19º Congresso InfraFM
 

Retomada das atividades demanda adaptações nos espaços de trabalho

Os novos cuidados e medidas pós-crise

A retomada gradual das atividades comerciais que estão paralisadas por conta da quarentena vai demandar muito mais planejamento e adaptações dos espaços de trabalho corporativo, que podem se tornar perenes.

Uma das soluções imediatas que devem ser aplicadas, de acordo com a arquiteta e sócia do Studio BR Arquitetura - especializado em arquitetura corporativa e workplace strategy - Bruna de Lucca, é a adesão ao QR Code. "Será inadmissível que um grande número de pessoas tenha que tocar em uma mesma superfície, a exemplo dos registros de controle de acesso e faltas e até mesmo os processos de reserva e check-in das salas de reuniões. Em grande escala, temos os equipamentos inteligentes por controle remoto ou comando de voz, como elevadores e entradas de estacionamentos", comenta.

Responsável pela transformação de mais de 67 mil m² de área de escritórios corporativos, Bruna também acredita em novas utilizações para os sensores e câmeras de circuito interno de TV. Por meio de sua metodologia patenteada para desenvolvimento de projetos personalizados de espaços de trabalho (Workxperience), o Studio BR já utiliza sensores para verificação do adensamento populacional em diferentes áreas, mas a tecnologia poderá ser utilizada também para verificação da temperatura das pessoas, a fim de identificar precocemente a presença de pessoas que estejam com algum problema de saúde, assim como a utilização de câmeras com novas tecnologias embarcadas, como Inteligência Artificial e Machine Learning (aprendizagem de máquina) para monitoramento da saúde.

A higienização dos espaços também nunca mais será a mesma, na opinião da arquiteta. Dispenser de álcool em gel, por exemplo, serão itens obrigatórios, em maior número, e com presença ostensiva em áreas de maior circulação e recebimento de visitantes. "A indústria de acessórios de higiene deve inovar com novos modelos personalizáveis para que possamos integrá-los ao conceito visual de nossos projetos", acrescenta Bruna, que também é especializada em branding aplicado à arquitetura. "Outra prática que será inevitável é a do controle de qualidade do ar por meio de manutenção do sistema de climatização e de aplicação de sistemas complementares de controle com maior frequência do que hoje se pratica", acrescenta.           

A nova lógica empresarial encaminha os espaços de trabalho para layouts que estimulem a integração, o cooperativismo e o trabalho em equipe, o que deve continuar, mas com novos cuidados quanto à ocupação, com aumento substancial da adesão às políticas de flexibilidade e trabalho remoto, e o distanciamento físico minimamente seguro entre as pessoas, que deve ficar em torno de 1,5 metro. "Os espaços colaborativos e de convívio continuam tendo a sua importância pela própria característica humana, mas com alguns ajustes a fim de diminuir o número de pessoas simultaneamente nos espaços e de maneira que elas não fiquem obrigatoriamente muito próximas umas das outras", acrescenta.

Da mesma forma, os espaços fechados, como salas de reuniões e outros lugares privativos, precisam ter espaço suficiente para não acomodar mais pessoas do que sua capacidade. Para fazer esse balanceamento, a inserção de equipamentos de reservas que indicam a ocupação em tempo real de cada sala é indispensável.

Agora há também uma preocupação com os pertences pessoais de cada colaborador, as mochilas por exemplo, são agentes carregados de bactérias e precisam possuir armazenamento próprios para não ficarem dispersas no ambiente. Os chamados pool de lockers já aplicados em muitos projetos da Studio BR é uma solução.

Esses ajustes requerem o planejamento estratégico e conjunto dos arquitetos com os times de RH e saúde das empresas, pois trata-se de uma mudança física que deve ser sustentada pela cultura e pela organização das empresas", conclui.

​Foto: Divulgação

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Valdireni Crippa

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