Por Larissa Gregorutti
O atual panorama que estamos vivendo, apresenta diversas situações que impactam diretamente nas estratégias das empresas, influenciando em tomadas de decisão.
No segmento de frotas corporativas, a decisão tomada com total apoio da área de facilities por uma frota própria ou terceirizada leva em conta o cenário econômico do País, a questão da mobilidade urbana, a influência da tecnologia e as políticas de administração de veículos das companhias.
No setor de locação, por exemplo, a expectativa para 2017 é de um cenário que aponte para uma retomada da economia, a caminho da estabilidade do setor.
E como é de esperar, o mesmo deve acontecer com todo o mercado corporativo, que após sair de uma crise intensa, estuda possibilidades para a recuperação de suas atividades, como vender sua frota própria e optar pela terceirização com menos encargos e mais benefícios, utilizando este capital para investir em seu negócio próprio, comenta Nuno Silva, General Manager da Arval Brasil.
Nesse sentido, a expectativa de que o setor de locação de frota corporativa cresça é pujante, pela praticidade que o serviço de terceirização entrega para as empresas.
Além disso, segundo Paulo Roberto do Val Nemer, Presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), “Existem hoje no Brasil aproximadamente dez milhões de veículos emplacados com CNPJ, e o tamanho da frota de locação neste setor é de um milhão de veículos. Ou seja, como as empresas vêm buscando pela terceirização, a chance do segmento de locação de frotas corporativas crescer é nove vezes maior”, aponta.
Todavia, na questão da mobilidade urbana, que se refere à facilidade de deslocamentos por meios motorizados ou não, deve-se observar quais as necessidades dos usuários.
“O mundo está mudando, e boa parte dos jovens já não pensam em ter carro. Por isso, a indústria vem passando por problemas não apenas financeiros, mas principalmente por mudança de cultura. E isso vem acontecendo em todos os lugares”, afirma André Ricardo Vieira da Silva, Gestor da Eurobike Fleet Services, durante o FM Debate promovido pela Associação Brasileira de Facilities (Abrafac) no dia 15 de fevereiro em São Paulo.
Então, segundo o Gestor de empresa de gerenciamento de frotas, o momento é de repensar a questão da mobilidade, pois é muito difícil se locomover em algumas cidades. Dessa forma, algumas alternativas adotadas pelas empresas é o uso do Uber ou Táxi, assim ela deixa de fornecer o carro para o funcionário, mas dá condições de mobilidade, como é o exemplo da Prefeitura de São Paulo, que no dia 16 de fevereiro, publicou um decreto prevendo a substituição de frotas alugadas, por serviços de transporte que sejam feitos por aplicativos de táxis.
O mais comum, porém, é ver o uso híbrido de todas as alternativas de mobilidade corporativa, em que a companhia realiza a compra ou o aluguel do veículo, possibilita o uso de táxi, o reembolso de quilometragem, e até mesmo o cash allowance, que no mercado de frotas é uma espécie de bônus que ela paga para que o profissional possa ele mesmo comprar o carro de sua preferência.
E a tecnologia, da mesma forma, vem para oferecer um mundo de novas possibilidades para os negócios, fazendo com que empresas do setor busquem soluções criativas para agregar serviço e proporcionar mais receita à operação.
E mesmo com a tendência de empresas adotarem serviços a fim de evitar o deslocamento de funcionários, diminuindo consequentemente o uso de frotas, como é o caso de reuniões via conference call e o trabalho home office, dificilmente o mundo digital substituirá totalmente o contato humano nas interações comerciais. Afinal, a tecnologia apenas complementa as relações humanas e a beneficia.
Nesse sentido, sobre qual é a melhor opção, comprar ou alugar a frota corporativa, confira algumas características que devem ser levadas em conta durante a tomada de decisão:
Frota própria
Durante o FM Debate, Silva apresentou as seguintes estratégias na gestão efetiva de frotas corporativas. A empresa que opta por uma frota própria, terá de analisar devidamente quais as suas necessidades, por exemplo, atender uma demanda de carros operacionais e/ou uma demanda de carros para executivos, e quais as necessidades do condutor, caso a pessoa tenha uma deficiência e o veículo precise ser adaptado.
