Sorteios 11ª Expo
 

A arte de se reinventar e gerar novos espaços de convivência

Sesc Avenida Paulista recebe projeto de retrofit com soluções tecnológicas inovadoras, torna-se referência para as demais unidades e inspiração para as inúmeras atrações que farão parte de suas atividades

Por Larissa Gregorutti

Edifício concebido para marcar presença em São Paulo como um novo lugar de encontro na cidade, o Sesc Avenida Paulista foi inaugurado no dia 29 de abril como um espaço livre para ser apropriado pelo grande público.

Projeto desenvolvido pelo escritório Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados, o edifício de 11962,38 m² de área construída foi totalmente reformado seguindo como premissa a conexão com o tema “Corpo, Arte e Tecnologia”, presente também na programação cultural da unidade.

Com 17 andares, um mirante e 2 subsolos, o novo centro de cultura, esporte e lazer foi sede da antiga Administração Central do Sesc até 2005, e posteriormente funcionou como unidade provisória até 2010, quando teve início o processo de licitação da obra.

Após sete anos de reforma, a nova unidade se tornou referência em tecnologia, adotando conceitos de Smart Building com o uso de soluções de eficiência energética, passíveis de manutenção preditiva.

Todos os andares receberam espaços com infraestrutura flexível, que possibilitam o uso para diferentes atividades. Lá você encontra espaços para crianças, tecnologia e artes, salas para práticas esportivas e espetáculos, comedoria, biblioteca, café terraço, loja e consultórios odontológicos, entre outros equipamentos presentes nas demais unidades do Sesc.

Com uma localização privilegiada, escolhida estrategicamente para facilitar o acesso ao transporte público e serviços básicos como farmácias, bancos, restaurantes e hospitais, a unidade promove total interação com o comércio local, além de se tornar uma extensão da avenida, por possibilitar a livre circulação de pessoas no complexo.

“O Sesc sempre adotou premissas de sustentabilidade, e no caso da unidade localizada na Avenida Paulista não foi diferente”, informou Irimar Palombo, Coordenadora de Infraestrutura do Sesc SP. “Então realizamos um estudo e entregamos um edifício que visa potencializar o eixo cultural que se formou na avenida, além de permitir que a nova unidade cumpra com o seu papel social de levar cidadania e respeito ao próximo, valorizando o ser humano e abraçando as diferenças”, ressaltou a especialista. O projeto previu a certificação LEED Prata de construção e Selo Procel nível A que auxiliou analisar a vocação entorno do edifício.

Concepção dos espaços e soluções de infraestrutura

Segundo Vera Lucia Tusco, Arquiteta do Königsberger Vannucchi, os espaços e serviços da nova unidade foram distribuídos pelos 17 pavimentos, considerando quatro aspectos básicos: a vizinhança entre atividades similares, os níveis de ruído produzido pelas atividades, o volume de público acessando a unidade e os visuais externos.

A área de entrada, que acontece a partir da Avenida Paulista, possui um grande espaço de convivência multiuso, além de um paraciclo com capacidade para 40 bicicletas, para quem vem da ciclovia. Ainda do térreo, é possível ter acesso a duas escadas rolantes, seis elevadores e duas escadas de incêndio pressurizadas que direcionam os usuários aos pavimentos superiores.

O destaque, porém, fica no último andar do edifício, acima do Café Terraço, onde foi construído um mirante a 70 metros de altura, com uma vista panorâmica para a avenida e outros pontos da cidade. Nos demais andares do edifício, todavia, também é possível contemplar o visual da avenida pelos terraços de vidro que integram os espaços.

A participação do escritório de arquitetura Königsberger Vannucchi no desenvolvimento do projeto aconteceu a partir de um programa apresentado pelo Sesc. “O projeto teve início em 2007 e foi desenvolvido até 2011. A partir de 2011 participamos ativamente na assistência técnica durante a execução da obra, com reuniões para esclarecimento de dúvidas ou resolução de problemas surgidos no decurso da obra”, informou a Arquiteta.

