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Brasil precisa dobrar rede de metrô até 2054, aponta BNDES

Estudo aborda necessidade de ampliar em 122% a malha de transporte coletivo estruturado nas 21 regiões metropolitanas, com mais de 2.400 km de novos trilhos

Por Redação

Brasil precisa dobrar rede de metrô até 2054, aponta BNDES

BNDES prevê expansão massiva do metrô e trens urbanos como resposta ao déficit de transporte coletivo de alta capacidade nas grandes cidades. Foto: Canva.com/Kaique Roche


O Brasil precisa mais que dobrar a atual rede de metrô, trens urbanos, sistemas de ônibus rápidos (BRTs), veículos leves sobre trilhos (VLTs) e outras soluções de transporte coletivo de alta capacidade até 2054 para suprir a demanda de mobilidade nas maiores regiões metropolitanas do país. É o que mostra o quarto boletim do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O levantamento aponta que será necessário construir 2.446 quilômetros adicionais de infraestrutura de transporte coletivo de média e alta capacidade, elevando a extensão total para 4.453 km. O crescimento projetado é de 122% em relação à malha atual.

A maior parte da ampliação está concentrada nos sistemas sobre trilhos. Somente em metrô e trens urbanos, estão previstas 419 km de novas linhas, com destaque para as regiões metropolitanas de São Paulo (563 km de novos trechos), Belo Horizonte (230 km), Fortaleza (122 km) e Goiânia (104 km).

O estudo utilizou o indicador RTR (Rapid Transit to Resident), que compara a extensão da rede de transporte com a população urbana. Hoje, o índice do Brasil está abaixo de 20 km por milhão de habitantes. Com os projetos propostos, a média nacional se aproximaria de cidades como Santiago (23 km) e Tóquio (31 km), mas ainda distante de Seul (46 km) e Nova York (47 km).

Outro dado relevante é o indicador PNT (People Near Transit), que mede o percentual da população que vive a até 1 km de uma estação de transporte estruturado. Com as obras previstas, mais de 80% das regiões metropolitanas atingiriam índices de cobertura acima de 30%. Capitais como Recife, Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador teriam mais de 40% da população nessa zona de influência.

Atualmente, o uso do transporte público vem caindo em todo o país, com queda média de 20% nos deslocamentos por ônibus e trens. Entre os motivos estão o crescimento do transporte por aplicativos, a má qualidade do serviço público, a expansão urbana dispersa e a falta de integração entre modais.

Para o BNDES, a simples ampliação da rede não é suficiente. O estudo sugere a adoção de políticas complementares, como tarifa única integrada, desestímulo ao uso do transporte individual e priorização do transporte coletivo no espaço urbano, com faixas exclusivas, corredores expressos e prioridade semafórica.

O ENMU ainda está em andamento e deve ser concluído até o fim de 2025. Quando finalizado, servirá como base para políticas públicas e projetos de infraestrutura a serem executados pelas esferas federal, estadual e municipal.


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