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Velocidade na informação e na construção

Inaugurado em tempo recorde, DC SP01, da ODATA, alia modernidade e sustentabilidade

Por Marco Barone

Sete meses. Esse foi o tempo - recorde - entre o início e o fim das obras do primeiro data center da ODATA. Instalado no município de Santana do Parnaíba/SP o Data Center SP01 (DC SP01) tem tudo o que há de mais moderno para o segmento e em técnicas construtivas. O prazo de construção também superou a média do que é esperado em países como os Estados Unidos, por exemplo. Lá, o padrão é de oito meses. 

Trata-se de um prédio moderno, com destaque para a eficiência energética, segurança e telecomunicações. Em um terreno de 23 mil  m², sendo 14,2 mil m² de área de construída e 5,8 mil m² de piso elevado (a área de TI propriamente dita), tudo foi projetado e consolidado dentro dos mais rígidos padrões de qualidade e segurança. Todas as instalações foram pensadas para garantir disponibilidade e segurança aos servidores e aplicações hospedadas no data center. 

A ODATA foi fundada em 2015, com o principal objetivo de oferecer a infraestrutura necessária para abrigar servidores que processem informações com distribuição global em larga escala, focada em colocation, sistema de disponibilização de espaço físico especificamente criado para o armazenamento de dados.

Para instalação do DC SP01 foram avaliados mais de 150 imóveis em diversas regiões de São Paulo e o terreno de Santana do Parnaíba reunia todas as características necessárias para o negócio. O investimento total é da ordem de R$ 400 milhões para todo o empreendimento, da construção às instalações e equipamentos.

De acordo com Bruno Pagliaricci, Chief Technology Officer (CTO) da ODATA, o prédio poderá abrigar até 150 pessoas, entre funcionários e clientes. O local sediava um galpão logístico que foi totalmente demolido para a construção do novo espaço, mas, como as exigências de aterramento são grandes para um data center, o projeto nessa fase foi refeito e implantado. “Todo produto da demolição foi reutilizado na obra. Apenas alguns poucos materiais foram descartados, atendendo as exigências legais e de um projeto LEED”, explica. 

Mão de obra e parcerias

Conforme o executivo, o DC SP01 foi construído com recursos próprios, mas contou com a contribuição e a boa vontade do Poder Público, fundamentais para a celeridade na aprovação de projetos, obtenção de alvará e incentivos fiscais. O data center foi projetado pela Quark-Aceco, referência no segmento de infraestrutura para TI e Centros de Comando e Controle Integrado (CICC). A tradicional construtora paulistana Afonso França Engenharia foi responsável pela obra, que foi desenvolvida de acordo com padrões definidos pelo Green Building Council, com a intenção de obter a certificação LEED Gold, com base nos princípios de sustentabilidade aplicados à construção.  

“O sucesso de um data center começa com a escolha do local e dos parceiros para condução do projeto, fornecimento de equipamentos, obras civis e instalações. Buscamos os mais modernos padrões mundiais da indústria, aliando alto desempenho e confiabilidade para uma operação eficiente, segura, escalável e ambientalmente sustentável. Selecionamos a área por atender todos os requisitos em termos de energia, segurança e telecomunicações”, diz Bruno Pagliaricci.

De acordo com o CTO, a ODATA também investiu na tecnologia free cooling indireto, que utiliza o ar externo para climatização como forma de reduzir o consumo energético, preservando, assim, os níveis de serviços necessários para a refrigeração dos equipamentos. A área atende todos os requisitos em termos de energia, segurança e telecomunicações. Ainda com vistas às garantias tecnológicas, o DC SP01 é certificado com o Uptime Tier III em Design e Facility, concedido pelo Uptime Institute Professional Services e que é usado para mensurar o nível da infraestrutura de um local destinado ao funcionamento de um Centro de Processamento de Dados (CPD). E contará com equipe de manutenção predial, elétrica, mecânica, telecomunicações e de segurança patrimonial on-site (24x7x365).

Outro grande diferencial é a conectividade Carrier Neutral do data center, com múltiplas opções de provedores de telecomunicações e abordagem por anel de fibra subterrâneo com duplicidade de rotas, além de rede de dados interna de última geração, possibilitando ampla opção de conectividade com alta performance e de simples provisionamento.

Foram mais de 800 profissionais envolvidos desde o início das obras, em agosto de 2016, e 442 fornecedores dos mais diversos serviços. No total, para superar as sete fases de trabalho (demolição, estacamento, fundação, estruturação, vedação, instalações e acabamento), foram 21 frentes de trabalho concomitantes, cujo pico de construção aconteceu em dezembro.

A estrutura será capaz de oferecer 12 salas de TI cuja atuação está baseada em colocation de dados, espaço para 1,5 mil racks, com capacidade de 12 KVAs por rack. Para dar suporte a todo o espaço também foi construída uma subestação de energia própria de 20 MVAs. O DC conta, inclusive, com geradores de alta tecnologia, tanques diesel para 72 horas de autonomia dos geradores, com 100% de carga instalada e com 1.43 de PUE (Power Usage Effectiveness) - que mede a eficiência energética dos data centers -, considerada elevada. 