A fiscalização, por sua vez, ficou a cargo da equipe de gerenciamento própria do Sesc, que segundo Elias Albano, Coordenador de Obras do Sesc SP, são profissionais que estiveram presentes para acompanhar o andamento da execução da obra, orientar e atuar de forma permanente para fazer uma interface com a construtora e projetistas, e manter a boa execução da obra.

O ponto alto do projeto, por sua vez, ficou a cargo das inovações tecnológicas que complementaram as instalações. “O Sesc decidiu realizar um projeto com maior uso de tecnologia, que se tornasse referência para as demais unidades. Por isso, fizemos uma reunião com os nossos projetistas e solicitamos que eles buscassem no mercado alternativas que pudessem transparecer o uso dessas soluções aos frequentadores”, informou Nivea Nicotari, Engenheira da Obra do Sesc Avenida Paulista.

Desta forma, a unidade foi concebida com diversos sistemas automatizados e soluções de eficiência, dos quais destacamos:

- Elevadores e escadas rolantes com regeneração de energia: com drivers ReGen, que geram energia a partir do movimento para realimentar o próprio sistema;

- Aquecimento de água com placas solares: sistema que aquece água dos vestiários e da comedoria, composto por placas solares, com o apoio de aquecedores elétricos;

- Sistema hidráulico: a redução do consumo de água é garantida pelo fluxo reduzido em lavatórios, pias, chuveiros, instalação de sensores automáticos em lavatórios e descargas, temporizadores nos chuveiros e sistemas de baixo consumo para descargas, gerando a economia de até 85% no consumo;

- Água de reuso para bacias e irrigação: utilização de água pluvial captada nas lajes e jardins para alimentação das bacias e irrigação, contribuindo para economia de água durante a operação do edifício. Considerando a demanda, foi possível reduzir em 25% o volume de escoamento de água de chuva em relação a situação original o terreno;

- Tecnologias para transmissão de áudio e vídeo: são três tecnologias instaladas, a rede de áudio DANTE, a rede de áudio e vídeo HDBASET, e rede de dados para vídeo SDVOE. O sistema de comunicação digital possibilita a transmissão de toda a programação desta e de outras unidades em todos os pavimentos, oferece a possibilidade de realizar projeções nas paredes e de transmitir shows realizados no térreo no café da unidade;

- Vidros com fator solar: vidros que impedem a entrada de raios UV (ultravioleta) em quase 100% e reduzem a entrada de calor no interior do ambiente entre 40% e 70%, mantendo a temperatura agradável e o ambiente mais confortável;

- Sistemas de iluminação cênica e lâmpadas LED: foram especificados Dimmers individuais para as lâmpadas halógenas, descentralizando a alimentação dos circuitos e permitindo uma maior flexibilização no posicionamento dos refletores. A transmissão de sinal DMX para o comando do sistema de iluminação cênica se dá por meio de rede ethernet, permitindo a ampliação das possibilidades de controle e endereçamento dos equipamentos. Os motores de suspensão de grids também têm controle individual e automatizado, permitindo otimizar a movimentação das grelhas para fixação de cenários e refletores. Além disso, há uma ampla utilização de equipamentos de iluminação com fonte de LED, inclusive nas áreas de exposição, permitindo uma maior sustentabilidade no gerenciamento dos recursos energéticos;

- Sistema de automação: sistema de supervisão que oferece poderosas características de controle, podendo ser acessado de qualquer lugar do mundo, por meio de um navegador qualquer. Ou seja, podendo monitorar e controlar os seguintes sistemas desta unidade Sesc: a central de água gelada, os multimedidores de energia geradores; o sistema de aquecimento de água; o sistema de automação de iluminação; o sistema de controle de persiana.

Além desses sistemas implantados, a reforma do edifício considerou o reuso das estruturas existentes, sendo que 85% das lajes, fachadas e paredes estruturais foram mantidas no projeto.

