Por Luís Felipe Fernandes*
A crise humanitária que assola o planeta, provocada pela Covid-19, tem impactos significativos nas economias emergentes e em países em desenvolvimento. Como não bastasse, todo o cenário da América Latina com suas desigualdades econômica, social e política, mais pontualmente o Brasil, resultam em uma mão de obra cada vez mais escassa de baixa qualidade e produtividade.
Este cenário traduz o momento convergente atual, onde a procura do uso da Inteligência Artificial (IA) e Advanced Analytics (AA), nos diferentes setores da economia: indústrias, comércios e serviço, se acentuam na busca do melhor cenário do novo normal.
Temos as indústrias lastreadas com a utilização de processos mecatrônicos derivados da cauda tecnológica que movimentou o globo na última década e o comércio, através de operações virtuais, encabeçadas por fortes investimentos do mercado financeiro, que gera uma melhoria significativa no contexto de investimentos tão necessários à produtividade.
Já no setor de serviços, o que nos chama a atenção, especialmente no que tange as áreas de Facilities Services, que englobam um percentual significativo dos custos indiretos da produção da grande cadeia produtiva, é a procura de tecnologias substitutas visando a redução de custos e ganhos exponenciais financeiros.
Neste momento, a maioria das empresas de serviços está tentando buscar alguma versão de IA/AA para solucionar problemas de negócios, mas apenas algumas desenvolveram pilotos que hoje são adotados em escala para capturar seu pleno potencial e tornarem-se realmente organizações movidas por dados e experiências.
O que se observa é a fragmentação na grande maioria das empresas, sem vínculo claro com as prioridades críticas do negócio, somente focados na resultante financeira e a estratégia limitada e não comprovada, sem caminho claro para a implementação da produtividade como diferencial de competência, que é sem dúvida a espiral escalonada do desenvolvimento.
O maior desafio é a mudança cultural necessária para garantir a adoção da IA/AA pelo corpo diretivo, gerências e linhas de frente, que corroboram para boicotar as percepções iniciais de progresso e domínio do novo momento de convergência tecnológica, que se traduz rapidamente em frustações e falta de confiança da organização em não conseguir atingir as expectativas com os investimentos feitos.
No entanto, também observamos que algumas empresas, que nasceram com o DNA diferenciado da transformação digital em suas práticas e princípios-chaves, aceleram a jornada de captura de valor, com investimentos planejados a médio e longo prazo, aplicando recursos em tecnologia, robotização e capacitação de sua mão de obra e linha de frente.
Em nossa experiência, com organizações de ponta, extraímos algumas lições que são necessárias no momento que as preferências dos clientes, diante da Covid-19, alteram seus modelos de proteção aos colaboradores e ao próprio negócio. Essas empresas repensam sua infraestrutura, para aferir um melhor fluxos de caixa e aumentar resultados para sua própria sobrevivência e prosperidade.
Dessa forma, devemos identificar melhor as necessidades dos clientes, propor soluções proativas e customizadas. Estabelecer e analisar as informações geradas diariamente, como ponto de escala de oportunidades, através de canais digitais em uma velocidade sem precedentes, identificar oportunidades de melhoria de fluxo de caixa, economia em compras, com padronização e otimização, de áreas de supply chain e logística colaborando assim com um cenário ativo e promissor.
Em suma, estas oportunidades dimensionadas e criadas por IA/AA para melhorar a produtividade e gerar crescimento econômico no “novo normal”, além de vantagens competitivas sustentáveis que se traduzem em entregas e experiências satisfatórias, sem desvios de qualidade.
Com o uso mais explícito de protocolos, que foram impostos para a sobrevivência de pessoas e empresas, conseguiremos uma entrega mais ágil, replicável, escalonável e multidisciplinar. Assim os processos, tão longínquos na área de serviços, passam a fazer parte dos protocolos, com precisão, uso de tecnologia, inteligência e padronização em qualquer local geográfico podendo ser no Brasil, Colômbia, EUA ou qualquer lugar do planeta. Estes protocolos padronizados efetivam a qualidade e a experiência em escala, mitigando os riscos.
Esta evolução do uso de IA/AA já é dominante na América do Norte, Ásia e Europa, que chamamos de modelo “hub-spoke”, ou seja, temos equipes centrais multidisciplinares que são os hubs e os spokes, que entregam ao cliente final continuamente a percepção de excelência. Este avanço, obtendo uma visão 360º dos clientes e do negócio, estabelece uma performance de geração de valor único.
Nosso desafio é habilitar os processos para criar protocolos sustentáveis de tal forma que desafiem a transformação das organizações, respeitando sua cultura, alinhando a IA/AA nas tomadas de decisão preparando a oportunidade de valor que podem criar até U$1 trilhão de dólares em valores para nossas economias, através da melhoria de produtividade, nos preparando para o “ próximo normal”, na vanguarda da competitividade global.
Permita-se pela inovação, com uma ambição holística de transformação!
*Luís Felipe Fernandes, Engenheiro Civil, graduado em Marketing, Auditor e Especialista pela ISSA (Cleaning Industry Management Standart). Possui mais de 25 anos de experiência na área de Serviços e Facilities Services, com passagem em organizações como: Camargo Corrêa, Enterpa Engenharia, Grupo VR. Grupo Paineiras e hoje à frente da Diretoria Técnica do Grupo Seguridade.
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Foto: Divulgação