É preciso realizar também um estudo de regionalização, que identifique qual o modelo ideal de veículo para cada região do País.
Tendo feito isso, a empresa deverá definir políticas internas de frotas que pontue questões operacionais e jurídicas a serem seguidas, e estabelecer ferramentas de controle, que ajudem a cuidar da aquisição do veículo, da documentação, questões referentes a multas, seguro, manutenção e revenda.
A utilização de frota própria, no entanto, tende a se tornar onerosa para a empresa, avalia Nuno. “Em alguns casos, apesar do valor do carro parecer mais barato no momento da compra, ao realizar análise segundo o total cost of ownership (TCO), ou seja, custo total da propriedade, o valor total do veículo não será respectivamente o mais barato, porque além da aquisição, existiram gastos com manutenção, seguro, combustível, financiamento, depreciação, além de pagamentos de funcionários e encargos sociais. Nós, como empresa de terceirização de frotas, temos a postura de acreditar que um carro não é apenas um carro. Gostamos muito de ouvir os clientes e entender as suas necessidades, para assim, poder propor o melhor emprego dos carros e o melhor investimento a longo prazo”, informa o General Manager.
Frota terceirizada
Segmento que abrange diversos benefícios para as empresas, a expansão da terceirização de frotas vem sendo alavancada no País por pequenas e médias empresas, que representam um segmento de desenvolvimento e expansão no Brasil, e assim como grandes companhias, precisam recorrer a estratégias de redução de custos, foco no core business e otimização de pessoal.
A locação e gestão de frotas corporativas é feita pela empresa terceirizada, que faz todo o atendimento dos condutores, gerando economia e redução do trabalho. “Neste caso, a empresa contratante não precisará providenciar o sistema de gestão de frotas, podendo focar esse investimento em seu negócio principal, e mobilizar e desmobilizar a frota na hora em que quiser, de forma rápida e eficiente”, explica Nemer.
Desta forma, contando com profissionais especializados, voltados só a esse atendimento, e uma rede grande de prestadores, a empresa vai ganhar em excelência além de custo, podendo focar em seu negócio principal e controlar as informações a respeito da frota.
“Vivemos um momento em que o profissional de facilities está ganhando relevância nas empresas, e o importante é que façam cada vez mais a gestão da informação, mudando o conceito de gestão da operação para algo mais estratégico, que apresente os resultados do trabalho desenvolvido”, ressalta Nuno Silva.
Além disso, a empresa poderá contar com a imparcialidade dos terceiros no planejamento de melhores resultados com relação a sua frota.
Promovendo uma frota com segurança e economia, a Mais - Gestão e Locação de Veículos atua com base em três pilares: telemetria, abastecimento e sistema de controle de frotas. As informações geradas são integradas em um painel web com indicadores precisos da operação da frota, disponibilizando relatórios gráficos e analíticos.
Dentro desse conceito, a telemetria tem fundamental importância tanto na prevenção de acidentes como na economia. O sistema faz o controle das frotas por meio do monitoramento para verificação de excesso de velocidade, utilização em horários comerciais, tempo parado com o motor ligado, utilização nos finais de semana, freadas e aceleração bruscas, entre outros controles possíveis.
Aliado ao controle eficiente do gasto de combustível e à base de dados do histórico dos veículos, o sistema gera a idealizada gestão mais segura e econômica. “O painel de indicadores da Mais auxilia e aponta para os gestores de frota meios de ser mais assertivos nas tomadas de ações, tanto para redução dos custos variáveis (R$/Km), ganhos tangíveis e mensuráveis, quanto na segurança do trânsito, atuando diretamente na identificação de desvios de conduta na condução dos veículos”, afirma Fábio Russo, Diretor Executivo da Mais.
Nesse sentido, Nuno Silva conclui que raramente será mais vantajoso para uma empresa comprar uma frota de veículos corporativos, pois a terceirização pode significar uma economia mensal de mais de 20%, entre custos diretos e indiretos com os veículos, e o cliente não precisará se preocupar com a frota, podendo focar na excelência do seu negócio.