“Uma questão interessante é que a fachada de granito foi praticamente toda revestida com material já existente, ou com material que tínhamos de outras áreas demolidas. Então as placas que sobraram foram reconstituídas e passaram por um tratamento para compor a fachada, o que contribuiu bastante para a redução da geração de resíduo”, informou Albano.

Foram também utilizados materiais sustentáveis na reforma, como materiais regionais (extraídos, beneficiados e manufaturados em um raio de até 800 km do empreendimento) com alta porcentagem de conteúdo reciclado, para minimizar a energia agregada e o esgotamento de recursos.

O papel do FM na nova unidade

Edifício que inicialmente tinha a previsão de receber 18 mil pessoas por semana, hoje recebe uma média de quatro mil visitantes por dia, número este que já chegou a oito mil pessoas durante a inauguração.

Para gerenciar esses espaços, com essa enorme demanda, é preciso ser um profissional ligado ao futuro, com conceitos sólidos de Facility Management e muito atento às pessoas e a diversidade, informou Irimar Palombo.

Segundo Marcela Weege, Coordenadora de Infraestrutura do Sesc Avenida Paulista, a nova unidade do Sesc é um edifício com muitos desafios no aspecto da tecnologia, pois demanda para a operação desses sistemas, empresas que deem o suporte específico nesse tipo de manutenção, como no caso de torneiras eletrônicas, que o ajuste não deve ser feito de modo mecânico.

“Além disso, a equipe interna vai se acostumando com o uso da nova tecnologia, para que façam o melhor uso das amenidades, procurando resgatar o que se pensou ao projetar determinada solução”, complementou a Coordenadora de Infraestrutura da Unidade.

E é com base nas experiências acumulas pela área de Infraestrutura do Sesc, que as melhores soluções são implantadas nas novas unidades, e novas soluções são testadas. Ou seja, a partir dessa experiência, alguns sistemas são indicados como referência de cases que deram certo e podem ser repetidos nas demais unidades, destaca a Coordenadora de Infraestrutura.

Nesta unidade específica, o destaque da operação predial vai para o sistema de manutenção preditiva, que consegue antecipar, por exemplo, o momento em que o filtro do ar condicionado precisa ser trocado, e medir através de sensores, o tempo de funcionamento de vários equipamentos.

De modo geral, “o Sesc proporciona educação e cidadania através de suas atividades, por isso, manter cada espaço sempre limpo e bem cuidado, em plena capacidade de operação, é a nossa forma de transmitir o zelo e o respeito para com a nossa clientela”, conclui Irimar Palombo.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca


Visitas Técnicas esgotando

Mais lidas da semana

Operações

Do auxiliar de limpeza ao presidente: segurança é responsabilidade de todos

Para especialista, prevenção de incêndios é urgente e negligência pode ser explicada através dos três pilares da manutenção.

Outside Work

Livro para expandir horizontes do conhecimento e da imaginação em FM

E os malefícios da dedicação às redes sociais para a saúde

UrbanFM

O que mudou na gestão do Parque Ibirapuera?

Camila Praim, coordenadora de operações, fala sobre experiência na gestão do parque durante processo de concessão e de desterceirização.

Workplace

Qual o futuro dos escritórios?

Pesquisa indica pontos que serão tendência ao longo de 2024.

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Da engenharia à gestão sustentável

Acompanhe nossa conversa com Irimar Palombo sobre inovação, desafios em sua carreira, que tem contribuído para a transformação dos espaços e construção do futuro no escopo do Facility Management.

Revista InfraFM

Gestão de Facilities em ambientes remotos e industriais

Uma visão abrangente sobre experiências, segurança e sustentabilidade nas operações de grandes empresas.

Revista InfraFM

O escritório como espaço acústico para atender ao modelo híbrido de trabalho.

Artigo da Arqta. Dra. Claudia Andrade e do Eng. Acústico Bruno Amabile.

Revista InfraFM

Gestão de Facilities e a ciência por trás dos data centers

A ciência por trás dos data centers, artigo de Henrique Bissochi e Edmar Cioletti, ambos da Tools Digital Services, uma empresa do Grupo Santander.

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP