responsável pelo projeto arquitetônico do Pátio Metrô São Bento, que também é autor de mais de 70 shoppings e centros comerciais projetados e 62 retrofits de shopping centers por todo o Brasil.

Com o intuito de dialogar com os arredores e aproveitar o projeto em concreto existente da estação do Metrô, que está bem ambientado com uma estrutura concretada bonita e contemporânea, a proposta arquitetônica do open mall visa manter esta linha limpa, mas procura equilibrar esse tom frio da construção inicial da estação com a inclusão de materiais que aqueçam o espaço. O posicionamento é de criar uma arquitetura contemporânea, mas com acolhimento e aconchego.

Peculiaridades do projeto

A grande preocupação do projeto foi a de não interferir na operação do Metrô e na circulação e rotas de bombeiros, ou saídas de emergência. Tendo isso em vista, o projeto procurou trabalhar os fluxos dos transeuntes para que percebessem mais as praças ou aqueles espaços escondidos ou lacrados, que anteriormente existiam naquele lugar. Nesse sentido, foi criada uma galeria de arte, onde antes era um simples corredor. Além disso, serão oferecidas opções de circulação em áreas mais bonitas como a praça central.

“Há também um entorno maravilhoso, que no passado não havia incentivo para alguém parar, perceber, olhar ou relaxar, vendo tudo aquilo. Temos pessoas de dentro e fora de São Paulo, que chegam ao lugar para contemplar o mosteiro de São Bento, viaduto Santa Ifigênia e o Vale do Anhangabaú. Nosso projeto tem toda essa bela vizinhança e fizemos um boulevard para que o frequentador fique nele e interaja com essas áreas. Vamos também oferecer esse espaço para o cliente”, diz Mestieri.

Uma particularidade no open mall busca gerar uma ligação com os arredores, a criação de uma cobertura vazada para o grande vão central, que foi inspirada em um desenho geométrico encontrado dentro da catedral do mosteiro de São Bento. Ainda com o objetivo de buscar referência na vizinhança, será feita uma cobertura em estrutura de ferro parafusada com a mesma proposta encontrada no viaduto Santa Ifigênia, obra realizada em estrutura metálica no ano de 1913 que não utilizava soldas. “Tivemos o respeito de nos integrar ao entorno imediato. Estamos dentro de uma estação bonita e contemporânea, mas dialogando com as construções históricas ao redor e usando seus elementos”, explica Mestieri.

Lazer e Cultura

O novo open mall, também, qualifica as áreas abertas que o Metrô já oferecia, mas reforça os aspectos mais prazerosos com mobiliário adequado para tornar os ambientes mais agradáveis. Será trabalhada a questão do lazer em programas previstos num calendário anual numa área própria de atividades culturais. Na praça central poderão ser desenvolvidas, por exemplo, feiras orgânicas, exposições de arte, apresentações artísticas e outros eventos de interesse do frequentador.

“A arquitetura tem muito claramente demarcadas as áreas de conveniência, serviços e produtos, ou seja, espaços de grandes fluxos. E temos também lugares de menor fluxo, que são mais adequados para o lazer e descanso, e também para os finais de semana. Vamos reforçar o aspecto de ponto de encontro e de turismo”, descreve o Arquiteto.

Como a área construída do Pátio não é um volume que se projeta para cima, ao contrário, ela fica no subsolo, se posiciona como um oásis no contexto da região e se faz notada pela discrição na construção. A equipe tem trabalhado com detalhes imprescindíveis para seu uso, como muita iluminação no ambiente, coberturas adequadas contra severas condições climáticas, pisos específicos para os recintos e com mobiliário diferenciado para cada tipo de ocupação, tais como alimentação rápida, refeição mais completa, lounges e espaços para conectividade.

“Nós qualificamos o elemento arquitetônico, não o construímos, nós o ambientamos. Os grandes vazios estão sendo tratados com paisagismo, com desenhos personalizados que não agridam a arquitetura existente ao redor, pelo contrário, que complementem em ambiente a construção do Metrô. Nós não temos construção, temos a qualificação do espaço”, explica Mestieri.

Segundo o arquiteto, a construção do open mall, entre vários outros dos seus projetos de shoppings pelo Brasil, foi a que menos teve impacto no ambiente construído. Ela foi sutil, respeitosa e apenas fez as correções necessárias no espaço. A arquitetura trabalhou a ambientação e se inseriu muito bem no espaço histórico, sem imposição. “Esse respeito é muito difícil de ser conseguido numa área comercial, pelo número de lojas e pelos diferentes tipos de negócios. Como o espaço é para dentro, vai se tornar um lugar, com respeito ao entorno, mas que destaca sua identidade”, avalia.

O que é um open mall?

O open mall é um conceito de varejo não muito usado ainda no Brasil e pode ser encontrado no formato de lojas convencionais, de outlets, ou polocentro com grandes lojas. Este tipo de varejo é caracterizado por não ser climatizado e coberto.  Nos negócios, tem um impacto muito grande porque apresenta custo de implantação reduzido. Por ser aberto, as possibilidades de ambientação são muito grandes e o paisagismo é naturalmente superior. Há a opção de serem aproveitados materiais para usos externos que, também, podem ser mais bonitos. O open mall é uma forte alternativa de negócio e é um dos novos formatos de varejo no país, com mais flexibilidade. Nesse modelo, é possível construí-los em etapas, ao passo que nos shoppings tradicionais não se pode construí-los em fases. Os especialistas acreditam que eles vão crescer bastante nos próximos anos no Brasil.

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