Usará fontes de energia alternativa, como a solar, para iluminação dos escritórios, bem como tecnologias para diminuir o consumo energético, entre as quais, a refrigeração dos ambientes críticos por meio de equipamentos que utilizam indirect free cooling, método que utiliza a baixa temperatura externa do ar para auxiliar na refrigeração. Segundo Bruno Pagliaricci, há projetos para que o espaço seja autossustentável, pois a empresa deverá participar do consórcio que reativará a Usina Hidrelétrica Edgard de Sousa - a primeira usina hidrelétrica a abastecer a cidade de São Paulo, em 1901, desativada em 1982.

Para Pagliaricci, o DC SP01 tem como objetivo impulsionar negócios. “Provemos a infraestrutura e segurança e damos toda a garantia para que nossos clientes armazenem e manipulem a informação, dentro de padrões mundiais de serviço, com o que há de mais moderno e sustentável nesse mercado”, conclui.

O que é a ODATA

Fundada em junho de 2015, a ODATA nasceu para sustentar a nova dinâmica da informação. Idealizada pela área de infraestrutura do Pátria Investimentos, uma das maiores empresas brasileiras de gestão de investimentos alternativos do País, tem como objetivo oferecer toda a infraestrutura necessária para a proliferação de dados em nuvem. Trata-se de uma empresa de data center focada, principalmente, no chamado wholesales colocation, no qual a finalidade é disponibilizar espaço físico especificamente criado para armazenamento de grandes volumes de informação, mas também atua com o varejo, ou seja, empresas menores que podem alugar espaços menores para instalação de servidores.

Com sede em São Paulo, também atua em toda a América Latina. 

O nome ODATA deriva da junção palavra ODA, de origem japonesa, que significa “ordem”, e DATA que, em latim, representa “dados”. Está nos seus planos a construção de outros data centers no País, bem como expandir sua atuação na América Latina.

O DC SP01 em números

• 7 meses de obras

• mais de 800 colaboradores

• 21 frentes de trabalho concomitantes

• 442 parceiros/fornecedores na construção (entre eles: Sotreq/Cat, Vertiv, Eaton, Schneider Electric, Cisco, Hewlett Packard Enterprise, Vogel e Toshiba América do Sul)

• 23 mil m² de terreno

• 14,2 mil m² de área de construída

• 5,8 mil m² de piso elevado

• 197 km de fios elétricos

• 2,5 km de tubos de aço carbono para o sistema de água gelada

• 12,5 toneladas de chapas de aço galvanizado de ventilação

• 50 km de fibra ótica

• mais de 12 mil metros de concreto

• 12 salas de TI

• 1,5 mil racks

• 12 KVAs por rack

• 1.43 PUE

• 20 MVAs na subestação de energia

• mais de 100 câmeras de CFTV com detecção automática de movimento em alta definição

CONFIABILIDADE NA ENERGIA ELÉTRICA

Infraestruturas complexas para armazenamento e processamento de informações dependem do fornecimento de energia elétrica em alta confiabilidade, por meio de grupo moto-geradores. De olho na grande demanda e disposta a oferecer uma operação extremamente eficiente no quesito consumo de energia, a ODATA fechou uma parceria com a Sotreq, representante da marca Caterpillar no Brasil há mais de 70 anos.

“Todos os sistemas foram projetados pela Sotreq, em parceria com o cliente, com equipamentos Caterpillar e por uma equipe de engenheiros experientes e certificados pelo Uptime Institute. Todo o projeto teve como base, além dos quesitos técnicos, os quesitos de sustentabilidade econômica e ambiental, pelos quais ganhamos o prêmio de ‘Os 100 mais influentes no setor elétrico brasileiro de 2016’”, diz Mauricio Garcia, Diretor da Unidade de Energia da Sotreq.

Os geradores, com capacidade de produzir entre 1,8 MVA e 3,1 MVA, ficarão responsáveis pelo abastecimento de um total de 12 salas de TI. Cada sala abrigará de 122 a 144 racks para servidores. Os modelos utilizados no projeto do data center são altamente indicados por sua confiabilidade, por sua robustez, por possuírem um dos menores consumo de combustível dentro de suas categorias e por atenderem as normas americanas de emissões de poluentes. Para garantir o funcionamento dos geradores em caso de queda no fornecimento de energia, o projeto também conta com um reservatório de combustível que dará uma autonomia de 72 horas de operação aos equipamentos, sem reabastecimento.

Com o objetivo de operar de forma mais eficiente no quesito energia, a ODATA busca alcançar um PUE (Power Usage Effectiveness) de 1,43, que é um índice de eficiência energética em data centers considerado baixo para o segmento. Criado por um consórcio de empresas chamado The Green Grid, o cálculo do PUE faz uma relação entre a energia consumida pela instalação inteira do data center e a energia consumida pelos equipamentos da infraestrutura de TI. Quanto mais próximo de 1,0, mais eficiente é o data center.

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