Durante o ápice da pandemia, enquanto os escritórios permaneceram fechados com os seus colaboradores trabalhando em home office, a umidade do ar parado propiciou a criação de fungos e bactérias, proliferando o mofo não apenas em carpetes, tecidos e móveis, mas também nos equipamentos de ar-condicionado.
Segundo o engenheiro Arnaldo Parra, Diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), assim como uma casa de praia precisa de reparos quando fica fechada por longos períodos, o mesmo acontece com os sistemas de ar condicionado em ambientes corporativos, que devem dispor de um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), para não expor os funcionários às infecções bacterianas, que são tão letais quanto a Covid-19.
O manual de Qualidade do Ar Interno da Abrava, é bem específico ao mencionar os avanços que o PMOC trouxe para o setor de HVAC-R. Segundo o estudo, "a Lei 13.589/18 determina que todos os edifícios de uso público e coletivo que possuem ambientes de ar interior climatizados, devem dispor de um PMOC dos respectivos sistemas de climatização, visando à eliminação ou minimização de riscos potenciais à saúde dos ocupantes".
Seja o aparelho voltado para a ventilação, circulação ou renovação do ar, ele deve obedecer aos parâmetros de qualidade do ar seguindo métodos de controle que possam avaliar as condições biológicas, químicas e físicas do local, de modo que os sistemas de climatização mantenham o ar limpo e saudável, gerando conforto aos usuários.
Pacientes da unidade pediátrica ficam sem ventilação em hospital
Apesar da constante luta do setor HVAC-R para a adoção de medidas capazes de promover a qualidade do ar em ambientes internos, casos como do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), em Salvador, ainda acontecem com frequência em todo o País.
Para entender, no dia 25 de abril um vídeo publicado na internet mostrou uma mãe abanando um bebê internado no hospital com a tampa de uma marmita. Segundo os pacientes, há mais de um mês o hospital está sem ar condicionado, com crianças e familiares sofrendo de calor na unidade de pediatria.
Em nota, a assessoria de imprensa do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia e vinculado à Rede Ebserh (Hupes/UFBA-Ebserh), informou que o sistema de refrigeração da Unidade Pediátrica encontra-se em fase de manutenção e que a empresa responsável já foi acionada para realizar a inspeção.
Com o uso de ventiladores proibido em ambiente hospitalar devido a NBR-7256, que dispõe que Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), precisam de sistemas de controle para propor condições de conforto higrotérmico e de qualidade do ar diferentes, com exigências específicas para setores críticos, destinados à assepsia e conforto, tais como salas de cirurgia, UTI, berçário, nutrição parenteral, etc. Nesse sentido, a solução encontrada pelos pais diante o calor, é deixar as crianças sem roupa.
Mesmo com o alto risco de proliferação de bactérias, o hospital não apresentou um prazo para finalizar os ajustes e também não informou se o problema está restrito à Unidade Pediátrica ou se afeta todo o local.
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