eVTOLs: carros voadores em 2026, estamos prontos para decolar?

Carros voadores e os desafios da infraestrutura urbana para atender as operações a partir de 2026.

Por Léa Lobo

eVTOLs: Carros voadores em 2026, estamos prontos para decolar?

Foto: Divulgação

Embraer escolheu Taubaté, localizada a 142 km de São Paulo, para receber a primeira fábrica de ‘carros voadores’, oficialmente denominados como eVTOLs. Esta decisão baseou-se na localização estratégica da cidade, próximo à sede da Embraer em São José dos Campos. A escolha foi uma colaboração entre a Eve Air Mobility (controlada pela Embraer) e a Porsche Consulting, que juntaram expertises de indústria aeronáutica e automotiva. A fábrica estará em uma unidade já existente da Embraer, situada próximo a rodovias e uma linha ferroviária, facilitando a logística. A Embraer já tem encomendas que totalizam mais de US$ 8 bilhões em vendas desses veículos. Em parceria com a United Airlines, a Eve pretende operar transporte urbano com ‘carros voadores’ em São Francisco, EUA, a partir de 2026. Os ‘carros voadores’ são veículos 100% elétricos com alcance de 100 km, visando oferecer uma mobilidade aérea rápida, econômica e sustentável.

Em 20/06, a Eve Air Mobility e a Voar Aviation anunciaram a assinatura de uma Carta de Intenção para avaliar a venda de até 70 aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL) que serão operadas em diversas regiões do Brasil. Este acordo também inclui a análise de uma parceria onde a Voar aproveitaria as soluções de Mobilidade Aérea Urbana da Eve. A venda potencial dos eVTOLs já está considerada no backlog de pedidos da Eve, que é de até 2.770 veículos. A parceria visa revolucionar o transporte urbano no Brasil, com a Voar planejando operar em várias cidades metropolitanas e destinos turísticos. Ambas as empresas têm o objetivo de oferecer soluções inovadoras e sustentáveis para a mobilidade aérea urbana.

Infraestrutura para Vertiportos

Segundo estudos da espanhola Bluenest, estamos em um momento revolucionário na indústria da mobilidade, com novas tecnologias reformulando o modo como vivemos e viajamos. A mobilidade aérea avançada (AAM) surge como uma solução sustentável de transporte aéreo em ambientes urbanos e regionais, possibilitada por inovações tecnológicas e integrada a redes de transporte multimodal. A EASA, FAA e NASA enfatizam a importância da infraestrutura, como vertiportos, para essa revolução.

AAM engloba a mobilidade aérea urbana (UAM) e outras missões executadas com aeronaves elétricas. Enquanto UAM foca operações em áreas metropolitanas, ambas terminologias são usadas no contexto do documento. Cidades já estão testando potencialidades do AAM, com operações comerciais piloto esperadas para 2025. O sucesso requer uma abordagem tripla: hardware AAM, operações e serviços de apoio.

Um ecossistema emergirá com diferentes aeronaves, infraestrutura e regulamentações. A intermodalidade e interoperabilidade são cruciais para a integração bem-sucedida do AAM com os sistemas de transporte atuais. A tecnologia já existe, mas inovação e industrialização estão em andamento. A infraestrutura, como vertiportos, e regulamentos precisam ser desenvolvidos e ajustados.

Analisar a indústria de helicópteros é fundamental, pois compreender seus usos e limitações ajuda a adaptar o conceito de AAM. Atualmente, helipontos oferecem mobilidade em áreas urbanas. No entanto, existem limitações de design e operação. A localização de helipontos exige consideração de vários aspectos, como espaço aéreo, impacto acústico e ambiental. Para implementar o AAM com sucesso, os vertiportos devem considerar espaço, níveis de ruído, impacto ambiental e acessibilidade.

Enquanto a tecnologia para mobilidade aérea avançada está emergindo rapidamente, é crucial desenvolver a infraestrutura adequada, especialmente vertiportos, para permitir sua implementação eficaz e segura em ambientes urbanos e regionais. 
Do outro lado, a experiência do cliente em viagem em eVTOL deve ser intuitiva, agradável e eficiente. Vertiportos devem oferecer uma transição suave para os usuários e comodidades modernas. A acessibilidade é crucial.

Por fim, estamos à beira de uma revolução na mobilidade aérea urbana, com vertiportos sendo cruciais para o UAM. O desafio agora é a inovação, investimento e colaboração global. Com esforços conjuntos e condições favoráveis, redes UAM completas são esperadas até 2025.


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